Casal dos EUA economiza quase R$ 205 mil por ano após se mudar para Itália
Tony Smarrelli e sua esposa, Francine, se mudaram para a cidade costeira de Scalea, na região da Calábria, no sul do país
Os professores, originalmente de Syracuse, em Nova York, resolveram deixar os Estados Unidos e se mudar para a Itália após se aposentarem. No entanto, eles não imaginavam que economizariam cerca de R$ 17 mil por mês — o equivalente a quase R$ 205 mil por ano — com a mudança.
Ao comemorarem o marco de seu 50º aniversário de casamento em Veneza, na Itália, em junho de 2023, Tony Smarrelli, 74, e sua esposa, Francine, 75, tomaram uma decisão importante.
No mesmo ano, os Smarrellis, ambos descendentes de italianos, mudaram-se para a cidade costeira de Scalea, na região da Calábria, no sul da Itália.
Viagem memorável
“Estávamos na Praça de São Marcos (em Veneza) quando um quarteto começou a tocar (a clássica canção italiana) ‘Malafemmina’”, conta Tony, cujo pai e avô eram da vila de Tocco da Casauria, em Abruzzo, sobre o dia em que tomaram a decisão.
“Isso me emocionou, porque meu pai colocava seus discos italianos para tocar todo domingo no jantar e cantava essa música para minha mãe”.
Buscando se reconectar com suas raízes italianas — a mãe de Francine era de Nápoles —, o casal começou a procurar uma casa e viu um anúncio de um imóvel publicado pela agência imobiliária Super Savvy Travelers, administrada por um casal americano que mora na Calábria.
Eles compraram a propriedade de 140 metros quadrados, com três quartos, uma sala de jantar e um closet, por € 150.000 (cerca de R$ 922,5 mil) em novembro de 2023.
“Voamos para a Itália pela segunda vez em 2023, e fizemos uma oferta pela casa. Então, garantimos nossos vistos nos EUA em três horas, vendemos nossa casa (nos EUA), empacotamos nossos pertences e voltamos para a Itália em dezembro de 2023”, diz Tony.
Os Smarrellis contrataram um advogado para agilizar sua autorização de permanência e conseguiram obter um visto de residência eletivo, que permite que as pessoas imigrem caso tenham uma renda passiva de pelo menos € 38.000 (R$ 233,7 mil).
Eles dizem que escolheram viver em Scalea devido à qualidade de vida, da vista para o mar e do clima mais tranquilo. Outros pontos positivos incluem os excelentes restaurantes (mais baratos que nos Estados Unidos) e a simpatia das pessoas, dizem o casal.
Embora a casa já estivesse habitável quando a compraram, os Smarrellis optaram por reformá-la totalmente, gastando € 80.000 a mais (cerca de R$ 492 mil) para adicionar um novo encanamento e sistema elétrico. Além disso, instalaram mais dois banheiros, uma cozinha inteira, portas, janelas e telas.
O casal, que alugou um apartamento próximo durante as reformas, contou com um arquiteto e uma construtora “excepcionais”, que cumpriram o prazo de conclusão de quatro meses.
Eles dizem que seria quase impossível para eles comprarem uma casa parecida nos EUA. “Seria fácil viver em uma costa do sul da Califórnia ou (em um lugar com) qualquer vista costeira na Costa Leste”, diz Tony.
Segundo Tony, seu pai e seu avô migraram da Itália para os EUA em 1938 em busca de uma vida melhor. Agora, 86 anos depois, ele diz que está morando na Itália e aproveitando uma vida melhor.
Mudança de estilo de vida
“Alguns dos meus melhores amigos disseram ser preciso muita coragem para fazer as malas e se mudar para outro país aos 74 anos de idade”, diz Tony, que foi professor de educação física e treinador de basquete do ensino médio nos EUA por 30 anos.
“Eu digo a eles que foi preciso coragem da parte do meu pai e do meu avô para vir para outro país em uma viagem de barco que durou oito semanas, sem casa, sem trabalho, com muito pouco dinheiro e sem recursos para ter uma vida melhor”, completou.
“No nosso mundo moderno, é apenas uma mudança de estilo de vida e, para nós, foi uma boa escolha.”
O sol da Itália, suas belas vistas, sua comida e suas vilas cheias de personalidade são grandes vantagens quando se trata de atrair expatriados.
Os Smarelli, no entanto, não previram o custo de vida incrivelmente mais baixo em comparação aos EUA, principalmente para aposentados.
Eles dizem que cortaram quase US$ 3.000 (R$ 17 mil) por mês em despesas, o equivalente a US$ 36 mil (quase R$ 205 mil) por ano, desde que se mudaram para lá definitivamente. Atualmente, o casal gasta cerca de US$ 1.200 (R$ 6826) por mês entre os dois.
“Os US$ 1.200 incluem jantar fora dois a três dias por semana com uma garrafa de vinho, cerca de US$ 50 a US$ 70 (R$ 284 e R$ 398, respectivamente) a cada vez, para um total de US$ 400 a US$ 500 (R$ 2275 e R$ 2844) por mês”, diz Tony.
Os custos mensais com internet são de € 40 (cerca de R$ 227), enquanto as contas de celular são inferiores a € 20 (cerca de R$ 113).
Os serviços veterinários para o beagle Cooper custam cerca de € 20 por visita, enquanto a eletricidade e a água custam € 200 (cerca de R$ 1137), com a gasolina em torno de € 75 (cerca de R$ 426).
Nos EUA, a hipoteca do casal era de US$ 1.500 (R$ 8533) por mês, e a mensalidade de Tony no golfe, incluindo refeições no clube de golfe e taxas de carrinho, chegava a US$ 1.200 (R$ 6826).
Os serviços também eram mais caros. Eles dizem que suas taxas de televisão somavam US$ 200 (R$ 1137), internet US$ 180 (R$ 1024), e eles gastaram cerca de US$ 265 (R$ 1507) em três celulares. Seus custos mensais também incluíam a manutenção de dois carros.
Custos de vida mais baratos
“As despesas mensais nos EUA antes de sair eram entre US$ 4.800 (R$ 27,3 mil) e US$ 5.000 (R$ 28,4 mil) por mês. No total, estamos cerca de US$ 3.000 (R$ 17 mil) a menos mensalmente vivendo aqui na Itália”, acrescenta Tony.
Ele gostaria de solicitar a cidadania italiana, mas o fato de seu pai ter sido naturalizado cidadão americano antes de Tony nascer complicou as coisas. No entanto, o professor espera corrigir isso apelando a um tribunal local.
Scalea, no sul da Itália, é o segundo destino para o qual ele e Francine se mudaram desde que se aposentaram em 2006.
Ambos golfistas ávidos, os Smarrellis se mudaram de Syracuse para uma comunidade de golfe em Pinehurst, Carolina do Norte, no final daquele ano, em busca de um clima mais quente.
“Adorávamos morar lá, mas depois de 18 anos a tranquila comunidade de golfe estava explodindo e não era mais a pitoresca comunidade de golfe que amávamos”, acrescenta.
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