Museu do Pênis é atração com cerca de 600 falos verdadeiros na Islândia
Único do tipo no mundo, negócio familiar na capital Reykjavik tem coleção de membros de baleias e até de ser humano; um bistrô “fálico” é adição recente
Mesmo pequena e com uma população estimada em cerca de 385 mil habitantes, a Islândia possui 266 museus em seu território, segundo o órgão de turismo do país. E um deles chama atenção mundial: o Museu Falológico Islandês, ou, na linguagem popular, o Museu do Pênis.
Situado na capital Reykjavik, ele é considerado o único do tipo no mundo e o maior dedicado à exibição dos membros de diferentes espécies, incluindo da fauna islandesa e estrangeira.
De acordo com o museu, há atualmente cerca de 600 pênis de 160 diferentes espécies animais expostos no local – a maioria de baleias.
“A princípio as pessoas pensaram que havia algo de errado comigo, mas com o tempo viram que eu era um colecionador sério, preciso com as informações que guardava, e que não havia nada de pornográfico na coleção. Fico feliz que as pessoas não pensem mais que sou um pervertido”, revelou o fundador do museu, Sigurður Hjartarson, em depoimento ao The Guardian no ano passado.
No local é possível ver de perto desde o pênis de dois metros de comprimento de uma cachalote, o maior em exposição, até o membro de um camundongo europeu com menos de um milímetro, o qual é visto com ajuda de uma lupa.
São diversas maneiras que os falos estão dispostos: eles variam de secos, recheados e também montados, podendo estar ainda submersos no álcool ou no formol.
Há também um pênis humano entre os itens: é um exemplar de um idoso de 95 anos que faleceu em 2011 e deixou sua genitália em testamento para o museu. O item, porém, foi reduzido a uma massa enrugada conservada em frasco de formol.
E o museu quer aumentar esse número: para o futuro, dois jovens “bem-dotados”, um dos Estados Unidos e outro da Alemanha, já prometeram doar seus pênis quando morrerem.
Além dos pênis, o Museu Falológico é dedicado também aos testículos, espermatozóides, ossos e prepúcios. Centenas peças de arte e itens culturais relacionados às “partes baixas” dos animais também podem ser conferidos por ali.
“O Museu Falológico Islandês dedica-se a coletar, estudar e apresentar falos reais e todas as coisas fálicas. É possível que os indivíduos empreendam estudos sérios no campo da falologia de forma organizada e científica”, diz o site oficial.
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De acordo com o fundador do museu a reação dos visitantes tem sido positiva desde que a exibição foi inaugurada em 1997. O número de visitantes, por exemplo, aumentou com o tempo: foram 30 mil em 2015 e mais de 90 mil em 2018.
Novo endereço e bistrô fálico
Antes localizado na Laugavegur, principal via comercial de Reykjavik e uma das mais antigas do país, o museu foi realocado em 2020 para um prédio comercial a poucos passos do Harpa, centro cultural e musical de Reykjavik.
Com a mudança, o museu agora possui o triplo do tamanho de antes e tem até café e bistrô com tema fálico.
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Os chopes são locais e alguns recebem nomes sugestivos, como o “IPA – Icelandic Penis Ale” e o “Phallic Pilsner”. Já os cafés são de pequenos produtores, selecionados e torrados artesanalmente por microtorrefatores.
Uma lojinha completa a experiência e vende desde jogos, livros e itens de design – todos, claro, com tema de pênis.
História
Apesar do museu ter sido inaugurado em 1997, sua história começa 23 anos antes. Em 1974, Sigurður Hjartarson ganhou um pênis de touro semelhante ao que usava quando criança como chicote para pastorear animais.
Na época, Hjartarson era diretor de uma escola na costa sudoeste da Islândia.
“Alguns dos professores costumavam trabalhar no verão em uma estação baleeira próxima e, depois do primeiro espécime, começaram a me trazer pênis de baleia, supostamente para me provocar. Aí surgiu aos poucos a ideia de que poderia ser interessante coletar amostras de mais espécies de mamíferos”, relembra o fundador em comunicado.
A coleta dos membros progrediu até chegar aos 62 exemplares na data de abertura do museu em Reykjavik, em agosto de 1997.
Após ser transferido em 2004 para a pequena vila Húsavík, no norte, considerada a capital europeia da observação de baleias, o museu voltou a abrir na capital do país em 2011, mudando de endereço novamente em 2020.
Vale ressaltar que o museu é um empreendimento familiar que começou com Sigurður Hjartarson e sua esposa – hoje, o curador é Hjörtur Gísli Sigurðsson, filho do fundador, que assumiu o posto ainda em 2011.
Segundo informações do museu, Hjörtur é um “falólogo de segunda geração” e “espera-se que ele estabeleça o padrão para a falologia em todo o mundo”.
Museu Falológico Islandês
Hafnartorg, Kalkofnsvegur 2, 101 Reykjavík
Aberto todos os dias das 10h às 19h
Entrada por ISK 2750 (cerca de R$ 100)