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    General dos EUA diz que Maduro “mina a vontade democrática do povo venezuelano”

    Governo americano afirmou anteriormente que há "evidências esmagadoras" de que candidato da oposição venceu eleição

    Phil Stewartda Reuters

    Uma general sênior dos Estados Unidos acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de minar a vontade democrática do povo do país após a eleição presidencial de julho, e disse que esse era um exemplo de como a democracia está sob ataque em todo o mundo.

    “A democracia e seus valores fundamentais continuam sob ataque globalmente e não precisamos olhar além da Venezuela, onde Nicolás Maduro continua a minar a vontade democrática do povo venezuelano”, afirmou a general Laura Richardson, comandante do Comando Sul dos EUA.

    O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou Maduro vencedor da eleição de 28 de julho, mas não publicou as contagens detalhadas dos votos. A oposição publicou suas próprias contagens mostrando vitória de seu candidato.

    Alguns países ocidentais e órgãos internacionais, como um painel de especialistas da ONU, pediram que a Venezuela divulgue as contagens completas.

    O governo dos EUA citou “evidências esmagadoras” de que o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez, recebeu a maioria dos votos.

    Falando na capital do Chile, Santiago, em uma reunião de líderes militares de toda a América Latina, Richardson culpou diretamente Maduro por causar a fuga de milhões de venezuelanos.

    Ela também falou sobre ameaças globais aos valores democráticos, incluindo campanhas de desinformação para “minar o tecido das sociedades democráticas”.

    Neta de Allende estava na reunião

    Também estava na conferência em Santiago a ministra da Defesa do Chile, Maya Fernandez, neta do ex-presidente socialista Salvador Allende, que foi deposto em um golpe militar na década de 1970 pelo general Augusto Pinochet.

    Esse golpe marcou o início de uma série de ditaduras favoráveis ​​aos EUA, que governaram grande parte da América do Sul até a década de 1980 e foram caracterizadas por prisões em massa, tortura e desaparecimentos.

    Fernandez não citou a Venezuela explicitamente, mas falou da necessidade de “respeito à autodeterminação e soberania de cada país”.

    Entretanto, o governo chileno adotou uma linha forte sobre a Venezuela, com o presidente Gabriel Boric no início deste mês rotulando o governo de Maduro como “uma ditadura que falsifica eleições”.

    O general da Força Aérea dos EUA C.Q. Brown, presidente do Estado-Maior Conjunto, também discursou no fórum, ressaltando a necessidade de trabalhar para preservar a democracia na região.

    “Este é um grupo comprometido em defender um sistema internacional que respeita a democracia e a soberania nacional”, destacou Brown, sem citar especificamente a Venezuela.

    Representantes venezuelanos não compareceram ao evento.

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