Análise: Governos não se prepararam para queimadas
Lula assumiu o cargo com o discurso ambiental como uma de suas bandeiras, especialmente após criticar as queimadas durante o governo Bolsonaro
As reações das autoridades às queimadas são semelhantes: reuniões de emergência, gabinetes de crise, sobrevoos e entrevistas coletivas.
Isso ocorre em uma situação que já era prevista — e até evitável. Afinal, a era dos extremos climáticos é uma realidade bem estabelecida no país e no mundo.
No Brasil, os dados oficiais mostram que, só neste ano, houve quase 105 mil focos de incêndio, um número 75% maior do que em 2023, o primeiro ano do governo Lula.
Lula assumiu o cargo com o discurso ambiental como uma de suas bandeiras, especialmente após criticar as queimadas durante o governo Bolsonaro.
Sem poder mais culpar o antecessor, a principal aposta de Brasília é que os incêndios foram causados por criminosos.
Isso representa uma leve diferença em relação à linha adotada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que admite a possibilidade de incêndios criminosos, mas não acredita em ações articuladas e elege o clima como o grande responsável.
Enquanto as apurações avançam, o que fica claro é que ainda estamos aquém do preparo necessário para enfrentar essas situações.