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    Vacinação contra pólio em Gaza depende de pausa na guerra, afirma ONU

    Hamas e Forças de Defesa de Israel chegam a acordo sobre cessar-fogo humanitário

    Friederike Heineda Reuters

    Autoridades das Nações Unidas estão se preparando para lançar uma campanha de vacinação contra a poliomielite em Gaza no domingo (1), que dependerá de uma série de pausas limitadas nos combates entre as forças israelenses e os militantes do Hamas que resistem no enclave sitiado.

    A Organização Mundial da Saúde afirma que terá de vacinar pelo menos 90% das crianças em Gaza para que a campanha tenha sucesso, mas enfrenta enormes desafios no enclave, que foi em grande parte destruído após quase 11 meses de guerra.

    A campanha foi organizada depois de a OMS ter afirmado, em 23 de agosto, que um bebê tinha ficado paralisado pelo vírus da poliomielite tipo 2, o primeiro caso deste tipo no território em 25 anos, e a ONU as agências apelaram a um esforço urgente de vacinação.

    Cerca de 1,2 milhão de doses de vacina já foram entregues a Gaza antes da campanha, que visa vacinar mais de 640 mil crianças, disse um funcionário da OMS nesta sexta-feira (30). Outras 400 mil doses estão a caminho do território, disse Rik Peeperkorn, representante da OMS para os territórios palestinos ocupados.

    As pausas planejadas não estão relacionadas com as negociações que estão em curso há meses para tentar chegar a acordo sobre a suspensão dos combates em Gaza e o regresso dos reféns israelenses e estrangeiros em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel.

    A COGAT, a agência israelense que coordena a administração nos territórios palestinos ocupados, disse que as pausas seriam coordenadas como parte de uma série de pausas humanitárias implementadas periodicamente desde o início da campanha em Gaza, em outubro passado.

    O Hamas também concordou com as pausas, que a ONU diz que são necessárias para que a campanha comece. Uma segunda rodada de vacinação será necessária assim que a primeira rodada for concluída.

    A OMS disse que os militares israelenses e o Hamas concordaram com três pausas separadas e zoneadas de três dias nos combates para permitir que a primeira rodada de vacinações fosse realizada pela agência da ONU em coordenação com o ministério da saúde palestino.

    Mais de 2.180 funcionários foram treinados para fornecer vacinas e informações sobre a campanha às pessoas em Gaza.

    As pausas, previstas para durar três dias, começarão no centro de Gaza, antes de seguir para o sul e depois para o norte de Gaza. No entanto, devido aos desafios logísticos e de segurança que a campanha enfrenta, poderá ser necessário um dia extra para cada rodada, disseram funcionários da OMS.

    A maioria dos hospitais de Gaza foi danificada, com apenas 17 dos 36 hospitais do território parcialmente funcionais e menos de metade dos 132 centros de saúde primários ainda operacionais, segundo dados da OMS.

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