Restaurantes e passeios em Salvador, na Bahia
Há gratas surpresas gastronômicas, sempre regadas à pimenta, azeite de dendê, banana da terra e farofa, além de imperdíveis passeios culturais e à beira-mar
O coração da Bahia bate forte em Salvador, sua capital, e para do além do mar em tons de verde, dos pés na areia, das lendas sobre as sereias, da poesia – e casa – de Jorge Amado e das músicas de Dorival Caymmi, a cidade reserva sabores e saberes bem especiais. Pelourinho, Igreja Nosso Senhor do Bonfim, Sorveteria da Ribeira e o Elevador Lacerda são points que devem estar na sua listinha de lugares imperdíveis. À ela, vale adicionar estes listados abaixo, destinos gastronômicos e culturais que vão fazer sua passagem pela cidade ainda mais inesquecível. Ah, de antemão, avisamos: mancha de dendê não sai!
Restaurante da Casa de Tereza
Você não foi à Salvador se não pousou no Casa de Tereza, restaurante da chef Tereza Paim. A espaçosa casa amarela de janelas amplas guarda uma cozinha baianíssima, de tempero na medida e sabores inesquecíveis, tudo preparado sob o olhar atento de Tereza, ligada em todas as movimentações que acontecem ali: as dos fogões e as dos clientes. Localizada no coração do Rio Vermelho, o restaurante é dividido em 5 ambientes: recepção, que ostenta uma grande imagem de Iemanjá e é onde os clientes se acomodam em dias de casa cheia, o que acontece com frequência; a sala Iemanjá com mesas que foram pintadas por 11 artistas plásticos baianos inspirados pelo orixá; a sala Bel Borba homenageando esse artista plástico no qual Tereza é fã; sala Terreiro em referência ao candomblé; e o espaço Barroco, um tributo as igrejas da Bahia. A cozinha prepara lindamente moquecas de camarão, o famoso fumeiro com carne suína e molho de laranja, além de frutos do mar. Há opções para vegetarianos e veganos. Para beber, experimente o drinque Tereza Paim feito de limão, caju, cravo e gin. De sobremesa, vá de cocada com rapadura e cachaça. Não deixe de visitar a vendinha com uma variedade de produtos típicos, artesanato e ingredientes que Tereza serve em suas mesas, como farofas, pimentas e a deliciosa cocada.
Rua Odilon Santos, 45 – Rio Vermelho
Ilha dos Frades e Restaurante da Preta
Que tal um dia na Ilha? Nossa sugestão é que você suba a bordo de uma lancha e vá rumo a Ilha dos Frades, cerca de 25 minutos sobre a água salgada. Aproveite a travessia para apreciar a belíssima vista de várias outras ilhas que moram na Baía de Todos os Santos. Chegando pertinho, muito barcos aproveitam o mar calmo para ancorarem e, no beira-mar, é possível mergulhar e curtir a natureza ao redor. Para o almoço, vá ao Restaurante da Preta, localizado na praia de Nossa Senhora de Guadalupe e point obrigatório na região. Preta, a chef, comanda os fogões, que preparam culinária típica da Bahia. Comece com o queijo de cabra e a saladinha de agrião com bolinhas de melancia, pistache e geleia de pimenta. Prossiga o almoço com a moqueca, salada de siri e nhoque fruta-pão. Não vá embora sem experimentar a farofa de banana da terra com biju. Deliciosa! A decoração vale ser contada também. Guarda-chuvas coloridos e a natureza fazem as vezes de sombra e, de quebra, dão charme ao espaço, que tem decoração também feita com sobras de lixo, garimpados por Preta.
Casa do Carnaval da Bahia
A festa popular mais famosa do mundo ganhou um museu pra chamar de seu. Um antigo pavilhão da Polícia Militar deu vida a Casa do Carnaval da Bahia, localizada no centro histórico de Salvador, ao lado da Catedral Basílica. A curadoria do projeto é do artista, designer e cenógrafo Gringo Cardia junto com o professor doutor em Cultura Contemporânea e vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, um dos maiores especialistas sobre a festa. O grande diferencial é a interatividade, entregue aos visitantes por meio de diversos recursos multimídia. No primeiro compartimento, o foliã0-visitante encontra uma biblioteca de livros relacionados ao Carnaval, a Salvador, suas artes e tradições e ainda 200 bonecos feitos de cerâmica que representam figuras típicas da folia. Depois, é a vez de conhecer a Sala da Criatividade e Ritmos do Carnaval que detalha a diversidade presente no carnaval baiano. Com luzes, refletores e fitas de LED, o espaço toca músicas características da festa o tempo todo e dá acesso a diversas vitrines com objetos inéditos cedidos por artistas, como as luvas coloridas usadas pela cantora Daniela Mercury na capa do álbum Canto da Cidade e o figurino da dançarina Carla Perez quando integrava o balé do grupo É O Tchan. Há também decorações antigas e atuais, instrumentos e toda a memória da folia contada através de arquivo material, adereços, esculturas, vídeos e áudios. Depois de atualizar seus conhecimentos, suba até o terraço, tome um café e aprecie a bela paisagem para a Baía de Todos os Santos.
Aberto para visitações de terças a domingos, das 11h às 19h. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada).
Praça Praça Ramos, s/n – Pelourinho
Restaurante Maria Mata Mouro
O nome tem poesia – foi inspirado no livro “Tu não te moves de ti”, da escritora Hilda Hilst, em que a personagem Mata Mouro sentia muito prazer quando comia – e a arquitetura também: tem paredes construídas de taipa de pilão, técnica empregada na construção dos primeiros muros de defesa de Salvador, em 1549. Já o cardápio, faz história: moquecas, bacalhau, folhado de camarão e mais delícias da culinária regional.
Rua da Ordem Terceira – Pelourinho