O que fazer em Buenos Aires: 8 dicas para uma primeira viagem

Cosmopolita, tradicional, gastronômica e cultural: esses são apenas alguns dos adjetivos que descrevem Buenos Aires. A capital da Argentina tem entrado cada vez mais na lista de destino desejo dos brasileiros e dá conta de oferecer diferentes roteiros para todo o tipo de gostos e bolsos.

Mas o que fazer em uma primeira viagem à Buenos Aires? Independente de que tipo de turista você é, ver a Casa Rosada e a Floralis Genérica estão entre pontos quase “obrigatórios” no seu roteiro, mas há muito mais para descobrir pelos diversos cantos da cidade, seja pelos olhos ou pelo estômago, já que a gastronomia (das boas!) é palavra forte por aqui.

Confira a seguir 8 sugestões de passeios e experiências para uma primeira visita a Buenos Aires:

Caminhar pelo centro de Buenos Aires

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O centro de Buenos Aires concentra muitas atrações que devem estar no seu roteiro. Aliás, é um bom ponto de partida para entender e reconhecer símbolos da capital. A dica é andar a pé, começando pela Avenida 9 de Julio, uma das artérias mais importantes da cidade.

Não demorará muito para encontrar o imponente Teatro Colón, uma bela casa de óperas de 1908 que possui visita guiada todos os dias (com opção em português) com a história e curiosidades do local – não deixe de checar também a programação de apresentações.

Alguns passos à frente e ali está ele: o Obelisco, que se ergue a 68 metros de altura no cruzamento das avenidas Corrientes e 9 de Julio. Inaugurado em 1936, o monumento é uma homenagem ao quarto centenário de fundação da cidade.

Alguns quarteirões adiante e você cairá na Avenida de Mayo, onde fica o clássico Café Tortoni, aberto em 1858 e que preserva sua fachada de pegada europeia.

As portas do café ficam fechadas e uma fila de turistas se forma do lado de fora à espera de uma mesa. Uma vez no salão, as mesas de mármore, as cadeiras estofadas, os quadros, espelhos e lustres transportam os visitantes para um passado chique. É uma dica de paradinha rápida para um café e um doce porteño.

De volta à avenida, ela desemboca na Plaza de Mayo, lar da Casa Rosada, um dos cartões-postais de Buenos Aires. Sede do Governo Nacional, é outro ponto para selfies e fotos, mas ela vai além do exterior: é possível fazer visitas guiadas dentro do edifício e também conhecer gratuitamente aos finais de semana o Museu do Bicentenário, com 12 mil peças, inclusive de presidentes argentinos, que conta um pedaço da história do país.

Além da Casa Rosada, surpreendem também construções nas redondezas da praça, como a Catedral, a grandiosa sede do Banco de La Nación Argentina e o Cabildo, sede da administração colonial que ocupa o mesmo lugar desde 1580.

Ainda pelo centro vale a passada nas Galerías Pacífico, não somente pelas compras no shopping, mas por conta de sua bela arquitetura de ares franceses do século 19 e dos afrescos nas cúpulas internas. O shopping, inclusive, fica na Rua Florida, um calçadão repleto de lojas e muita movimentação.

Passear por Recoleta

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Recoleta é um dos bairros mais charmosos e elegantes de Buenos Aires, em que é nítida a influência europeia pelos edifícios do bairro. Andar por aqui é se surpreender com as construções e dar de cara com atrações superconhecidas.

A começar, um dos pontos mais visitados de Recoleta é justamente seu cemitério, onde estão enterradas figuras ilustres da história argentina, como Eva Perón, a Evita. O cemitério, datado de 1822, ganha destaque pelos seus imponentes e abastados mausoléus e abóbadas. A entrada é gratuita e há opção ainda de visita guiada.

Não muito longe fica mais outro cartão-postal da cidade: a Floralis Genérica, escultura de 20 metros de altura e 18 toneladas que domina a paisagem da Praça Naciones Unidas – é mais um dos pontos bons para fotos e caminhadas.

Recoleta ainda é lar para o Museu Nacional de Belas Artes, que possui admissão livre e abrange um acervo de mais de 12 mil peças que contempla até obras de Picasso, Van Gogh, Manet e Degas.

