Brasília da multiplicidade: história, pontos turísticos e gastronômicos
Não só de decisões políticas vive Brasília. A capital brasileira também está entre os destinos mais procurados para o turismo. E a rota para viajantes de dentro e fora do país vai além, muito além, de conhecer o Palácio do Planalto. Lá, fica o maior parque urbano da América Latina, tem lugares para ver o pôr do sol, atividades para se fazer ao ar livre e um roteiro gastronômico incrível
Brasília, a capital do Brasil, completa 61 anos com inúmeros pontos turísticos e boas opções gastronômicas (Foto: Getty Image)
A capital, apesar da “pouca idade”, é cheia de história. Sua fundação, em 21 de abril de 1960, é considerada um marco tão importante quanto a Independência e a Proclamação da República. Foram menos de quatro anos para a cidade ser construída, no meio do cerrado, em um projeto modernista de urbanismo e arquitetura. Fazia parte dos planos desenvolvimentistas do então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, o JK. Além de histórica, a construção de Brasília também foi importante ao permitir o desenvolvimento do interior do país.
Mesmo sendo JK o responsável por colocar de pé a nova capital brasileira, a ideia da cidade é anterior a ele. Em 1923, José Bonifácio, o Patriarca da Independência, foi quem sugeriu o nome Brasília para a nova capital do país. Anos depois, em 1981, a primeira constituição republicana previa a mudança da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central.
Mas, de volta à década de 1960, JK chamou Oscar Niemeyer para projetar as principais edificações da cidade, e algumas delas tornaram-se símbolos do país, como o Palácio do Planalto, o Congresso, o Palácio da Alvorada e a Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida, também conhecida como Catedral de Brasília, o primeiro monumento a ser criado na capital. Pontos, claro, que devem fazer parte de qualquer roteiro turístico pela capital.
Patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO, Brasília é essencialmente uma cidade-arte, ou seja, a arte é a própria cidade. Ao lado de cidades como Berlim, Dubai e Singapura, a capital possui também o título de cidade criativa do design. Passear por aqui é ver esculturas-prédios e edifícios-monumentos que foram pautados pela liberdade das formas, pela estética e pela leveza, e que dividiram a história da arquitetura brasileira em antes e depois.
E o que mais chama atenção na cidade além da história e de ser o centro do poder? O Parque da Cidade Sarah Kubitschek, o maior parque urbano da América Latina, tem projeto de Oscar Niemeyer, obra paisagística de Burle Marx e área urbanística desenvolvida por Lúcio Costa. O local, que também tem azulejos de Athos Bulcão, concentra pistas de caminhada, de bicicleta, além de pontos para outras atividades esportivas. Por lá, diversas churrasqueiras estão disponívei para os frequentadores e brinquedos para crianças. (em período sem pandemia)
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A Ermida Dom Bosco também leva a assinatura de Oscar Niemeyer e fica no Parque Ecológico Dom Bosco, no Lago Sul. No parque, é possível fazer trilhas, passeios de bicicleta, nadar no Lago Paranoá, ou contemplar a vista incrível e um belo pôr do sol. Já no Pontão do Lago Sul, a pedida é uma boa caminhada pela orla.
Outro local importante para conhecer um pouco da fauna e a flora do cerrado é o Jardim Botânico. A biodiversidade pode ser apreciada nas Trilhas Interpretativas abertas à visitação pública. Por conta dessa característica, o local é conhecido como o “Jardim do Cerrado”.
Para um passeio mais urbano, é preciso circular pela Super Quadra 308 Sul, a quadra modelo de Brasília com projeto de Lúcio Costa. Fundada em 1962, tem toda a infraestrutura necessária para atender à necessidade dos moradores e reúne obras importantes: paisagismo de Burle Marx, azulejos de Athos Bulcão, Igrejinha e Escola Parque de Oscar Niemeyer. É tombada pelo Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural desde 2009. Nessa mesma quadra, para completar o passeio, a sugestão é um almoço no Xique Xique (308 Sul), restaurante de comida nordestina.
E por falar em almoço, na cidade não faltam opções para um bom roteiro gastronômico: O restaurante A Mano é uma casa que serve massas frescas, elaboradas em uma massaria às vistas do público, no salão principal. Da cozinha saem receitas como o gnocchi de batata roxa com lagostim e outros pratos com frutos do mar, como tentáculo de polvo em crosta de manjericão e purê de cenoura orgânica. Já a Trattoria Da Rosario, fundada por Rosario Tessier, tem receitas que combinam sabor e simplicidade, servindo massas, risotos, saladas diversas, carnes e peixes.
O Terruá é um gastrobar aconchegante do Lago Sul, com comidinhas para compartilhar e uma carta de vinhos com valores para diferentes bolsos. Já o Bloco C é um restaurante de comida caseira com toques de sofisticação. O restaurante tem referências à capital do país, como concreto, linhas retas etc. A lista de boas opções não para por aí: a cidade também oferece opções de bares para tomar bons drinks e degustar petiscos, além de comida de rua.
Se decidiu que Brasília é o próximo destino, quando voltar a ser seguro e recomendado viajar, algumas opções de onde ficar: B Hotel: é um “queridinho” da cidade pela localização e pela vista maravilhosa – quando estiver por lá não deixe de conferir o pôr do sol do famoso rooftop. Sua piscina amarela e os cobogós são marcas registradas junto da decoração minimalista do hall e dos quartos. Localizado no Eixo Monumental, longa avenida no centro, suas linhas contemporâneas deixam a arquitetura de Brasília ainda mais rica e encantadora.
Brasília Palace Hotel: é um clássico da cidade, planejado na época da construção da capital e projetado pelo próprio Oscar Niemeyer, com obras do artista Athos Bulcão. O hotel, uma das primeiras construções de Brasília, terminado em 1958, fica às margens do Lago Paranoá e bem próximo ao Palácio da Alvorada. Glamour e badalação marcaram seu passado, período que ficará na história também por conta de seus hóspedes: Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Che Guevara, Raul Seixas e o príncipe Misaka, do Japão, foram alguns que já passaram por ali.
Royal Tulip Brasília Alvorada: bem ao lado do Brasília Palace e vizinho do Palácio da Alvorada, a residência do Presidente da República, o Royal Tulip chama atenção pela curvatura do prédio principal, com vista privilegiada para o Lago Paranoá. Com arquitetura assinada por Ruy Ohtake, o hotel cinco estrelas já é um marco na cidade, conhecido também pela sua grandeza: são 395 quartos, 13 salas no centro de convenções, um teatro com 420 lugares, restaurantes tradicionais como o Herbs, Bar do Capitão e o Old Bar.