Roteiro 48 horas: cultura e gastronomia em Recife, a capital de Pernambuco

Uma cidade alegre, cheia de história e vida cultural e gastronômica riquíssima. Recife merece ser vivenciada por muitos dias, mas se você tem apenas 48 horas por lá, siga esse roteiro com pontos imperdíveis

Tina Binido Viagem & Gastronomia

Dados do buscador Kayak mostram que Recife foi a terceira cidade mais procurada para voos domésticos em 2021, e essa alta demanda pela capital de Pernambuco é fácil de entender.  A cidade vai muito além de mar e sol, é um prato cheio para apreciadores de história, cultura e boa gastronomia.

Com tantas opções de passeios, escolher o que visitar em Recife é uma tarefa difícil.

E é por isso que CNN Viagem & Gastronomia escolheu o destino para a estreia da nova coluna, Roteiro 48 horas, que vai apresentar ao longo deste ano o que fazer em viagens curtas pelo Brasil, de até dois dias – para quem não sabe, são poucos feriados prolongados em 2022. Agora, às dicas da alegre capital de Pernambuco:

Dia 1

Se for um sábado, comece o dia com um caprichado café da manhã no Oma Pâtisserie Bistrô – mas o café é apenas aos sábados, fique atento. Por lá, croissants, couscouz, caprichados pães e iogurtes.

Impossível ir para Recife e não visitar Olinda, que na verdade é um município vizinho, mas de tão perto (cerca de 15 minutos do centro de Recife) muitos acham que é apenas um bairro da cidade. O que fazer em Olinda é simples: andar, com sapato bem confortável, por todas as ruas e vielas de paralelepípedo dessa cidade que é Patrimônio da Humanidade pela Unesco e um dos lugares mais importantes do Brasil Imperial.

Vista do Alto da Sé, em Olinda / Tina Bini

Visite pontos como o Largo do Varadouro; o Mercado Eufrásio, que é um grande Centro de Cultura Popular; o Mosteiro de São Bento, um importante complexo arquitetônico barroco; passe pela casa do grande cantor e compositor Alceu Valença; vá ao Alto da Sé, o ponto mais alto de Olinda e que oferece uma vista espetacular; e perca-se por suas simbólicas casinhas de fachadas coloridas.

Na hora do almoço, a sugestão é o famoso restaurante Oficina do Sabor, que fica localizado num casarão histórico e tem vista privilegiada para Recife. No menu, pratos da culinária pernambucana bem executados atraem turistas e locais, então faça reserva caso não queira ficar na fila.

No período da tarde, visite Recife Antigo, bairro que respira história e onde estão pontos importantes como o Marco Zero, onde podemos encontrar no chão a rosa dos ventos do artista plástico Cícero Dias; a Igreja Madre de Deus, com mobiliário em jacarandá e colunas em ouro, toda em estilo colonial do século 17; e a Rua da Moeda, onde fica a escultura de Chico Science e muitos bares – que abrem só no fim do dia.

Outras dicas: pare para compras no Centro de Artesanato de Pernambuco; ande pela famosa e charmosa Rua do Bom Jesus; conheça a Sinagoga Kahal Zur Israel, a primeira sinagoga das Américas e que também funciona como um museu com escavações arqueológicas; e visite o Cais do Sertão, um pequeno e imperdível museu interativo supermoderno que fala sobre a vida de Luiz Gonzaga e de outros personagens do Sertão.

Saindo do museu, pare para um drinque no Cais Rooftop, que normalmente tem música ao vivo e uma vista bonita para o centro da cidade.

Para jantar, pare no Cá-Já Restaurante, do chef Yuri Machado, no bairro dos Aflitos. Além da casa ser um charme, numa construção de 1950 e com um acolhedor jardim, a comida brasileira com técnica apurada é aconchegante. O vinagrete de coração, o ceviche misto, o nhoque de chama, ou o arroz molhadinho com frango desfiado acompanhadas das boas caipirinhas do local são pedidas imperdíveis.

Dia 2

Tome um café da manhã saudável no Greenmix Zona Norte ou no Borsoi Café, com itens como ovo no purgatório, parfait de frutas vermelhas, tapiocas e panquecas, e siga para a praia – afinal, ir a Recife e não pisar na areia não tem graça!

Ambiente do restaurante Reteteu, em Recife / Tina Bini

Após algumas horas se divertindo no mar, vá almoçar no Reteteu, casa comandada pelo chef Thiago das Chagas e que tem como base as técnicas e sabores da cozinha nordestina. O lugar é agradável, com um jardim aconchegante, que dá vontade de ficar horas compartilhando os deliciosos pratos e histórias ao redor da mesa.

Imperdíveis do menu: coxinha de costela; pastel de caranguejo; carne de sol acebolada na manteiga de garrafa de Cachoeirinha; e o filé de carne de sol de bode com farofa de jerimum e purê de macaxeira.

Pastéis de caranguejo do Reteteu / Tina Bini

Depois vá ao Instituto Ricardo Brennand para suas últimas horas na cidade. Um enorme espaço cultural sem fins lucrativos inaugurado em 2002, que salvaguarda um valioso acervo artístico e histórico originário da coleção particular do industrial pernambucano Ricardo Coimbra de Almeida Brennand.

Instituto Ricardo Brennand, um enorme e bem cuidado espaço cultural sem fins lucrativos / Tina Bini

Localizado nas terras do antigo engenho São João, no bairro da Várzea, ocupa uma área de 77.603 m² cercada por uma reserva de mata atlântica preservada. Possui uma das mais modernas instalações museológicas do Brasil, abrangendo um complexo de edificações constituído pelo Museu Castelo São João (museu de armas brancas), Pinacoteca, Biblioteca, Auditório, Jardins das Esculturas e uma Galeria para exposições temporárias e eventos.

Instituto Ricardo Brennand ocupa uma área de 77.603 m² / Tina Bini

Se ainda tiver algumas horas para jantar na cidade, finalize o dia com um jantar no restaurante japonês Quina do Futuro, aberto em 1986 por Shigero Matsumoto e comandado pelo seu filho, o renomado chef André Saburó Matsumoto, a casa é uma viagem ao Japão. Peça a degustação de atum.

 


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