O que fazer em Belém: 5 programas imperdíveis na capital do Pará

Cidade fisga os viajantes pela boca e pelas tradições, com centro histórico restaurado, mercado ao ar livre cheio de ensinamentos regionais, antigo porto que é parada gastronômica e até passeio para ilha produtora de cacau

CNN Viagem & Gastronomiado Viagem & Gastronomia , Belém do Pará, Pará

Belém possui uma riqueza arquitetônica, histórica e gastronômica única, a qual se desenrola desde os primórdios da fundação da cidade. A capital do Pará recebe seus visitantes de maneira literalmente calorosa, com altas temperaturas o ano inteiro, assim como os presenteia com frutos suculentos, temperos variados e peixes de rio.

Lar para mais de 1,3 milhão de habitantes, Belém é ainda uma terra de tradições: seu centro histórico deve estar no roteiro de qualquer pessoa que chega à cidade; o Círio de Nazaré, em outubro, reúne milhões de pessoas nas ruas com festividades em torno da fé; e o Mercado Ver-o-Peso concentra os principais elementos da cultura regional, incluindo os muitos ingredientes e preparos que só Belém é capaz de reunir.

Junte isso a pontinhos gastronômicos revitalizados, como a Estação das Docas, assim como passeio na Ilha do Combú, onde a vida ribeirinha e o cacau orgânico rendem muitos frutos, e você terá um gostinho especial da capital do Pará.

Confira a seguir 5 passeios em Belém do Pará para incluir em seu roteiro: 

Mercado Ver-O-Peso

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Emblemático, é um dos pontos turísticos mais conhecidos de toda Belém e do estado, em que é possível sentir o verdadeiro vai e vem de algumas tradições locais. O mercado funciona como um complexo onde se tem a oportunidade de ver de perto a culinária e cultura paraense.

As origens do Ver-O-Peso se dão ainda no século 17, em que o local possui quase a mesma idade da cidade. Hoje, o mercado público se assemelha a uma grande feira com ingredientes que chegam da floresta, do rio e da terra. É onde os principais elementos da cultura de Belém e de todo o estado se encontram e são comercializados.

O tradicional açaí com peixe frito; o cozimento e embalo da maniva; várias tipos de temperos, ervas e especiarias; o preparo do tucupi; barraquinhas com castanhas e também a famosa cachaça de jambu são apenas uma palhinha do que se pode encontrar por aqui.

Quer ver de perto garrafas e essências? Dirija-se à Barraca da Maria Loura, erveira que tem como best-sellers óleos relacionados ao amor, cultivando a tradição de banhos e de ingredientes locais. Deseja conhecer e experimentar frutos e frutas bem regionais? A dica é ir até barraca da Dona Carmelita, feirante com os mais diferentes nomes na ponta da língua e um pedacinho da fruta na faca para comer.

Se bater a fome, o mercado ainda é local certo sentar e pedir um de peixe frito (pirarucu, dourada ou pescada amarela, por exemplo), com farinha d’água e açaí. Em determinados momentos, também não é difícil formar uma roda de carimbó e deixar-se levar pelo ritmo contagiante.

Basílica de Nazaré

Interior da Basílica de Nazaré, marco religioso e cultural em Belém
Interior da Basílica de Nazaré, marco religioso e cultural em Belém / CNN Viagem & Gastronomia

Marco cultural e histórico de Belém, a Basílica Santuário Nossa Senhora de Nazaré chama a atenção logo na entrada pelos portões inteiramente cobertos por fitinhas amarradas com pedidos à espera de serem atendidos. Ao olhar para cima, as duas torres nas laterais da construção se erguem a impressionantes 42 metros de altura.

Mesmo se não for religioso, o local recebe turistas e curiosos de portas abertas. A visita vale para contemplar a bela construção, o bem-vindo silêncio e entender um pouco mais deste local sagrado para os paraenses que conta parte do passado da própria cidade.

O atual santuário começou a ser construído em 1909 no lugar onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, cuja réplica da imagem é hoje louvada durante o Círio de Nazaré, megaevento religioso que anualmente chega a reunir milhões de pessoas pelas ruas de Belém – a imagem sai da Catedral Metropolitana e segue em procissão até a Basílica.

Considerada a primeira basílica do norte do país, título concedido pelo Papa por conta de sua importância espiritual e histórica, a construção ainda impressiona pelos vitrais, pelas obras de arte sacra e pelo órgão. E uma curiosidade: a porta central pesa mais de cinco toneladas, contendo painéis e medalhões em alto relevo com gravuras.

