Ode ao Brasil: Caos Brasilis traz releituras de clássicos da nossa gastronomia
Comida brasileira fora do óbvio, divertida e saborosa marcam a nova casa na Vila Madalena, que estreia cheia de bossa
O nome já diz tudo: Caos Brasilis. É que o nosso país é, por vezes, um caos. Ora mais organizado, ora não. E até a sua gastronomia, resultado desse mix de tantos imigrantes que vieram para o Brasil e trouxeram seus sabores, é um delicioso “caos”.
E é isso que o chef Bruno Hoffmann, titular do extinto restaurante de cozinha autoral V.E.R.A., ex-participante do programa “Mestre do Sabor” e com passagens em casas como Petí; Vito; e no Al Castello di Alessandro Boglione, com duas estrelas do Guia Michelin, na Itália, mostra, com ousadia e boas releituras, em seu primeiro restaurante próprio. Ao seu lado está Danillo Coelho, que já trabalhou no Mocotó, no Maní, e passou pelo Pipo e Balaio, e agora é o sous-chef da casa.
O clima moderno, com pé direito alto, obras apenas de artistas brasileiros nas paredes (todas à venda) e uma trilha sonora que vai de Fafá de Belém e Marisa Monte a Zeca Pagodinho e Chiclete com Banana, já dão o tom do que aguarda aos comensais. Uma brasilidade e tanto!
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Com a premissa básica de valorizar a produção local e os pratos típicos de Norte a Sul do país, o cardápio busca provocar os paladares. A exemplo disso, podemos citar algumas das entradas como o Frango à Passarinho, que chega com molho de cajá e pimentas brasileiras (R$42,00) e folhas verdes, uma brincadeira com as frituras ao redor do país que costumam chegar com alface nas travessas, o delicioso, e nada óbvio, Tacacá Burguer de porco e camarão com molho tártaro de tucupi e jambu (R$28,00) e o Cuscuz Paulista vegano de abóbora com emulsão de coco e castanha de caju acompanhado de salada de feijões, vagem, ervilhas e azeite de coentro (R$32,00).
Como pratos principais, o Tortelli de queijos brasileiros (mogiana, defumado e canastra) com azeite de manjericão, crocante de tapioca e azeitonas pretas e pesto de tomate (R$72,00), a Galinhada Socarrat com kimchi de quiabo e emulsão de pequi (R$74,00) e a Vaca Atolada com churros de mandioca, jus de café e mellato de cacau (R$88,00) fazem parte das criativas combinações da casa – que fogem do esperado também nas apresentações.
Como opção vegana, é possível pedir a moqueca de palmito, eringhi e banana da terra grelhados, abóbora e shitake com pimenta cambuci, vatapá de abóbora e espuma de moqueca (R$79,00).
Para finalizar, as sobremesas Café Sertanejo (R$32,00) que é um bolo de macaxeira, sorvete de manteiga de garrafa, telha de cocada e espuma de café com leite e o Pastel e Caldo de Cana (R$30,00) que é um mil folhas de pastel com recheio de creme de banana, sorvete de cachaça e melaço brincam com duas combinações clássicas do nosso dia a dia e ajudam a fechar com chave de ouro a experiência gastronômica.
Há também a opção de menu executivo (R$69,00) durante o almoço e o menu-degustação (R$ 200) que deve ser agendada previamente.
A carta de vinhos foi elaborada por Adiu Bastos e conta apenas com vinhos brasileiros. Com o intuito de demonstrar a diversidade do Brasil na vinificação, a escolha dos rótulos também trata de alguns temas importantes como as mulheres na viticultura e os vinhos brasileiros que envelhecem bem. As Americanas 2020, Aracuri Merlot 2017 e a Viccas Teroldego 2020 bem como o Maximo Boschi Extra Brut 2013 e o Salamanca do Jarau 2014 são algumas das sugestões da casa.
No balcão de drinks também é possível fazer um passeio pela Amazônia com Tiquira Guajaá Amburana, purê de cajá e cupuaçu, cordial de manipuerira, bitters de puxuri. Indo para a Caatinga, temos a Cachaça Serra das Almas Garapeira, Catuaba artesanal, amaro de paratudo da casa e bitters de caju e umbu que proporcionam um despertar das papilas gustativas.
Vida longa ao Caos Brasilis!
Caos Brasilis
Rua Medeiros de Albuquerque, 270, Vila Madalena – São Paulo – SP / Horário de Funcionamento: terça a sexta, almoço das 12h às 15h; jantar de terça a quinta, das 19h às 22h30; almoço sábado, das 12h às 16h; jantar sexta e sábado, das 19h às 23h.