Viagens mais curtas e geração Z impulsionam turismo brasileiro no pós-pandemia

Estudo do Google aponta que classes C, D e E ajudaram no reaquecimento do turismo nacional; brasileiro tem preferido viagens mais curtas, optado por transporte terrestre e se preocupado mais com a hospedagem

Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, no Nordeste, destino procurado pela geração
Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, no Nordeste, destino procurado pela geração Fernando Chirioga/Divulgação

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São Paulo, SP

O turismo brasileiro atual recebeu uma nova leva de pessoas e também fez prosperar um novo perfil de viajante quando comparado ao período pré-pandemia.

É o que aponta uma pesquisa encomendada pelo Google divulgada na quinta-feira (23) no evento Think Travel, na sede da empresa em São Paulo.

O estudo revela que o número de pessoas que desejam viajar neste ano cresceu 10% em relação a 2019. O dado é puxado por brasileiros que, há cerca de três anos, não tinham o hábito de viajar.

Deste montante, a maior parte do público, cerca de 28%, pertence a Geração Z, que corresponde aos nascidos da segunda metade da década de 1990 até 2010.

Pessoas idosas maiores de 65 anos, representadas principalmente pelos Baby Boomers, também se destacam e representam 7% destes novos viajantes.

O estudo revela ainda que as classes C, D e E ajudaram no reaquecimento do turismo nacional: quatro em cada cinco novos viajantes, ou 82%, pertencem a estes grupos socioeconômicos, os quais são em grande parte moradores das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

No total, a pesquisa ouviu mil brasileiros com idade a partir de 18 anos que são viajantes habituais ou pretendem viajar neste ano. Os dados foram complementados com buscas feitos por brasileiros no site do Google Brasil.

Tendências do turismo

A análise das buscas do site revelou que o brasileiro tem preferido viagens mais curtas, assim como tem procurado modais terrestres de deslocamento e se preocupado mais com a hospedagem.

Nos primeiros meses de 2023, as buscas por rotas de até 250 km cresceram 156% em comparação ao mesmo período de 2022. Na contramão, os trajetos com mais de 3.500 km caíram 77%.

Segundo a big tech, viagens de três dias tiveram um salto de 130% em relação ao mesmo período do ano passado.

Débora Bonazzi, head de negócios para o segmento de Viagens do Google Brasil, afirma que as viagens terrestres são “a bola da vez”. Os dados do Google mostram que houve um aumento de 26% nas buscas por viagens de ônibus e 44% nos aluguéis de carro em comparação com 2019.

Porém, mesmo apresentando queda de 3% no período analisado, a empresa afirma que, pela primeira vez, as buscas por passagens aéreas estão chegando aos mesmos patamares do período pré-pandemia.

A preocupação com a hospedagem também se destacou: consultas por hotéis tiveram um salto de 97% no Brasil no período de janeiro e fevereiro de 2022 em relação ao mesmo período de 2019.

Entram neste contexto um maior cuidado com a localização. Pesquisas com o termo “bem localizado” cresceram 238% neste ano em relação a 2022; já ‘hotéis perto de mim” tiveram aumento de 412%.

Entre os destinos de maior desejo quando comparados períodos pré e pós-pandemia, o estudo destaca interesse pelo Nordeste, resorts e hotéis fazenda, cidades com ecoturismo e ainda países da Europa e Ásia, África ou Oceania.

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