St. Petersburgo, a capital cultural russa
St. Petersburgo, que foi capital da Rússia durante a segunda dinastia dos czares, tem uma riqueza tão grande que é impossível aproveitar tudo em uma única viagem.
Construída pelo Czar Pedro I (Pedro, o Grande), St. Petersburgo foi criada no início do séc. XVII para ser o acesso da Rússia ao mar. O monarca quis trazer um pouco da Europa para a Rússia, por isso usou arquitetos e artistas europeus para construir a cidade, em 1713. São Petersburgo é um retrato da adoração de Pedro, o Grande, pela cultura e arquitetura europeia.
Visitar a Rússia é ter uma aula de história, de política e encher os olhos de edifícios espetaculares. Com construções suntuosas e muitos monumentos, a chamada Veneza do Norte, pelos canais que cortam a cidade, ou capital cultural da Rússia, encanta por sua beleza e elegância. É uma das mais fantásticas cidades que já visitei, assim como Moscou.
Os locais dizem que St. Petersburgo é a Rússia sofisticada e que muito a diferencia do restante do país. Eles têm uma certa razão, ainda mais quando observa sua sofisticação nos edifícios que têm na cidade, com poucas construções exóticas que podem muito ser vistas em Moscou.
Na avenida principal da cidade, Nevsky, são dezenas de palácios suntuosos, igrejas e outras construções históricas, que lado a lado formam um impressionante corredor por quilômetros. A avenida “nunca dorme”, já que a maioria dos restaurantes e bares funcionam 24hs.
O que você precisar saber antes de visitar a Rússia
O que visitar?
Entre os destaques da cidade, está o Hermitage, terceiro maior museu do mundo. É um fascinante complexo de cinco prédios históricos, incluindo o Palácio de Inverno, residência oficial dos imperadores. Possui um fantástico acervo, de egípcio a impressionista, com destaque para obras de Leonardo da Vinci, Velazquez, Rembrandt, entre outros.
A Igreja do Salvador do Sangue Derramado, ponto mais visitado da Rússia, foi construída em 1883 em honra ao Imperador Alexandre II, no local onde ele foi assassinado (por isso o nome), por seu filho Alexandre III, o novo imperador, ou “tsar”. Foi o local exato onde o monarca morreu, atingido por uma bomba, em 1959. Alexandre II defendia o fim da escravidão, que naquela época atingia 70% da população. Em 1861, se deu início a abolição da escravatura. Curiosidade: o imperador tinha uma constituição pronta no bolso quando morreu e que ainda não estabelecida na Rússia.
A igreja é muito decorada e é a única do mundo que é coberta por mosaico por dentro e por fora, resultando numa área de 7 mil metros quadrados de mosaicos. Esse foi o primeiro prédio da cidade erguido numa base de concreto completa. Isso foi uma medida necessária, pois a igreja fica perto do canal Griboedov. Aqui é um exemplo da arquitetura russa: colorida, exagerada nos detalhes e suntuosa.
Único museu privado na Rússia a ter reconhecimento federal, o Museu Fabergé ocupa um lindo palácio, que pertencia à família Narishkin. Curiosidade: durante a revolução foi uma biblioteca e casa de “reunir os amigos soviéticos”. A empresa já existia há 40 anos quando recebeu o pedido da família imperial para fazer o primeiro ovo, de uma pedra local ágata de leite. Os Czares, a começar por Alexandre II, encomendaram mais de 50 ovos imperiais. No museu, tem somente 13. Alguns estão no Kremilin, em Moscou, e os demais foram roubados ou perdidos. Um incêndio em 1917 na loja Fabergé destruiu todos os croquis e esboços.
