Sem recuo de Maduro, Brasil avalia “estratégia Nicarágua” com Venezuela
Opção em análise não é cortar relações, mas interromper reuniões de mais alto nível
Sem sinais de recuo do presidente Nicolás Maduro, o Brasil pode optar pelo esfriamento nas relações com a Venezuela diante do impasse sobre o processo eleitoral no país.
A medida já foi adotada nas relações com a Nicarágua, diante da dificuldade de diálogo com o regime de Daniel Ortega, assim como Maduro, aliado histórico dos governos brasileiros de esquerda.
A adoção da “estratégia Nicarágua” é uma das opções para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como resposta à escalada autoritária de Maduro.
O governo brasileiro vê com apreensão a ordem de prisão do candidato opositor Edmundo González.
O Brasil continuará sem reconhecer a vitória de Maduro e exigindo a apresentação das atas eleitorais. Porém, por ora, evita endurecer a estratégia e não cogita seguir outros países que declaram a Venezuela uma ditadura ou tratando González como presidente legítimo.
Para interlocutores do Palácio do Planalto e do Itamararaty, diante da escalada autoritária de Maduro, o Brasil pode a um curto prazo não ter outra opção a não ser esfriar o relacionamento. A decisão cabe ao presidente Lula.
Com o esfriamento, as relações diplomáticas seguem em um nível mais baixo, sem reuniões políticas do alto escalão, se concentrando apenas na administração dos problemas de interesse dos brasileiros.
No caso da Nicarágua, o congelamento das relações terminou com a expulsão do embaixador brasileiro pelo regime Ortega em agosto. Em reciprocidade, Lula decidiu também expulsar a embaixadora da Nicarágua.
No ano passado, o papa Francisco chegou a pedir para Lula interceder com Ortega, a favor de bispos e padres sequestrados na Nicarágua. Ortega teria ignorado as tentativas de contato feitas por Lula.
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