Ásia-Pacífico perderá o título para Europa de região mais visitada do mundo
Estudo mostra que destinos como China e Japão ainda estão lentos para reduzir as restrições de entrada da Covid-19, portanto as viagens aéreas permanecem baixas em comparação com os níveis pré-pandemia
A Ásia-Pacífico abriga alguns dos destinos de turismo mais amados do mundo, da beleza natural de Bali a agitação urbana de Cingapura.
São locais procurados para férias dos sonhos, que garantem à Ásia-Pacífico o título de maior região de viagens de turismo durante grande parte da última década.
Mas com destinos como China e Japão ainda lentos para reduzir as restrições de entrada da Covid-19, as viagens aéreas da região permanecem baixas em comparação com os níveis pré-pandemia.
E um novo relatório de analistas do setor de viagens internacionais do Center for Aviation (CAPA) prevê que a Ásia-Pacífico não será mais a maior região de viagens do mundo até o fim de 2022, cedendo o título para a Europa.
Onde antes o tráfego aéreo representava mais de um terço de todas as viagens globais de passageiros, a aviação na região permanece 45% abaixo dos níveis pré-pandemia, de acordo com a CAPA.
Enquanto isso, a CAPA sugere que as viagens aéreas europeias se recuperaram para cerca de 85% dos níveis pré-pandemia, mesmo contabilizando o impacto contínuo da invasão russa da Ucrânia.
Recuperação lenta
Em 2019, 3,38 bilhões de passageiros transitaram pelos aeroportos da Ásia-Pacífico.
Em contraste, a CAPA relata que as previsões atuais da ACI Asia-Pacific – uma organização do setor que representa aeroportos na região – sugerem que 1,84 bilhão de passageiros terão passado pelos hubs de viagens da Ásia-Pacífico até o final de 2022.
Um fator-chave nessa lenta recuperação é a política de fronteira “zero-Covid” da China e o lento relaxamento das restrições de viagem do Japão, pelo menos de acordo com esse levantamento. O Japão deve reabrir oficialmente para turistas em 11 de outubro.
“O que acontece lá tem um impacto enorme no resto da região”, diz CAPA sobre a China e o Japão, destacando que são dois dos principais mercados de viagens da região.
A CAPA relata que a maioria das viagens nos destinos da Ásia-Pacífico permanece 50% ou mais abaixo dos níveis de 2019, com apenas algumas exceções, como a Índia, que está apenas 11% abaixo do valor de 2019.
As viagens domésticas na Ásia-Pacífico estão se recuperando mais rapidamente do que as viagens internacionais – as viagens domésticas na China, por exemplo, caíram apenas 5,4% em comparação com os níveis de 2019.
Em suma, a CAPA prevê que a Ásia-Pacífico não verá um retorno completo aos números de viagens pré-pandemia até o final de 2023 ou início de 2024.
“Mesmo assim, a recuperação depende da abertura de suas fronteiras pelos países e do fim das restrições de viagem persistentes, bem como das situações econômicas e epidemiológicas mais amplas”, diz o relatório.
A CAPA está defendendo a “harmonização das regras de viagens internacionais” e “compromissos políticos com a abertura e a liberdade de movimento”, bem como uma campanha de vacinação contínua, para ajudar na recuperação das viagens.