Brasília Palace Hotel carrega história da capital às margens do Lago Paranoá

Inaugurado durante a construção de Brasília em 1958, o hotel segue como um ponto de encontro e hospedagem importante na vida da capital, exibindo obras de arte pelos seus corredores

Daniela Filomenodo Viagem & Gastronomia , Brasília

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Antes mesmo da inauguração oficial de Brasília, políticos, arquitetos e personalidades já tinham um local certo na futura capital: o Brasília Palace Hotel. Aberto em 30 de junho de 1958 por Juscelino Kubitschek, ele é considerado o primeiro hotel histórico do Brasil e continua “fazendo história” em seus corredores com obras de Athos Bulcão e de Darlan Rosa.

Situado às margens do Lago Paranoá e próximo do Palácio da Alvorada, o hotel foi projetado por ninguém menos do que o próprio Oscar Niemeyer, que o transformou em mais uma de suas obras modernistas monumentais, marcada por pilotis e corredores amplos. Ainda hoje, a obra continua contemporânea aos nossos olhos.

“A ideia original de JK era receber chefes de estado, engenheiros, arquitetos. Então o hotel fez parte da elaboração da capital”, me conta André Octavio Kubitschek, bisneto de Juscelino e gestor do braço hoteleiro das Organizações PaulOOctavio.

Os quartos e as obras de arte

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No total, estão à disposição mais de 150 acomodações, que variam de 30 a 65 m² e que se dividem em quartos standard, superior e suítes. O maior dos apartamentos é a Suíte Oscar, em homenagem ao arquiteto do Brasília Palace.

Ela se espalha em dois ambientes com varanda para o Lago Paranoá e é composta por uma decoração modernista de mobiliário assinado.

As características modernistas se espalham por outros pontos do hotel, como nos vãos livres, típicos das edificações de Brasília. Aqui eles trazem um bem-vindo respiro com amplas áreas abertas que dão para o imenso jardim verde, onde encontramos sombras de árvores e espaços para caminhadas e pedaladas.

As árvores, inclusive, são outra curiosidade: duas enormes gameleiras foram plantadas na frente do hotel por um pedreiro durante a construção. Hoje, elas são mais altas do que os quatro andares do hotel, e especialistas cuidam delas ao menos uma vez por mês.

Os painéis de Athos Bulcão, artista tão importante para a identidade da capital, também adicionam cor ao concreto do Brasília Palace. Um painel de azulejos azul-anil e branco ornamenta o jardim externo e, no salão interno, um afresco de fundo azul-turquesa de 26 metros de largura e mais de 3 metros de altura impressiona os olhos, sendo a maior obra pintada pelo artista.

E tem mais: no jardim, um cubo exibe famosos azulejos de Bulcão, obra adquirida em homenagem ao centenário do artista, e no final dos corredores dos quartos há obras de Darlan Rosa, conhecido por suas esferas espalhadas em diferentes pontos da capital.

Áreas comuns e passado emblemático

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A piscina externa é mais um dos espaços do hotel que entraram para a história. Ela poderia ser apenas outro local de descanso com formas corriqueiras, mas a realidade é outra: seu formato ovalado, que visto de cima enquadra perfeitamente o molde de um ovo, torna tudo mais especial.

Reza a lenda que, em um domingo de Páscoa, Oscar Niemeyer desenhou um ovo, mostrou aos engenheiros e, sem delongas, determinou que a obra fosse feita daquela forma.

O arquiteto modernista também empresta seu nome para o restaurante do hotel, o Oscar, de inspiração italiana e cercado pelo jardim no térreo. O espaço serve café da manhã e refeições recheadas de massas, pizzas, peixes, carnes, aves e sopas. Corre no salão também o menu do chef (R$ 129), com direito a entrada, principal e sobremesa no almoço e no jantar.

O restaurante carrega fortes influências dos anos 1960 em seus traços, o que nos leva a uma viagem no tempo. Em junho de 1958, o próprio Juscelino Kubitschek se instalou por um tempo no hotel em uma suíte no terceiro andar. Chegou até a acomodar-se no mezanino do saguão de entrada para ouvir pelo rádio o Brasil ser campeão do mundo de futebol na Suécia.

Após 20 anos de funcionamento, o Brasília Palace sofreu um incêndio em 1978, o que o deixou fora de operação por mais duas décadas. No final dos anos 1990, ele começou a ser reerguido, mas sob três condições: que o projeto original fosse resgatado, que fossem observadas as normas de segurança e que o próprio Niemeyer acompanhasse o restauro.

Para nossa sorte e para a história da capital federal, em 2006 renascia o Brasília Palace Hotel, que continua a escrever a história da cidade.

Brasília Palace Hotel
SHTN Trecho 01 Conjunto 01, Setor de Hotéis e Turismo Norte, Brasília, DF / Tel.: (61) 3306-9000 / Reservas de hospedagem pelo telefone (61) 33193543 ou pelo e-mail reservaspalace@plazabrasilia.com.br 

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