Análise: Trump e Kamala tentam se ressignificar em debate
Fernanda Magnotta avalia que o ex-presidente buscou manter-se atento ao script e evitar inflamar ânimos durante o encontro promovido pela ABC News
O debate entre Donald Trump e Kamala Harris, promovido pela ABC News na terça-feira (10), revelou uma tentativa do ex-presidente de “se ressignificar”, segundo a analista de internacional da CNN Fernanda Magnotta. Em sua análise, Magnotta destacou que Trump procurou manter-se atento ao script e evitar pronunciamentos que pudessem inflamar os ânimos.
A especialista observou que este foi um dos debates mais interessantes envolvendo Trump, apresentando diferenças significativas em relação aos anteriores. “Foi um debate muito diferente dos debates anteriores, embora tenha aquilo que sempre se repete, a necessidade de esclarecer fatos mentirosos, alguns ataques”, explicou.
Estratégia de Kamala Harris surpreende
Segundo a analista, a vice-presidente Kamala Harris adotou uma abordagem incomum para os padrões democratas, emulando o estilo de debate de Trump. Magnotta destacou três características típicas do ex-presidente que Harris incorporou: o uso de frases de impacto com apelo para as redes sociais, expressões faciais debochadas e a tentativa de manter o oponente na defensiva.
“Ela bateu muito na tecla de que Trump representa o velho, representa o passado e que ele, portanto, seria um candidato que apenas repete mais do mesmo”, observou . A estratégia de Harris, segundo a analista, visava transmitir a ideia de que Trump seria um “disco riscado”.
Trump busca moderação em temas sensíveis
Apesar de manter sua postura característica em diversos momentos, Trump demonstrou uma tentativa de moderação em temas sensíveis. Magnotta ressaltou que o ex-presidente procurou se afastar do projeto 2025, recuar em comentários raciais direcionados a Kamala Harris e adotar uma postura mais cautelosa ao abordar o tema do aborto.
“A gente viu ali dois candidatos tentando se ressignificar nesse debate”, concluiu Magnotta, destacando a importância deste confronto no contexto das eleições americanas de 2024.