Identificação de ameaças via sistema da polícia de SC levou a 33 operações em um ano
Levantamento exclusivo revela que a Polícia Civil de Santa Catarina realizou 33 operações preventivas, resultando em 8 prisões e 18 mandados de busca e apreensão
A Polícia Civil de Santa Catarina implementou um sistema tecnológico inovador que tem se mostrado eficaz na prevenção de ameaças e ataques. De acordo com um levantamento, em que a CNN Brasil teve exclusividade, o sistema levou à realização de 33 operações policiais no período de um ano, resultando em oito prisões e 18 mandados de busca e apreensão.
O sistema, parte do laboratório de inteligência cibernética da polícia civil catarinense, foi instituído em agosto de 2022, após um trágico incidente em Blumenau, onde um homem invadiu uma creche e tirou a vida de quatro crianças. Desde então, tem sido uma ferramenta crucial na identificação e prevenção de potenciais ameaças.
Abrangência nacional e internacional
Embora o foco principal seja Santa Catarina, o sistema também identificou ameaças em outros estados brasileiros. São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Sul, Pará e Distrito Federal foram os estados com maior número de alertas. Surpreendentemente, o sistema também detectou quatro episódios no exterior, incluindo Portugal, México, França e Itália.
Um caso notável ocorreu em fevereiro deste ano, quando o sistema identificou um plano para lançar um artefato explosivo no Museu de Arte de São Paulo (MASP) durante uma manifestação na Avenida Paulista. A ameaça foi discutida em um fórum online conhecido por mensagens violentas contra grupos minoritários, e as autoridades paulistas foram prontamente informadas para tomar as medidas necessárias.
Resultados e ação preventiva
As 33 operações policiais resultantes da identificação dessas ameaças não se limitaram apenas a unidades de ensino. Foram registrados indícios de ataques a grupos, manifestações, prédios públicos e privados, totalizando 137 episódios. As ações incluíram não apenas prisões e buscas, mas também visitas às residências de autores de ameaças e, em casos envolvendo menores, conversas com os pais.
É importante ressaltar que os números correspondem a ameaças e incitações, não necessariamente a planos elaborados de ataques. O Ministério da Justiça, quando contatado, informou que esses dados são considerados sigilosos e não são divulgados para evitar estimular novos ataques no país.