Já o Palácio Yussupov era considerado uma das mais luxuosas casas da nobreza. Ocupa um lugar importante na história, pois foi onde Rasputin, conselheiro de Alexandra, esposa do Czar Nicolau II, foi assassinado. Rasputin era o único que acalmava a dor do filho enfermo de Alexandra (diziam que era bruxo), Nicolau ficava muito longe nas guerras e a extrema confiança de Alexandra em Rasputin deu ao conselheiro muitos poderes. Ele era escandaloso e muito dissimulado na forma que indicava cargos, sem qualquer critério, e virou uma figura lendária na Rússia. O palácio é lindo e vale a visita – destaque para o teatro particular da família, uma joia da arquitetura russa!
Igreja de Santo Isaac – Iniciou a construção com Alexandre I, em 1818, terminou em 1848 com Nicolau I, seu irmão. Igreja ortodoxa, construída por um arquiteto francês Ausgute Montferran. Foram 401 kg de ouro na construção da igreja mais cara da história da Rússia. Destes, 101kg na cúpula o restante no interior que tem estilo barroco russo (leia-se um barroco ainda mais rebuscado com detalhes, muitos dourados e pedras). Colunas gigantes de pedras malaquitas e lápis lázuli, que no séc. 19 era usada somente para joias. O objetivo era mostrar a riqueza dos imperadores. Além de visitar a Catedral de Santo Isaac, a visita na cúpula é imperdível, porém só tem acesso se agendada com antecedência.
Catedral de Nossa Senhora de Cazã – Inspirada no Vaticano, líder da guerra está enterrado lá dentro. Muito popular pela alta sociedade para casamentos.
Igreja de Santa Optina (Optina Putin Monastery) – São mais de 500 igrejas espalhadas por St. Petesburgo, sendo mais de mil na região de Leningrado (apesar do nome da cidade ter mudado, o seu entorno continua com o nome antigo). Esta igreja, Optina Monastery, foi usada como pista de patinação no gelo pelos atletas russos. Era a forma do governo comunista rebaixar a importância da Igreja.
Fortaleza/ Catedral São Pedro São Paulo – Onde os imperadores estão enterrados. Antes era o limite da cidade e foi construída para proteção da antiga cidade.
Arredores de St. Petersburgo
Peterhof (40 minutos de St. Petersburgo)
A uma hora de St. Petersburgo está a cidade de Peterhof e vale a visita. Peterhof também dá nome à residência de campo do imperador Pedro I, o Grande, em frente para o mar Báltico, no golfo da Finlândia. Pedro tinha fobia de grandes lugares, por isso seus Palácios eram casas bem pequenas. Detalhe: ele tinha 2,04m de altura. O pequeno palácio de Pedro também é aberto à visitação e fica dentro do enorme complexo, cercado de lindos jardins. Muitos dos prédios aqui tiveram que ser restaurados e reconstruídos, após a Segunda Grande Guerra Mundial.
Usado por suas gerações seguintes, o Palácio Grande foi construído pela sua filha, Isabel. A Imperatriz Isabel, filha de Pedro, o Grande, adorava festas e construiu neste palácio grandes salões de recepção. Ela tinha “apenas” 15 mil vestidos em seu “closet”, sem nunca ter repetido nenhum, e milhares de sapatos.
Palácio Catarina (1h de St. Petersburgo)
Visitar o Catherine Palace é presenciar uma explosão de cores e detalhes que saltam aso olhos. Ele fica na cidade de Pushkin, a uma hora de St. Petersburgo, e é mais um local imperdível; para visitação. Casa de verão dos czares, foi um presente do Pedro, o Grande, para sua esposa Catarina I. A cada nova geração foi expandido, tendo seu máximo sob o governo de Catarina II, a Grande (ela era alemã, virou Romanov após seu casamento. E conspirou a morte do marido Pedro III, que era um péssimo governante).
Catarina, a Grande, criou a primeira universidade para as mulheres e fez um excepcional governo em todos os segmentos, educação, políticas, guerras. Era muito amiga de Voltaire e outros intelectuais e os consultava.
Não deixe de contemplar a grande sala de recepção de Catarina, a Grande. Imagina uma festa em uma sala de ouro? São mais de 480kg utilizados em suas paredes, em um ambiente totalmente restaurado e reconstruído.
Fotos: Daniela Filomeno