Turismo esportivo ganha espaço em mercado brasileiro e agências se especializam no setor

Turismo de aventura movimenta mais de R$ 2 trilhões no mundo e a tendência é o valor aumentar. Conheça histórias de quem une esporte, lazer e viagem e de agências especializadas no setor 

Agência brasileira ASL promove viagens para atletas amadores em diferentes países; Mallorca, na Espanha, é um dos destinos
Agência brasileira ASL promove viagens para atletas amadores em diferentes países; Mallorca, na Espanha, é um dos destinos Josue Fernandez

Daniela Caravaggido Viagem & Gastronomia

A prática de esportes para muitos é sinônimo de preguiça ou obrigação. Para outros, é estilo de vida e está associada diretamente ao lazer e prazer. Todo mundo tem aquele conhecido em suas redes sociais que antes das 7h já postou sua foto com o famoso “treino pago do dia”.

Esse número de amantes do esporte vem crescendo a cada ano. Segundo o último levantamento sobre o tema do IBGE, de 2020, cerca de 30,1% dos brasileiros praticaram alguma atividade física dentro do recomendado para OMS (Organização Mundial da Saúde), 150 minutos por semana, contra 22% do ano anterior.

O que não está mapeado dentro deste levantamento é quantas dessas pessoas têm o esporte como papel fundamental, diário e intenso dentro de suas vidas. Estas não são consideradas atletas profissionais porque seguem outras profissões para sua renda, mas usam seu tempo de lazer dedicado ao esporte – seja praticando, conversando sobre o assunto ou planejando viagens.

Sim. Essas pessoas também são aquelas que planejam suas férias tendo como objetivo principal a prática esportiva, seja por conta de provas de diversas modalidades ou passeios que usam o esporte como pano de fundo.

A gerente de marketing Deborah Teixeira é uma delas. Aos 27 anos, descobriu a Canoa Havaiana como um estilo de vida. Moradora de São Paulo, se apaixonou pela modalidade em uma viagem a Salvador, na Bahia – onde já voltou pelo menos 10 vezes para praticar o esporte em menos de dois anos.

Na capital paulista, encontrou um grupo de treino e ganhou grandes amigos que hoje chama de família. Suas últimas viagens foram dedicadas à canoa, e aproveitou é claro, para “turistar” por onde passa. Todo o litoral de São Paulo, Jericoacoara, no Ceará, e Rio de Janeiro são alguns dos cenários que o esporte já a levou. E o próximo destino já tem nome: Fernando de Noronha.

Deborah Teixeira e amigos que fez viajando pelo Brasil graças à Canoa Havaiana / Arquivo pessoal

“Para uma mulher de São Paulo, que não tem acesso ao mar de maneira tão fácil no dia a dia, a conexão com a natureza que o esporte proporciona é muito especial. Muitas cidades pelo Brasil têm uma cultura muito forte com essas modalidades de água. Automaticamente me apaixonei. Voltando para casa, achei um grupo aqui na cidade para treinar junto e foi a melhor coisa que fiz nos últimos anos. Comecei a fazer viagens muito legais, conheci lugares diferentes e ganhei amigos. Viajamos, remamos com paisagens lindas, comemos em lugares gostosos e vamos para a balada também – para acordar no dia seguinte e remar mais. Virou um programa social”, conta.

Deborah Teixeira em treino no Litoral norte de São Paulo. Publicitária já visitou a maioria de praias da região por conta do esporte / Arquivo Pessoal

Casal viaja para praticar de esportes na neve

Todo início de ano, a temporada na neve ganha força em destinos europeus e americanos. E apesar de serem vistos como atividades de lazer, o ski e snowboard são um esporte – e tem muita gente apaixonada que se dedica e treina para isso. Renata Vasconcellos e Fernando Caribé são uns destes entusiastas.

O casal usa suas férias há bons anos para aproveitar diferentes montanhas pelo mundo. O primeiro destino foi Cervinia, na Itália. Valle Nevado, no Chile; Zermatt, na Suíça; Val Thorens, na França; Aspen, nos Estados Unidos, entre outras cidades são os destinos escolhidos por eles, que se preparam com muita musculação antes de enfrentar os trajetos.

