À frente do Me Vá e Nonna Rosa, Marcelo Muniz abrirá duas novas casas em breve
Ele começou lavando copos e hoje comanda dois restaurantes de sucesso em São Paulo, além de estar prestes a abrir outros dois endereços. Conheça mais do jovem restaurateur, o Marcelinho, como é chamado pelos fregueses mais assíduos
Se você um dia resolver almoçar no espanhol Me Vá e, por um acaso, ir jantar no italiano Nonna Rosa, é quase 100% de chance de encontrar no salão Marcelo Muniz.
Simpático e sempre sorridente, o jovem restaurateur tem uma capacidade única de observar tudo ao redor, como pouco se vê.
Não à toa, Muniz está por trás – e à frente – desses dois sucessos da gastronomia paulista. E ele poderia muito bem se dar por satisfeito, mas não está no seu DNA parar. “Quando eu vejo dois negócios assim prosperando, me incomoda parar”, diz, com brilho nos olhos.
É por esse motivo que Muniz abre agora, em meados de outubro, sua terceira casa, o Èze. O endereço, na Alameda Tietê, nos Jardins, se dedicará a receitas mediterrâneas e, segundo ele, que está em fase de finalização do cardápio, terá o mesmo excelente custo-benefício que as outras duas casas têm sob sua gestão.
“É necessário se debruçar sobre custos, buscar por bons fornecedores, manter atendimento eficiente e ter padronização na cozinha para um restaurante dar certo. Não tem fórmula mágica, não tem nada. É trabalho duro todos os dias, sem falhar um”, comenta.
Incansável, Marcelinho, como é chamado, se divide entre os restaurante Me Vá, em Pinheiros, e o Nonna Rosa, no Jardins, que juntos atendem mais de 10 mil pessoas por mês e somam 100 funcionários.
Mas ele terá de encontrar um espaço na sua agenda para chefiar também o Èze, que nasce com um investimento de R$ 2,5 milhões.
“Èze nasce de um sonho antigo. Frutos do mar sempre foi algo que desejei trabalhar, mas era restrito no quesito ingredientes. Hoje temos bons fornecedores, que entregam bons produtos a excelentes custos. O momento chegou”, complementa.
Uma história inspiradora
Quanto tinha apenas 13 anos, Marcelo Muniz começou a trabalhar para ajudar a família e “poder comprar suas coisas”, diz.
O primeiro emprego foi como lavador de copos em uma lanchonete. E, quem nasceu para ser sucesso, logo brilha, né? Aos 15, ele passou para cumin (auxiliar) do restaurante O Garimpo, em Embu das Artes.
E foi aos 18 que ele se tornou chefe de fila e percebeu como o contato com o cliente era algo que gostava.
“Ali vi uma chance de estar mais próximo ao cliente. Eu dava sugestões e sempre fazia o impossível para ser algo a mais. Acho que o motivo é que queria ser algo a mais também”, conta.
“Cheguei ao cargo de chefe de fila, que é aquela pessoa que organiza o salão, faz a organização da praça, escala de folga”, relembra.
E entre um envio de e-mail ali, um contato acolá, Marcelo chegou ao grupo Fasano, para ser cumin no Gero. E foi nesse momento que a chave virou.
“Ali eu vi, entendi e aprendi a importância do contato com o cliente. Não bastava apenas por e tirar os pratos da mesa. Era muita pressão – confesso que pensei em desistir muitas vezes. Mas eu sabia que para ser bom mesmo em algo, precisava passar por isso. Fui então estudar, aprender inglês, tudo para me elevar para outro nível”, conta.
Após chegar à posição de maître no grupo Fasano, Marcelo – e sua inquietude nata – aceitou o desafio para gerenciar o Nino, de Rodolfo de Santis. “Foi um processo interessante: Fasano já tinha toda a estrutura montada, e o Nino era um desafio novo. E eu estava buscando isso para preencher outras lacunas da minha vida profissional”, relembra.
Além de sua indiscutível garra, o empresário também tem seu “anjo”, que ele não revela o nome.
“Fiquei muito próximo de um cliente assíduo do Fasano. Ficamos amigos e pouco tempo depois que eu tinha embarcado no Nino, ele me convidou para ser sócio em um restaurante que ele tinha ideia de abrir. Assim nasceu o Nonna Rosa”, diz.
Comida bem feita, com apresentação exemplar e um custo-benefício excelente marcam o menu do restaurante italiano. Atualmente, a casa vende 300 pratos de carbonara por mês, o que corresponde a 10% das vendas.
Um ano e meio depois da abertura do Nonna Rosa, veio o Me Vá, um restaurante badaladinho, com cores vibrantes e gastronomia mais autoral enveredada para a culinária espanhola, hoje sob comando do chef Gustavo Prado.
Lá, o sucesso é o arroz de pato: 25% das vendas da casa é do prato. “Parece que meu ciclo é de a cada um ano e meio abrir uma casa nova. Parece que o sino toca!”, diverte-se.
Se você acha que Marcelinho vai parar, já damos aqui uma notícia de antemão: ele acabou de fechar um ponto no centro de São Paulo, junto ao Hotel San Rafael, e lá abrirá o Nipote – significado de neto em italiano.
Com abertura prevista apenas para fevereiro de 2023, o bar tocará música ao vivo, com muito jazz, blues e DJs especiais em algumas noites. A ideia é que fique aberto até de madrugada, diferente dos seus outros restaurantes.
O menu promete manter bons valores em pratos com sotaque italiano. Durante o dia serão servidas massas e, de noite, itens para compartilhar, como pizzetas. “Centro de São Paulo é único! Eu não poderia parar sem ter algo ali”, finaliza.
Será que agora ele para?
Nonna Rosa: Rua Padre João Manuel, 950 – Jardins – São Paulo/SP / Tel.: (11) 2369-5542 / Horário de funcionamento: segunda a quarta, das 12h às 16h e 19h às 23h; quinta e sexta, das 12h às 16h e 19h à 0h; sábado, das 12h à 00h; e domingo das 12h às 17h.
Me Vá: Rua Ferreira de Araújo, 285 – Pinheiros, São Paulo/SP / Tel.: (11) 3816-0588 / Horário de funcionamento: segunda a terça, das 12h às 15h e 18h às 23h; quarta, das 12h às 15h e das 18h30 à 0h; quinta, sexta e sábado, das 12h à 0h; e domingo, das 12h às 17h.