Complexo Feliz Lusitânia

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Às margens da Baía do Guajará fica o local do nascimento de Belém, que hoje em dia transporta visitantes às origens da capital paraense com um passeio à beira rio que passa por edifícios históricos restaurados e espaços públicos.

Assim é o Complexo Feliz Lusitânia, que remonta a 1616, ano de fundação da cidade, quando uma expedição de 200 portugueses chegaram aqui com o objetivo de afastar corsários estrangeiros e iniciar a colonização do Pará.

Hoje uma área portuária e turística, o local abrange o Forte do Presépio, a praça Dom Frei Caetano Brandão, a Casa das Onze Janelas, a Igreja de Santo Alexandre e a Catedral de Belém.

A Catedral é um dos marcos mais importantes da área: erguida em meados do século 18 no lugar de outra igreja, é daqui que sai anualmente o Círio de Nazaré, manifestação religiosa que é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.

Outro local imperdível é a Casa das Onze Janelas, hoje um espaço cultural que recebe exposições periódicas e que abriga ainda o restaurante Casa do Saulo Onze Janelas, uma das escolhas gastronômicas imperdíveis da cidade que é ideal para um jantar à beira rio.

Estação das Docas

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Localizado às margens da Baía do Guajará, o antigo porto de Belém foi revitalizado e hoje abriga a Estação das Docas, espaço cultural, gastronômico e artístico. Projeto muito interessante, os armazéns de ferro inglês característicos do finzinho do século 19 agora dão lugar para lojas de souvenir, roupas, restaurantes e sorveterias.

Das opções gastronômicas, fica difícil escolher entre tantos lugares do espaço, mas não deixe de tomar as cervejas com ingredientes amazônicos da Amazon Beer, que faz referência à Amazônia com cervejas artesanais únicas com aromas e sabores de frutos locais, como açaí e cupuaçu.

Outro destaque imperdível tem gostinho doce: os incríveis sorvetes da Sorveteria Cairu. Já na segunda geração desta empresa familiar, de 60 anos, o local possui um dos melhores sorvetes não só da região mas como também do Brasil. São mais de 50 sabores, muitos regionais, entre eles o premiadíssimo doce de cupuaçu e castanha do Pará – tamanho prestígio rendeu um lugar entre as 50 melhores sorveterias do mundo.

Para terminar de um jeito mais doce, o Sr. Armando, o proprietário, também esbanja simpatia por onde passa.

A Estação das Docas já chama a atenção de longe com seus três pavilhões com grandes guindastes que vieram dos Estados Unidos no início do século 20. No local há ainda uma máquina a vapor de meados de 1800, que antigamente fornecia energia para as docas.

Ilha do Combú – Casa do Chocolate

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Belém é formada por várias ilhas em suas imediações, sendo uma das mais famosas a Ilha do Combú, a qual ganha destaque pela sua produção de cacau. De fato, o estado como um todo lidera o cenário nacional: o Pará é o maior produtor de cacau do Brasil, com cerca de 146 mil toneladas em 2021.

É nesse contexto que a Casa do Chocolate é uma das paradinhas para lá de interessantes da região. Além do passeio de barco já ser uma atração – ida e volta saem por cerca de R$ 20 a partir do Terminal Hidroviário Ruy Barata – , o local preserva modos de vida dos ribeirinhos e reserva experiências pela floresta.

Quem comanda a Casa do Chocolate é Dona Nena, que lidera uma produção de chocolate e cacau amazônico 100% orgânico. O passeio é uma oportunidade para experimentar as delícias feitas pelas mãos de Nena, incluindo o famoso brigadeiro da floresta, e para entender mais sobre seu processo de produção e a importância do pequeno produtor e das comunidades ribeirinhas.

O resultado é usado até pelo chef Thiago Castanho em seus negócios, já que, além de deliciosos, os chocolates e os doces artesanais da Casa do Chocolate ajudam a manter a floresta em pé e preservam a cultura caboca.

Vale ressaltar que a Casa do Chocolate, por meio da marca Vida Caboca, oferece diferentes tipos de roteiros pelo local, incluindo caminhada ecológica, experiências com a própria Dona Nena e almoço típico. A ilha é lar ainda do restaurante Saldosa Maloca, que exalta a gastronomia paraense ao lado da floresta, em que o local funciona de quinta a domingo das 9h às 17h.

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