“Tentamos sempre mudar o destino para conhecermos lugares novos. Nossa rotina começa cedo. Acordamos por volta das 8h30 e esquiamos das 9h até 16h. Depois, conhecemos restaurantes e passeamos com calma pela cidade, mas acabamos dormindo cedo porque é bem cansativo”, ressalta Renata.

Renata e Fernando em Stowe, Vermont, nos Estados Unidos. Há anos o casal aproveita a temporada de inverno para praticar esportes na neve / Arquivo pessoal

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Turismo esportivo movimenta bilhões de dólares 

Esse interesse em praticar esporte fora das cidades natais – ou prestigiar algum evento do segmento – deu origem ao que são chamados de turismo de evento, turismo esportivo e de aventura.

De acordo com dados de um estudo realizado pela Travel Leaders Group e a Adventure Travel Trade Association, o mercado global de turismo de aventura movimentou US$ 683 bilhões (cerca de R$ 2,847 trilhões) pelo mundo em 2018, antes da pandemia. Este segmento compreende atividades de aventura feitas em espaços urbanos, naturais ou rurais, como trilhas, surfe, esqui, caminhadas, corridas, mergulho, entre outros.

No Brasil, uma pesquisa realizada pela startup Orbit Data Sience apontou que 18,7% dos brasileiros desejavam viajar e participar de eventos esportivos no Brasil ou no exterior em 2022.

Alpinismo, arvorismo, asa-delta, mergulho, paraquedismo, trilhas, remo, corrida são apenas alguns dos esportes praticados pelos brasileiros no turismo esportivo, segundo o Ministério do Turismo.

Além de possuir muitas belezas naturais e uma cultura histórica poderosa, muitos destinos escolhidos para viagens no Brasil são focados na prática esportiva e de aventuras.

O Rio de Janeiro, por exemplo, pela terceira vez consecutiva recebeu o título de melhor destino da América do Sul em turismo de esportes pela “World Travel Awards”, iniciativa global que reconhece a excelência em viagens e turismo.

Responsável por sediar grandes eventos do segmento, a Cidade Maravilhosa também oferece diversos cenários para os amantes das práticas esportivas, como o voo livre na Pedra Bonita; surfe, windsurfe e iatismo na Baia de Guanabara; Kitesurfe na Barra da Tijuca, além de trilhas no morro Dois Irmãos e na Transcarioca (maior trilha urbana do País, com cerca de 180km), maratonas, vôlei de praia e futevôlei.

O aplicativo Strava, uma plataforma social para atletas que conta com mais de 100 milhões de usuários pelo mundo, destacou em seu relatório anual (Year In Sport) que a capital fluminse foi também a segunda cidade, atrás apenas de Paris, a ter o maior número de pessoas realizando trajetos para o trabalho de bike.

Os destinos mais escolhidos por brasileiros na plataforma

O levantamento do aplicativo mostrou ainda quais são as novas rotinas de seus usuários, desde a popularidade dos esportes de trilha até a mudança dos padrões de deslocamento e da forma como as pessoas compartilham aspectos das suas vidas com os amigos por meio da tecnologia e das atividades de grupo.

Após dois anos de confinamento, o Strava apontou que as viagens internacionais para a prática de esporte estão em crescimento e ganham destaque no balanço. No último ano, houve um aumento de 101% nas atividades carregadas no aplicativo fora dos países de origem dos usuários.

No exterior, os países onde os brasileiros mais registraram atividades físicas foram: Estados Unidos, Portugal e Espanha. Para os brasileiros, o ciclismo e a caminhada estão entre as atividades mais executadas fora do país.

Os locais mais visitados para a prática de ciclismo foram: Ilhas Baleares, na Espanha, seguidas pela região Flamenga da Bélgica e pelo Trentino-Alto Ádige, situado no extremo norte da Itália. Já para a corrida, as prefências foram: Las Palmas, capital de Gran Canária; Londres, no Reino Unido; e as Ilhas Baleares.

“O relatório Year in Sport deste ano mostra a importância das atividades físicas em grupo. Além do aspecto social, o esporte coletivo incentiva os atletas a irem mais longe e a alcançarem novas metas. Para nós do Strava, é incrível ver o aumento de números como a participação feminina na prática esportiva e estamos ansiosos para o próximo ano”, diz Rosana Fortes, senior country manager do Strava.

