Papa condena morte de crianças em ataques militares israelenses em Gaza
Francisco disse que Israel e Hamas não estão tomando medidas para acabar com a guerra
O Papa Francisco condenou as mortes de crianças palestinas em ataques militares israelenses em Gaza, nesta sexta-feira (13). O pontífice chamou os bombardeios de escolas, sob a “presunção” de atacar militantes do Hamas, de “feios”.
No voo de volta para Roma de Cingapura, o pontífice expressou dúvidas de que Israel ou o Hamas, agora em guerra há onze meses, estivessem buscando acabar com o conflito.
“Lamento ter que dizer isso”, disse o papa. “Mas não acho que eles estejam tomando medidas para fazer a paz”, ele acrescentou.
Francisco estava falando em uma entrevista coletiva com jornalistas após uma viagem de 12 dias pelo Sudeste Asiático e Oceania. Ele disse que fala ao telefone com membros de uma paróquia católica em Gaza “todos os dias” e “eles me dizem coisas feias, coisas difíceis”.
“Por favor, quando vocês veem os corpos de crianças mortas, quando veem que, sob a presunção de que alguns combatentes estão lá, uma escola é bombardeada, isso é feio”, disse o pontífice de 87 anos. “É feio.”
O papa, que apoiou os apelos por um cessar-fogo no conflito e pela libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas, disse “às vezes eu acho que é uma guerra que é demais, demais”.
A guerra Israel-Hamas foi desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, quando o grupo matou cerca de 1.200 pessoas e fez cerca de 250 reféns, de acordo com as contagens israelenses.
A campanha militar israelense resultante reduziu a Faixa a escombros e matou mais de 41.000 palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave.
As Nações Unidas disseram na quinta-feira (12) que a guerra deixou a economia de Gaza “em ruínas”.
O papa falou sobre uma série de outras questões durante a coletiva de imprensa de 40 minutos. Ele criticou as políticas do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e da vice-presidente Kamala Harris, e disse que os católicos americanos teriam que “escolher o mal menor” quando votassem em novembro, sem dar mais detalhes.