Após cobrança de Lula à Anvisa, Nísia defende autonomia da agência
Segundo a ministra, presidente apenas tornou pública uma reivindicação da indústria farmacêutica
A ministra da saúde, Nísia Trindade, defendeu a autonomia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disse que “ninguém pode colocar em risco a eficácia de medicamentos e de vacinas”.
A manifestação da ministra se deu após o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, rebater uma fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que cobrou publicamente mais celeridade da Anvisa para a liberação de medicamentos.
Lula disse, durante inauguração de uma nova fábrica da EMS – empresa de produtos farmacêuticas -, na semana passada, que a Anvisa precisa “andar um pouco mais rápido” para aprovar os pedidos de registro de medicamentos no Brasil.
“Não é possível o povo não poder comprar remédio porque a Anvisa não libera. Essa é uma demanda que nós vamos tentar resolver”, disse o presidente.
Barra Torres respondeu ao presidente dizendo que “o atual governo federal foi alertado que o número insuficiente de servidores traria impacto no cumprimento da missão da Agência”.
Nísia defendeu Lula, dizendo que o presidente apenas tornou pública uma reivindicação da indústria farmacêutica e que não é aceitável que se coloque em xeque a autonomia da agência.
“É uma autonomia técnica para definir eficácia e segurança. Para isso, há o registro da lei. O que eu acho que precisamos avançar é que houve, a meu ver, um retrocesso na relação das agências com as políticas nacionais. E o governo, o executivo, é responsável pela formulação e execução de políticas nacionais”, disse.
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