Melhor brasileira na maratona de Tokyo viaja o mundo para correr

Ainda segundo o levantamento do Strava, no Brasil houve um aumento de 56% no número de atividades praticadas por mulheres em comparação ao ano de 2021. A porcentagem de corredores que completaram uma maratona quase duplicou em comparação ao mesmo ano, mostrando que os atletas da era pandêmica continuam investindo na modalidade.

No Brasil, o aumento no número de concluintes dos 42,195 quilômetros foi de 100% em diversas cidades.

Nome conhecido na corrida de rua paulistana, Valéria Mello, conhecida como Valery, é inspiração para muitos que buscam suas primeiras medalhas. A contadora de formação soma hoje quase 300 mil seguidores em seu Instagram, onde compartilha momentos com o esporte desde 2011.

Ganhou notoriedade de grandes marcas esportivas por sua história, foco e disciplina, e conheceu lugares no Brasil e no mundo que jamais imaginaria por conta da corrida – foram até agora cerca de 10 países e 50 cidades correndo, seja disputando provas ou apenas colocando o tênis na mala e curtindo cada trajeto.

Valery correu sua primeira maratona em São Paulo, mas foi no Rio que conquistou o tão sonhado índice para Boston há alguns anos / Arquivo pessoal

Neste ano, Valery teve uma conquista que ficará para sempre em sua memória: correu a maratona de Tokyo, no Japão. Só faltava esta prova para ela completar as chamadas “Six Majors”, consideradas as maiores maratonas do mundo.

Ela havia colocado esse grande objetivo em sua vida em 2015, quando ainda não havia corrido nenhuma maratona. Viu mulheres comemorando esta conquista e mentalizou que chegaria lá. Entre 261 brasileiros na prova, que aconteceu na primeira semana de março de 2023, foi a melhor colocada.

O caminho, entretanto, foi longo para chegar à sonhada mandala – medalha dada aos poucos que conseguem completar essas seletas provas realizadas nas cidades de Nova York, Chicago, Boston (EUA), Berlim (Alemanha), Londres (Reino Unido) e Tokyo (Japão).

Entre 10 mil km rodados focados nestas provas, 40 horas de espera entre voos e deslocamento e 84 horas voando passava um filme em sua cabeça de tudo o que havia vivido para chegar até lá – desde a primeira prova, em 2013, em São Paulo, passando por tantas outras pelo Brasil, além de grandes desafios em sua vida pessoal, como a dura perda de seu marido em 2017 para uma doença degenerativa.

Valéria Melo ganhou uma medalha especial após completar as principais maratonas do mundo em Boston, Berlim, Chicago, Nova York, Tokyo e Londres / Arquivo pessoal

Com muitos amigos, apoio e vontade de se sentir cada vez mais viva, se manteve em pé para enfrentar sempre a próxima linha de chegada – que foram muitas, em lugares que jamais sonharia correr e conhecer como Honolulu, no Havaí, além de destinos nacionais nada óbvios  para a prática de corrida, como Chapada nos Veadeiros (GO), Alter do Chão (PA) e Jalapão (TO).

A corredora faz sua programação para curtir cada lugar que a corrida a leva. Recorre a vídeos no Youtube para entender os melhores pontos para se visitar e aproveitar ao máximo da experiência em cada local com os dias que terá disponíveis. Até quando a viagem não tem uma prova oficial, faz questão de  conhecer a cidade em que está de sua forma preferida: correndo.

“Para mim, praticar esportes é como escovar os dentes. Conhecer cidades pela corrida é uma outra conexão. Até quando eu tenho um evento fora da cidade – seja casamento, festa ou viagem com amigos – o tênis sempre está na mala”, ressalta.

“Quando eu comecei a correr, não imaginava que existia essa ligação do turismo com o esporte. Fui aprender depois que entrei na minha assessoria de corrida e foi perfeito. Tive muitas situações mágicas na vida que me levaram a conhecer esses lugares que antes achava impensável, mas percebi que com muito planejamento é possível realizar esses sonhos. Tenho 41 anos e quero conhecer lugares novos pela minha vida toda – claro, correndo”, enfatiza.

Médica completa 14 Ironmans em diferentes países

A médica Luciana Haddad, por sua vez, dedica grande parte de seu lazer ao Triathlon – prática esportiva que mistura corrida, ciclismo e natação.

