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    Atitudes de Lula e Petro são “inaceitáveis”, diz procurador-geral da Venezuela

    Responsável por Ministério Público da Venezuela rejeita reivindicação de divulgação de resultados detalhados da eleição presidencial

    Luciana Taddeoda CNN* , em Buenos Aires

    O procurador-geral do Ministério Público da Venezuela, Tarek William Saab, disse nesta quarta-feira (28) que as atitudes dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Gustavo Petro, da Colômbia, são “inaceitáveis”.

    Ambos os chefes de Estado pedem a divulgação dos resultados detalhados da eleição presidencial de 28 de julho para reconhecer a suposta vitória de Nicolás Maduro.

    “Essas atitudes intervencionistas, assim como as do Lula, denuncio também as do Petro, são inaceitáveis. Porque quando eles tiveram seus problemas de caráter legal, eleitoral, nas disputas eleitorais, a Venezuela não se intrometeu. Não opinou”, disse Saab a jornalistas após um pronunciamento.

    Ataques contra presidente do Chile

    Antes de falar de Lula e Petro, o procurador-geral venezuelano questionou o presidente chileno, Gabriel Boric, a quem chamou de “neo Pinochet”, em referência ao ex-ditador Augusto Pinochet, e denunciou que ele seria um “agente da CIA [Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos]”.

    “Boric, presidente do Chile. Quem é você para estar se intrometendo, solicitando para o Senado chileno pronunciamento sobre a Venezuela. Em primeiro lugar, porque você é, literalmente, um herdeiro do pinochetismo, é um neo Pinochet”, acusou.

    Saab alegou que Boric “não fez nada” por vítimas das repressões a protestos durante o governo do falecido presidente Sebastián Piñera, e, sem apresentar qualquer prova, acusou o atual chefe de Estado chileno de reproduzir “uma lista de comentários diária” enviada a ele pela CIA.

    Secretário-geral da OEA também é criticado

    Saab também atacou o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, pelas críticas às intimações do Ministério Público ao opositor Edmundo González para que ele se apresente para depor sobre o suposto crime de “usurpação de atribuições” do Conselho Nacional Eleitoral.

    González é investigado pelo MP venezuelano pela publicação de um site com atas eleitorais que a oposição diz ter recebido de seus fiscais partidários que estiveram nos centros de votação. Elas confirmariam a vitória ao candidato apoiado por María Corina Machado, com 67% dos votos.

    “Quem é você? Você literalmente é um promotor de golpes de Estado na América Latina”, disse o procurador-geral sobre Almagro.

    O secretário-geral da OEA, que já afirmou que pediria a prisão de Maduro para ao Tribunal Penal Internacional, disse, na segunda-feira (26), repudiar e condenar a intimação do MP a González.

    “Esta convocação não oferece garantias, é própria de sua atuação caracterizada pela perseguição política e violação sistemática dos Direitos Humanos. A atuação do procurador-geral e do sistema judicial continua sendo instrumental na repressão e opressão política”, postou Almagro.

    González será intimado pela terceira vez

    Nesta quarta, Saab informou que o candidato opositor, que faltou a duas intimações do MP na segunda e terça-feira desta semana, será convocado pela terceira vez.

    “Uma pessoa pode ser intimada em até três oportunidades. Ele não tem nenhuma imunidade excepcional além da que qualquer venezuelano tem”, disse.

    González, por sua vez, afirmou que o procurador-geral atua como um “acusador político” e que não há garantias de respeito a garantias legais nas intimações do MP venezuelano.

    *Com informações da Reuters

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