Visitar a livraria El Ateneo Grand Splendid

Poderia ser mais uma livraria comum (quase uma raridade hoje em dia), mas a El Ateneo Grand Splendid vai além: ela ocupa um antigo teatro de 1919 e recheia seu interior com inúmeras prateleiras de livros.

Considerada uma das livrarias mais bonitas do mundo por diversas publicações, a decoração segue intacta, com cúpula decorada com afrescos e varandas originais. Hoje, o palco com a cortina de veludo dá lugar a um bar e café e no subsolo há um setor dedicado aos livros infantis.

Nas redondezas de Recoleta, o local tem entrada gratuita, claro, e é difícil não ficar seduzido a levar um livro para casa.

Se deliciar por restaurantes e bares em Palermo e depois caminhar pelo bairro para fazer a digestão

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Quando se fala de Buenos Aires, quase sempre também se ouve sobre Palermo. A grande região é uma das mais conhecidas da capital e abriga divisões menores, como Palermo Hollywood, Palermo Soho, Palermo Chico e Palermo Viejo, por exemplo.

Um dos grandes destaques de Palermo é sua cena gastronômica: vários restaurantes e bares considerados os melhores da Argentina e da América Latina ficam por aqui, portanto é uma região para ser descoberta com olhos e boca.

O melhor restaurante da Argentina segundo o ranking 50 Best fica aqui: o Don Julio, conhecido mundo afora pela sua excelência em carnes. O El Preferido de Palermo é outro endereço recomendado, o qual serve uma cozinha porteña contemporânea pautada em ingredientes sazonais.

Ainda há a parrilla asiática Niño Gordo, uma experiência imperdível na cidade, assim como o Mishiguene, que faz uma cozinha de imigrantes, em que serve pratos de influências judaicas sob uma ótica porteña.

Na seara dos bares há o criativo TresMonos, o badalado CoChinChina e o temático e escondido Uptown, que imita uma estação de metrô nova-iorquina com direito a vagão e catracas.

Mas além da comida, um dos pontos mais visitados por turistas na primeira vez à cidade é o Jardim Japonês, que exala tranquilidade em Palermo. Inaugurado em 1967, o parque tem várias espécies vegetais, um lago com carpas, uma ilha e várias pontes e esculturas relacionadas à cultura japonesa.

Conhecer Puerto Madero

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Puerto Madero é ideal para ser percorrido a pé, seja de dia ou de noite. É uma área que se destaca por arranha-céus modernos e calçadão à beira da água.

Não muito longe do centro de Buenos Aires, Puerto Madero ganha destaque ainda com seus restaurantes, muitos deles nas antigas docas do porto, o que garante vida e novos usos ao local.

Um dos símbolos de Puerto Madero é a Puente de la Mujer, que liga uma ponta a outra do canal e ganha destaque pelo apelo contemporâneo, com projeto do célebre arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o mesmo por trás do futurista Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

Nas águas do canal de Puerto Madero estão dispostos barcos-museus da Marinha Argentina. A região ainda é lar para alguns núcleos de arte contemporânea, como o Centro de Arte Contemporânea e a Coleção de Arte Amalia Lacroze de Fortabat.

Conferir o Abaporu no MALBA

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O Museu de Artes Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA) é endereço certo para os amantes de cultura e obras de arte. O museu fica em um edifício contemporâneo em Palermo e tem foco em obras de arte de grandes artistas latino-americanos do século 20.

O museu é atualmente a casa do Abaporu, quadro da brasileira Tarsila do Amaral que é símbolo do movimento modernista no Brasil. Também há obras de Helio Oiticica, Cândido Portinari e de Frida Khalo e Diego Rivera. Exposições e mostras de arte contemporânea e de arte argentina e latino-americana também são recorrentes.

A entrada sai por dois mil pesos (cerca de R$ 30) e o local também abriga o restaurante Ninina, com traços modernos e que possui menu de saladas, toasts e cafés.

Descobrir o El Caminito

O El Caminito é um clássico no álbum de fotos de quem visita Buenos Aires pela primeira vez.

O local fica em La Boca, mesmo bairro onde fica o famoso estádio de futebol La Bombonera. Por lá, se destacam os “conventillos” (cortiços) coloridos, que ficam distribuídos em cerca de 150 metros de extensão e são preenchidos por cafés, lojinhas e arte de rua.

