Teotihuacán: a cidade anciã das pirâmides, no México
Nas proximidades da Cidade do México, Teotihuacán foi construída por uma civilização antecessora dos Maias e Astecas, chamados Teotihuacanes, por volta de 100 A.C...
Nas proximidades da Cidade do México, Teotihuacán foi construída por uma civilização antecessora dos Maias e Astecas, os chamados Teotihuacanes, que lá estiveram por volta de 100 A.C.
* por Ana Paula Viscaíno
A energia e a vibração do lugar são contagiantes. Conhecida como a “Cidade dos Deuses” ou “o Lugar Onde Alguém se Torna Deus”, é um passeio incrível que, sem dúvida alguma, vale um dia todo de visita. Espantosamente, as pesquisas arqueológicas apontam para uma civilização pacata que, ao contrário das demais mesoamericanas, não apresentava sinais de sacrifícios humanos ou animais, nem de manifestações de guerra. Não se sabe ao certo quem eram os Teotihuacanes, mas especula-se que chegaram lá aproximadamente em 100 A.C., com construções até por volta de 250 D.C., e foram obrigados a deixar sua majestosa cidade por volta de 800 D.C. Envolta em mistérios, também não se tem exato conhecimento do que levou à sua decadência, mas acredita-se que pode ter sido em virtude de infortúnios climáticos, como uma seca prolongada.
As curiosidades citadas pelos guias locais não param por aí. Foi uma cidade que em seu apogeu contava com aproximadamente 150 mil habitantes. Povo com tecnologia bastante desenvolvida, imenso conhecimento em geometria e astronomia, construíram pirâmides de adoração ao Sol e à Lua. Diz a lenda que a pirâmide da Lua suga a energia das pessoas e a do Sol a repõe.
A Pirâmide da Lua parece ser a mais importante para a civilização Teotihuacana, pois mesmo sendo menor, fica localizada no eixo principal da Calçada dos Mortos e a ela dá início, e é onde foi encontrada, uma estátua da chamada Deusa da Agricultura. A maior delas é a pirâmide do Sol, a terceira maior pirâmide do mundo. Fica a leste da pirâmide da Lua e foi construída de tal forma, e em tal angulação, que marca o início das 4 estações do ano, deixando uma sombra em suas paredes durante os eventos dos solstícios e equinócios.
Outra curiosidade interessante contada pelos guias locais é que qualquer soma que se faça da pirâmide do Sol resulta em 9. Sua altura é de 63 metros (6+3=9), sua inclinação é de 45 graus, são ao todo 243 degraus para se chegar ao topo, cada lado possui 225 metros de cumprimento, e por aí vai… Não se sabe ao certo a razão da fixação no número 9, mas o respeito e as superstições relativas ao número se mantêm até os dias atuais na cultura do povoado local.
Dentro do sítio arqueológico há o Museu do Sítio da Civilização Teotihuacana, cuja entrada custa 60 pesos mexicanos. Nele são expostas maravilhosas relíquias da civilização perdida. Localizado ao sul da Pirâmide do Sol, expõe trabalhos em pedra obsidiana, osso, cerâmica e conchas (embora a cidade esteja bem distante do mar).
Ainda dentro da zona arqueológica, fica a Calçada dos Mortos, o verdadeiro eixo central da cidade, bem como o seu centro cerimonial, estendendo-se de norte a sul, com 4km de extensão, ladeada por templos e palácios menores, como o Templo de Quetzalpápalotl, que significa “mariposa preciosa”. A zona arqueológica abrange uma área de aproximadamente 83 quilômetros quadrados e foi tombada como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1987.
A caminhada pela Calçada dos Mortos é longa, e as escadas que levam ao alto das pirâmides são extremamente íngremes e parecem não ter fim mas, sem nenhuma dúvida, vale a pena (e o esforço). A vista lá de cima é fenomenal, deslumbrante e dá a sensação de ter voltado no tempo, como se estivesse de volta à era teotihuacana.
* A jornalista viajou a convite da rede IHG e AeroMéxico