Começou a correr aos 30 anos, após voltar de um período morando na França e avaliar que estava acima de seu peso. Brinca que foi mordida pelo “bichinho da corrida” após participar de uma prova de 10 km e foi evoluindo aos poucos.

Teve dois filhos, procurou uma assessoria esportiva até chegar em sua primeira maratona, em 2013. O lugar não podia ser mais especial: Paris (França), a cidade que deu o pontapé para a sua mudança de estilo de vida. No mesmo ano, completou a maratona de Chicago (Estados Unidos) e não parou mais.

Em 2014, começou no Triathlon – que também a levaria para lugares inimagináveis em sua vida. Conheceu seu marido por conta da modalidade e, sempre com ele, viaja o mundo para praticar esportes e dá um jeitinho de aproveitar a parte turística.

Além de participar de diversas provas menores, completou 14 Iromans – prova em que o atleta precisa nadar 3.800 km, pedalar 180 km e ainda completar uma maratona (42,195 km) – e pôde conhecer de maneira diferente diversas cidades do Brasil, além de países como México, África do Sul, Argentina, Canadá, Alemanha, Inglaterra, Áustria, entre outros.

O estilo de vida passou de pais para filhos, que também adoram se aventurar nas viagens com eles sempre que possível. Como em 2018, quando Luciana e Marcelo resolveram se casar. É claro que a escolha do destino teria de ser a cara deles: o Havaí, onde uma prova de Iroman aconteceria na mesma semana em Kona.

As quatro crianças, sendo dois filhos de Luciana e dois filhos de Marcelo de relacionamentos anteriores, foram torcer pelos pais e, de quebra, presenciaram um dos momentos mais inesquecíveis para eles.

Os triatletas amadores Luciana e Marcelo se casaram no Havaí, onde disputariam dias depois um Iroman / Arquivo pessoal

“A gente sempre planeja nossas viagens com as crianças independente de prova, mas acabamos envolvendo o esporte de alguma forma, seja indo esquiar, seja indo para montanha fazer trilhas ou caminhar. Uma das viagens mais especiais foi o nosso casamento. Eu e Marcelo fomos correr o Ironman no Havaí e decidimos que lá seria também o lugar que casaríamos. As crianças foram para a viagem e foi muito divertido. Casamos em uma segunda-feira e o sábado seguinte já era a prova”, lembra.

Luciana e Marcelo com a família, após se casarem no Havaí e completarem o Iroman no local / Arquivo Pessoal

Seu último “Iron”, em 2022, foi disputado em um local diferente, de forma proposital: o Alasca, nos Estados Unidos, conhecido por suas baixas temperaturas no inverno e águas geladas em qualquer época do ano. A médica traçou como meta o destino para sua volta às provas após sofrer um grave acidade na ciclovia de São Paulo em 2021.

“O Alasca era um destino turístico que queríamos muito conhecer. Treinei muito para as condições, mas o clima era muito diferente. Não estava no inverno, mas a água era extremamente fria. Foi uma prova muito dura, mas a viagem em si foi incrível – uma das mais legais que fizemos. Nos planejamos para ficar 15 dias, alugamos um motorhome e conhecemos lugares maravilhosas”, ressalta.

Média Luciana Haddad pedalando no Alasca, onde completou seu décimo quarto Iroman / Arquivo pessoal

“Eu gosto muito de organizar nossas viagens, pensar na logística. Essas que envolvem provas são sempre mais complicadas por conta da bike. Tenho 30 dias de férias e geralmente faço duas viagens maiores por ano de 15 dias e também aproveito os feriados prolongados. Em Mendoza, na Argentina, por exemplo, pegamos o feriado de 7 de setembro e conseguimos aproveitar muito as vinícolas da região. Com planejamento adequado, é possível conhecer muito lugar legal”, enfatiza.

Luciana se emociona ao completar um Iroman no Alasca, um dos seus destinos preferidos até agora / Arquivo Pessoal

As agências de turismo esportivo

O mercado do turismo esportivo conta com facilitadores para que a viagem se torne o mais produtiva possível. Há aquelas agências que organizam viagens em grupos e montam roteiros – baseado em provas e também no turismo – e também aquelas dedicadas a fazer com que o atleta não se preocupe com nada além de seus treinos.

