À CNN, professor de Direito explica processo legal para a suspensão do X no Brasil
Carlos Affonso Souza destaca as etapas para possível suspensão da rede social X (antigo Twitter) no país, incluindo ações da Anatel e restrições a VPNs
O professor de Direito da Uerj Carlos Affonso Souza detalhou o processo legal que pode levar à suspensão da rede social X (antigo Twitter) no Brasil.
Em entrevista ao WW, o especialista esclareceu os passos que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve seguir caso decida pelo bloqueio da plataforma.
Segundo Souza, a expectativa da comunidade de usuários do X quanto a um prazo fatal para a suspensão não reflete a realidade do processo jurídico.
“É claro que não é assim que as coisas funcionam”, explicou o professor, indicando que o procedimento é mais complexo.
Três etapas para o bloqueio
O especialista apontou que, caso se concretize uma ordem de bloqueio, o processo provavelmente seguirá três etapas principais:
- Notificação da Anatel: A agência seria instruída a notificar as operadoras para procederem com o bloqueio, impedindo o acesso dos usuários à plataforma, seja pelo aplicativo ou pelo site.
- Remoção das lojas de aplicativos: As decisões judiciais costumam mirar as lojas mais populares, como Google Play Store e Apple App Store, para impedir novos downloads do aplicativo.
- Proibição do uso de VPNs: Esta etapa, considerada polêmica pelo professor, poderia incluir multas para usuários que utilizarem redes privadas virtuais para contornar o bloqueio.
Precedentes e desafios
Souza lembrou o caso do Telegram, que enfrentou uma situação similar, mas evitou o bloqueio ao responder às comunicações da Justiça.
No entanto, o cenário atual com o X apresenta novos desafios, especialmente considerando as reações do proprietário da plataforma, Elon Musk.
“O próprio Elon Musk e na rede social X começou a aparecer ali anúncios de VPN, recomendações sobre quais VPN baixar”, observou o professor, indicando uma possível estratégia da comunidade para contornar eventuais restrições.
A situação permanece em desenvolvimento, com a comunidade jurídica e os usuários da rede social atentos aos próximos passos do STF e às possíveis implicações para a liberdade de expressão e o uso da internet no Brasil.