A histórica Évora, em Portugal
Cidade muralhada abriga um dos templos romanos mais conservados da Península ibérica...


Cidade muralhada abriga um dos templos romanos mais conservados da Península Ibérica
Derivado de Além Tejo (mais além do Tejo), a região do Alentejo encanta, não só por sua plana paisagem, povoada por árvores de cortiça, oliveiras e videiras, mas também pela riqueza histórica e cultural, concentrada principalmente em Évora. Disse uma vez o escritor José Saramargo que “…não se encontra em outro qualquer lugar. Évora tem uma presença constante de história nas ruas e praças, em cada pedra ou sombra”. E a pequena cidade é assim. Seus monumentos, concentrados no centro histórico protegido por uma muralha, vão desde a era romana à idade de ouro de Portugal.
Fundada pelos romanos, a cidade é uma das poucas na lista de Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Andar por dentro de seu centro histórico muralhado é um programa à parte. Ou mesmo sentar nas mesas de bares e cafés, em frente ao largo da Igreja de Santo Antão, e só ficar observando o movimento.
O que não pode deixar de ver em Évora:
Catedral da Sé – dedicada a Santa Maria, é um dos maiores monumentos da arquitetura religiosa de Portugal. Tem cinco capelas, em torno da Capela-mor, entre a belíssima Santíssimo Sacramento.
Templo Romano – conhecido por Tempo de Diana, deusa romana da caça, o mais antigo monumento de Évora, datado do século I, é um dos templos mais conservados da Península Ibérica. Impressiona também pelo seu contraste ao lado de monumentos religiosos como a Sé e um mosteiro.
Convento dos Lóios – construído em 1487, depois de anos abandonado, passou a abrigar uma pousada. O mosteiro engloba uma igreja com paredes decoradas com belos azulejos.
Largo da Porta de Moura – marcava a entrada da cidade, datada da época romana, um pitoresco lugar com uma praça ladeada de casas que abrigavam as famílias nobres mais importantes.
Monumentos Megalíticos – nos arredores de Évora é possível encontrar o mais importante conjunto da Península Ibérica de megalíticos. Sua localização seguramente foi escolhida sob influência de fenômenos astronômicos, como movimentos anuais do Sol e lua.
Igreja São Francisco – outro monumental edifício religioso de Portugal, datado do século XV, com estilo gótico. Possui pinturas da escola portuguesa do Renascimento e muita arte barroca talhada. Aqui fica a Capela dos Ossos, atração mórbida, que atrai muitos turistas.
A mórbida e intrigante Capela dos Ossos
Em sua entrada, reza a seguinte inscrição: Nós, ossos aqui estamos, pelos vossos esperamos. Já seria mórbido o suficiente, mas ainda tem mais! Os 5 mil esqueletos que cobrem todo o seu interior conseguem ser mais assustadores ainda.
A sensação lá dentro não foi boa, pressão caiu, fiquei gelada e tonta – mal mesmo. E saí correndo. Mas que é intrigante, é. Formada por três naves e colunas, é totalmente coberta com ossos e caveiras de cinco mil pessoas, desenterradas das igrejas necrópoles da cidade, incluindo operários que a construíram (a quem foi concedido este macabro privilégio).
Como não poderia ser diferente de lugares horripilantes, a lenda deste local é que uma mulher, a quem o marido e filho pequeno maltratavam, os amaldiçoou no leito de morte, profetizando que a carne não se desprenderia dos ossos – fenômeno que pode ser conferido em dois esqueletos na abóbada. Aterrorizante!