A Sub-4 Turismo Esportivo, por exemplo, nasceu de um projeto de conclusão de curso de marketing esportivo de 2011. Naquele ano, o fundador Henrique Farias vislumbrou que era um nicho com potencial de crescimento em um futuro próximo – e acertou. Em 2022, mais de 2.000 clientes foram atendidos por ele.

“De lá para cá, o mercado da corrida Rua e Montanha vem crescendo muito. Fomos nos ajustando nos últimos anos para incluir, além do esporte, experiências locais aos participantes do grupo. Nossos roteiros buscam explorar o destino da melhor forma, além de dar todo o suporte na parte esportiva.”, ressalta Henrique.

Grupo da agência Sub4 Turismo que fez a maratona de Manaus e conheceu a cultura local / Divulgação

Para 2023, a agência já tem mais de 50 grupos programados distribuídos entre América do Sul, Estados Unidos e Europa. Todos os grupos são limitados e há diferentes tamanhos. Henrique destaca que os pacotes mais procurados são para: Maratonas do Rio de Janeiro, Florianópolis e Porto Alegre, provas de Buenos Aires e Mendoza (Argentina); Montevideo (Uruguai), se estendendo para Paris (França); Lisboa (Portugal); Praga (República Checa), Valência (Espanha).

“Nosso passageiro tem uma única preocupação: treinar. O restante, desde aéreo, hospedagem, traslados, passeios e inscrições são com a gente.”, enfatiza. A agência tem à disposição diversos roteiros e esportes, que vão desde os tradicionais até os que envolvem aventura.

Grupo da agência em Lisboa, na Torre de Belém, um dos principais pontos turísticos de Portugal / Divulgação

No mesmo nicho, mas com produtos diferentes, outra agência que ganha destaque no meio esportivo é a brasileira ASL (Athlete Superior Logistics).

Seu fundador, Petrus Ravannazo, trabalhava com logística de delegações e atletas profissionais e era admirado por todos pelo seu trabalho. Começou a ser abordado por amigos esportistas com o pedido de passar a organizar também a viagem deles. Petrus também é triatleta e ciclista amador – viajou para mais de 36 países por conta do esporte – e, além da experiência profissional, sabe todos os pontos de atenção que uma viagem dessas acaba envolvendo.

Cedeu ao pedido e passou a organizar então viagens para grandes maratonas pelo mundo. Entretanto, viu que seu foco deveria ser outro. Gostaria de oferecer produtos que fizessem a diferença e entendeu que na corrida já havia muita oferta e pouca margem para oferecer algo diferente do que já existia.

“Muitos corredores acabam buscando as agências por conta da facilidade de inscrição para provas disputadas – as agências possuem uma cota para isso. Eu não queria oferecer inscrição, queria que as pessoas viessem até nós pela experiência que daríamos a elas. Hoje, não fazemos mais corrida por entender que há mais facilidade dos corredores chegarem aos locais de prova. Já o triatleta, por exemplo, precisa pensar mais em termos de logística, de como levará sua bike, qual traslado vai utilizar, entre outros detalhes”, ressalta.

A aposta também deu certo. Com faturamento de R$ 8 milhões anuais, a ASL desenvolveu produtos diferentes e, além de promover viagens para disputa de provas, organiza também Trainings Camps para ciclismo e Triathlon.

Neste tipo de viagem, que pode durar até quatro semanas, o turista passa por treinamentos e experiências diferentes em grupo. Os destinos são escolhidos a dedo pela agência. Mallorca e Girona, na Espanha, são alguns deles. Lá, a ideia é que os atletas amadores passem pelas mesmas experiências de um atleta profissional, desde a logística até a parte de recuperação, com massagistas e fisioterapeutas à disposição – há espaço para todos os níveis.

“Organizamos também viagens de Réveillon para a Colômbia, que tem uma pegada mais leve, além de termos também grupos de viagem para a neve, com foco para esses tipos de prática esportiva. Somos especialistas em viagens de ski dos resorts do Club Med. Sempre procurei inovar e trazer as melhores tendências para a empresa. Quem nos procura, com certeza terá um produto diferenciado”, finaliza.

Empresa oferece experiência de atletas profissionais a amadores, que querem conhecer o mundo praticando esportes / Josue Fernandez