No aniversário de São Paulo, dez patrimônios que contam a história da cidade
São Paulo completa 463 anos de muita história e transformações. Maior metrópole da América Latina, a cidade ainda guarda diversos patrimônios que testemunham sua trajetória, resistindo ao passar do tempo e convivendo harmoniosamente com a contemporaneidade. O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) destaca dez locais tombados que devem ser visitados em São Paulo:
O edifício da antiga Estação Júlio Prestes, projetado pelo arquiteto Christiano Stockler das Neves, foi construído pela Estrada de Ferro Sorocabana entre 1925 e 1938. Atualmente, a estação faz parte da linha 8 diamante da CPTM, que tem como destino final a cidade de Itapevi. O local também abriga, desde 1999, a Sala São Paulo, casa de concertos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) -considerada uma das melhores da América Latina – e a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.
Catedral Metropolitana de São Paulo (Catedral da Sé)
Construída no lugar da primeira igreja matriz de São Paulo, a Catedral da Sé foi inaugurada em 1954, durante as comemorações do Quarto Centenário de São Paulo. A Praça da Sé e a Catedral Metropolitana são testemunhos materiais da transformação da vila colonial em metrópole, do Império em República, dos bondes em metrô e das diversas formas de sociabilidade e cultura ao longo de seus quase 500 anos de existência. O tombamento da Praça da Sé pelo Condephaat foi oficializado em junho de 2016.
Acervo Arquivístico da Hospedaria dos Imigrantes
O acervo e o edifício da Hospedaria dos Imigrantes formam um conjunto de fundamental importância para a história da imigração no Brasil. Entre os documentos do acervo estão livros de registros de imigrantes, listas de bordo, livros de matrículas de imigrantes e álbuns contendo fotografias de núcleos coloniais. O prédio abriga o Museu da Imigração desde 2011, com o objetivo de preservar memória das comunidades de imigrantes que chegaram ao Brasil e se estabeleceram no Estado de São Paulo.
Viaduto do Chá e Edifício Matarazzo
O Viaduto do Chá, datado da década de 1930, foi o primeiro elemento de transposição do Vale do Anhangabaú para fora dos limites restritos do núcleo urbano original de São Paulo. A construção tem papel de destaque na paisagem do centro da cidade e se tornou um cartão postal de São Paulo, juntamente com o Edifício Matarazzo e os outros patrimônios nas proximidades, como o Teatro Municipal e a Ladeira da Memória.
O Parque Ibirapuera foi criado para a realização das comemorações do IV Centenário da Fundação de São Paulo, em 1954. Ao longo de seus 63 anos, o local se consolidou como espaço destinado ao lazer e à cultura, atraindo milhares de pessoas todos os dias. Com área de aproximadamente 1.600.000 m² e edifícios principais projetados por Oscar Niemeyer, o Parque é uma das principais atrações turísticas da cidade.
Projetado pelo escritório do arquiteto Francisco Ramos de Azevedo em 1926, o Mercadão foi inaugurado em 25 de janeiro de 1933. O prédio – que ocupa um espaço de 12.600 metros quadrados de área construída às margens do rio Tamanduateí – abriga mais de 1.500 funcionários que, juntos, movimentam cerca de 350 toneladas de alimentos por dia em seus mais de 290 boxes.
A Casa do Bandeirante, também conhecida como Casa do Butantã, representa um dos exemplares típicos das habitações rurais paulistas construídas entre os séculos XVII e XVIII. Edificada em taipa de pilão e pau-a-pique, a casa está localizada junto à bacia dos rios Tietê e o seu afluente Pinheiros e é uma das lembranças da época da formação da cidade de São Paulo.
O Monumento às Bandeiras, construído para homenagear os bandeirantes paulistas, foi idealizado pelo grupo modernista da Semana de Arte Moderna de 22 e inaugurado em 1954, juntamente com o Parque do Ibirapuera. Do escultor Victor Brecheret, a escultura é composta por um grupo anônimo de trinta e sete figuras, representando as várias etnias da formação do povo paulista, e é conhecido pela população como “Empurra-empurra” ou “Deixa-Que-Eu-Empurro”.
Mausoléu do Soldado Constitucionalista (Obelisco do Ibirapuera)
Popularmente conhecido como “Obelisco do Ibirapuera”, o monumento homenageia a Revolução Constitucionalista de 1932, seus heróis anônimos e as personalidades que mais se destacaram, como o poeta Guilherme de Almeida e o “tribuno” Ibrahim Nobre. Com projeto do escultor Galileu Emendabili e do arquiteto Mario Pucci, o Obelisco também homenageia o dia em que foi deflagrada a revolta armada contra o governo de Getúlio Vargas: 9 de julho, atualmente feriado estadual.
Também conhecido como Monumento à Independência, foi criado pelo artista italiano Ettore Ximenes, em 1922, em comemoração ao centenário da emancipação política brasileira. Nas décadas seguintes, o local recebeu algumas alterações, passando a abrigar os despojos da Imperatriz Leopoldina, de Dom Pedro I e de D. Amélia, segunda imperatriz do Brasil. O monumento passou por restauração e proteção de seu painel de bronze em 2016.