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    Hunter Biden, filho de Joe Biden, se declara culpado em caso sobre crimes fiscais

    Filho de Joe Biden é acusado de deixar de pagar US$ 1,4 milhão em impostos federais

    Paula ReidMarshall CohenEvan PerezCasey Gannonda CNN

    Hunter Biden, filho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se declarou culpado de todas as nove acusações no caso sobre crimes fiscais que enfrenta. O juiz distrital Mark Scarsi, de Los Angeles, aceitou a declaração.

    A divulgação da sentença está marcada para 16 de dezembro, após a eleição presidencial nos EUA, que acontecerá em 5 de novembro. A promotoria não se opôs à data, que foi proposta pelo juiz.

    O filho do presidente agora se declarou oficialmente culpado de uma acusação de sonegação fiscal, duas acusações de crime de declaração de imposto de renda fraudulenta, quatro acusações de contravenção por não pagar impostos e duas acusações de contravenção por não apresentar declaração de imposto de renda.

    Confissão de culpa é reviravolta

    A confissão de culpa aconteceu em uma audiência complicada que durou o dia todo. Cerca de 120 possíveis jurados esperaram em uma sala de reunião isolada durante todo o dia, enquanto promotores e advogados de Biden discutiam no tribunal sobre como seguir em frente.

    Essa foi uma ação unilateral de Biden, chamada de “confissão aberta”, porque foi feita sem um acordo de confissão de culpa pré-arranjado com os promotores.

    É raro que um réu de “alto perfil” se declare culpado de crimes sem um acordo de leniência com os promotores.

    “Ficamos tão chocados quanto todos os outros no tribunal esta manhã”, destacou o promotor Leo Wise.

    Hunter Biden disse sob juramento em um tribunal federal em Los Angeles que ninguém lhe fez nenhuma promessa para convencê-lo a se declarar culpado. O filho do presidente também testemunhou que ninguém o pressionou a se declarar culpado de forma alguma.

    Depois que os promotores leram a acusação completa de 56 páginas durante o processo de confissão, que levou quase 90 minutos, Scarsi fez perguntas padrão a Hunter Biden.

    “Você concorda que cometeu todos os elementos de todos os crimes?”, perguntou Scarsi.

    “Sim”, respondeu Hunter.

    O advogado de Hunter, Abbe Lowell, observou anteriormente que “não houve um acordo” entre as partes.

    A única oferta que a equipe de Hunter recebeu dos promotores, segundo Lowell, foi que ele se declarasse culpado de todas as nove acusações.

    Defesa não conseguiu acordo

    Anteriormente, Hunter tentou resolver este caso sobre evasão fiscal na Califórnia de maneira em que ele a inocência, mas ainda aceitaria a punição.

    A equipe de Biden recuou desse plano depois que os promotores levantaram objeções contundentes, e o juiz disse que gostaria de estudar o assunto e se reunir novamente na sexta-feira de manhã.

    Esse tipo de acordo, chamado de “alegação de Alford”, teria feito Hunter Biden reconhecer que o conselheiro especial David Weiss tem evidências suficientes para condená-lo — e então ele aceitaria qualquer sentença que o juiz Scarsi eventualmente proferisse.

     

    Os promotores da equipe de Weiss destacaram que se oporiam à chamada “alegação de Alford”.

    Wise afirmou ao juiz que os comentários do advogado de Biden, Abbe Lowell, no tribunal no início do dia foram a primeira vez que ele soube de uma possível mudança na alegação.

    “Quero deixar algo bem claro: os Estados Unidos se opõem a uma alegação de Alford”, comentou Wise.

    “Hunter Biden não é inocente. Hunter Biden é culpado. Ele não tem permissão para se declarar culpado em termos especiais”, acrescentou.

    Hunter Biden ao lado do pai, o presidente Joe Biden, em jardim da Casa Branca • 26/07/2024 REUTERS/Nathan Howard

    Entenda o caso

    Este teria sido o segundo julgamento criminal de Hunter Biden neste ano, depois que ele foi condenado em junho por três acusações federais de posse ilegal de arma em Wilmington, Delaware.

    Hunter foi acusado de nove crimes tributários, incluindo três acusações de crime grave. Os promotores alegam que ele deixou de pagar US$ 1,4 milhão em impostos federais e sonegava impostos ao apresentar declarações de imposto de renda com deduções comerciais fraudulentas.

    Eles também alegam que o filho do presidente dos EUA estava usando o dinheiro em carros de luxo, hotéis extravagantes e profissionais do sexo, em vez de pagar impostos quando eles eram devidos.

    Hunter acabou pagando cerca de US$ 2 milhões em impostos atrasados ​​e multas após saber da investigação e ficar sóbrio — ele lutou por anos contra o vício em drogas e o alcoolismo.

    Nas semanas anteriores ao julgamento, o juiz impediu os advogados de Hunter Biden de contar aos jurados sobre o pagamento atrasado de impostos ou sobre as possíveis origens de seu vício, o que foi um grande golpe para sua estratégia de defesa.

    Durante a breve audiência, Scarsi observou que havia cerca de 120 possíveis jurados esperando dentro do tribunal, porque o processo de seleção do júri estava programado para começar nesta quinta-feira de manhã.

    Avaliação da proposta de Hunter

    O juiz distrital Mark Scarsi indicou que, se não aceitar a tentativa de Biden de resolver o caso prontamente, o julgamento seguirá com a seleção do júri nesta sexta-feira (6), conforme planejado.

    O advogado Lowell criticou os promotores por acusarem Hunter de buscar tratamento especial.

    “Sei que isso vira manchete”, mas “é tão errado”, destacou Lowell.

    Ele acrescentou: “[A alegação de] Alford existe. A Suprema Corte disse que existe” e “em todos os Estados Unidos, as pessoas fazem isso”.

    *Emma Tucker, da CNN, contribuiu para esta reportagem

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