Chef analisa culinária do Pantanal e diz: “É uma pluralidade”
Chef Magda Moraes, por trás do Aipim Restaurante, em Campo Grande, se encontrou comigo na Fazenda Santuário, minha casinha nos dias em que fiquei em Bonito

No Centro-Oeste, a terra molda os sabores e a água sustenta a vida. Brinco que aqui há um fruto e um peixe para cada dia do ano, tamanha a diversidade de fauna e flora que encontramos por estas bandas. E essa riqueza se traduz na cozinha, que mistura lindamente influências indígenas, costumes tropeiros e heranças pantaneiras.
Você já ouviu falar da guavira? Ou ainda do jaracatiá? Experimentou piraputanga, pacu, dourado e pintado assados? Estas matérias-primas e mais uma pluralidade de ingredientes formam um pouco do que pude experimentar na região para a temporada especial CNN Viagem & Gastronomia: Sabores do Brasil.
A jornada pelo Centro-Oeste não poderia começar de uma forma mais “bonita”, já que pisei justamente em Bonito, no Mato Grosso do Sul, para mergulhar em seus rios, adentrar suas trilhas, me banhar em cachoeiras e, claro, apreciar a rica culinária local.
Pacu e churrasco pantaneiro

A chef Magda Moraes, por trás do Aipim Restaurante, em Campo Grande, se encontrou comigo na Fazenda Santuário, minha casinha nos dias em que fiquei em Bonito.
Imagine um casarão com ambientes abertos, móveis modernos, atmosfera aconchegante, piscina de borda infinita e paisagens verdes a perder de vista. Tudo isso coroado com uma cozinha caprichada, que nos convida a celebrações em torno do fogão e da mesa.
Foi isso que fiz ao lado de Magda, que preparou um pacu assado na folha da bananeira recheado com farofa de banana da terra, servido com arroz de guariroba e pirão. De entrada, um caldinho de piranha com sopa paraguaia abriu os caminhos. Foi aquela refeição de repetir o prato.
A cozinha pantaneira é uma pluralidade. É uma maneira de experimentarmos a vivência das pessoas do Pantanal, sendo o retrato do homem pantaneiro
Magda Moraes, chef do Aipim Restaurante
Enquanto ela preparava o pacu, brindamos o encontro com uma caipirinha de tereré, feita com erva mate triturada de maneira mais grossa, diferente do chimarrão, por exemplo, que tem a erva mais fina.
Para o jantar, mais uma tradição: o churrasco pantaneiro. Ele é improvisado no chão e, na ocasião, preparamos uma ponta de costela e um surtum, corte tipicamente pantaneiro que é Patrimônio Imaterial da cidade de Corumbá.
Acompanhados de uma bela salada, os cortes só puderam ser apreciados depois do toque do berrante, ato simbólico que dá o pontapé à boiada.
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