As ruazinhas parecem um museu a céu aberto e as paredes coloridas são bons cenários para fotos. Há ainda uma feirinha diária de artistas plásticos que vendem suas obras ao ar livre.

Ver um show de tango

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Dança e música tradicional da Argentina, ver um show de tango está na lista de quase todo turista que pisa na capital pela primeira vez. Se você não resistir a essa vontade turística, a dica é se dirigir ao Hotel Faena, onde ocorrem os espetáculos do Rojo Tango.

Os shows diários são íntimos e refinados, em que os artistas descem do palco, dançam pelas mesas e pelo bar, tudo isso ao som da orquestra e com ajuda de belos vestuários. O pacote inclui jantar e bebidas como champagne e vinhos tintos e brancos.

Outras opções conhecidas pela cidade incluem o Señor Tango, Madero Tango e o Café de los Angelitos.

Dicas úteis para sua viagem a Buenos Aires

Voos diretos

As cidades brasileiras com voos diretos para Buenos Aires são: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre, Curitiba, Maceió, Recife e Salvador.

Aeroportos

Buenos Aires possui dois aeroportos que recebem voos internacionais.

O Aeroporto Internacional Jorge Newbery Airfield (AEP), conhecido também como Aeroparque, fica a 2 km do centro da capital argentina e é o de mais rápido e de fácil acesso a bairros como Palermo.

Maior e mais distante, há também o Aeroporto Internacional de Ezeiza (EZE), que fica a 35 km do centro de Buenos Aires e opera a maioria dos voos internacionais de longa distância.

Transporte

Buenos Aires é uma cidade bem servida por transporte, seja ele público ou privado.

Metrô e ônibus urbanos cobrem a maior parte da cidade, incluindo pontos de interesse turístico. Para usar o transporte coletivo é necessário comprar um cartão recarregável chamado “Sube”, disponível em estações de metrô. Para adquiri-lo é necessário pagar uma taxa e carregá-lo com créditos. As tarifas saem geralmente por menos de R$ 1.

Aplicativos de transporte privado, como Uber e Cabify, também funcionam sem problemas em Buenos Aires e têm preços geralmente mais baratos do que no Brasil. A cidade também é servida por uma grande frota de táxis.

Câmbio

A moeda da Argentina é o Peso Argentino. A maioria dos hotéis e redes de lojas internacionais aceitam cartões, mas fique atento: vários comércios somente aceitam dinheiro em espécie, chamado de “efectivo“.

A dica é levar dinheiro em espécie do Brasil para ser trocado na Argentina. Logo, leve reais para trocar por pesos argentinos durante a viagem.

Há dois tipos de câmbio na Argentina: o oficial e o blue. Este último é uma espécie de câmbio paralelo, que funciona com uma cotação muito menor e mais interessante do que o oficial. Mas atenção: a troca de reais para pesos argentinos no câmbio blue deve ser feita em casas de confiança, espalhadas pela cidade.

Apesar de alguns impostos, usar cartão de crédito é uma das maneiras mais fáceis para pagamentos. Vale ressaltar que algumas bandeiras trabalham com câmbios diferentes do oficial, com preços reduzidos também.

Por falar nisso, turistas estrangeiros têm a isenção do imposto IVA (21%) em hotéis na Argentina. A isenção ocorre na chegada ao hotel com pagamento das diárias por meio de cartão de crédito ou débito emitido fora do país – é necessário ainda mostrar identidade ou passaporte. Não há isenção do imposto se o pagamento for em espécie.

Quando ir

Buenos Aires pode ser curtida o ano inteiro, mas tenha em mente as características de cada período. Os verões, de dezembro a março, podem ser quentes e úmidos, e os invernos, de junho a setembro, chegam a derrubar as temperaturas para 0ºC à noite, por exemplo.

Logo, a primavera e o outono são ideais para curtir a cidade, em que apresentam temperaturas mais amenas e tempos mais estáveis.

Tenha em mente também que julho e agosto e dezembro e janeiro são meses de alta temporada, em que é recomendável sair do Brasil já com reservas feitas, seja em hotéis, restaurantes e passeios.

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