Os cenários reais dos principais filmes indicados ao Oscar 2022
Entre desertos na Jordânia e cidadezinhas na Itália, filmes driblaram as restrições da Covid-19 e foram gravados em locais românticos, misteriosos e deslumbrantes ao redor do mundo
Os indicados ao Oscar 2022 já estão entre nós. Os nomes e as categorias dos filmes foram anunciados na terça-feira (8) e a boa notícia é que vários dos longa-metragens que concorrem aos principais prêmios se passam em cenários deslumbrantes da vida real.
“Ataque dos Cães” desponta na liderança ao concorrer a 12 estatuetas. Em seguida vem “Duna“, filme com Timothée Chalamet e Zendaya indicado em 10 categorias. Logo depois vem o drama “Belfast” e o musical “Amor, Sublime Amor“, com sete indicações cada.
Destacam-se ainda “A Filha Perdida“, drama baseado no livro homônimo de Elena Ferrante, e “007 – Sem Tempo para Morrer“, o último da franquia de ação com atuação de Daniel Craig como protagonista.
Vale ressaltar que a animação “Encanto” também foi indicada a três categorias: com inspiração nas montanhas da região cafeeira da Colômbia e nas casas coloridas do interior do país, relembre a entrevista exclusiva do CNN Viagem & Gastronomia com os diretores e produtores do longa. “Luca“, outra animação da Disney, se passa na irreverente Riviera Italiana e foi indicado à categoria de “Melhor Animação”.
Entre desertos, praias na Grécia e cidadezinhas na Itália, confira as locações dos principais filmes indicados ao Oscar de 2022:
“Ataque dos Cães”
[cnn_galeria active=”90349″ id_galeria=”90348″ title_galeria=”Cenários do filme “Ataque dos Cães” na Nova Zelândia”/]
Com 12 indicações ao Oscar, incluindo as categorias mais visadas da premiação, o filme da diretora Jane Campion se passa na década de 1920 nos cenários rurais de Montana, estado no oeste dos Estados Unidos. A trama segue a história dos irmãos Phil (Benedict Cumberbatch) e George Burbank (Jesse Plemons), que possuem um rancho juntos. George encontra seu verdadeiro amor em Rose (Kirsten Dunst), e Phil passa a atacar tanto ela quanto seu filho Peter (Kodi Smit-McPhee).
Entre os temas de amor, luto, inveja, ressentimento e sexualidade, os cenários caprichados também chamam a atenção. Mas o interessante é que, mesmo se passando em Montana, o filme foi rodado inteiramente na Nova Zelândia, terra natal da diretora. De acordo com a página oficial do filme no IMDB e a imprensa local, “Ataque dos Cães” foi filmado nas planícies de Maniototo, parte da região de Otago, porção sudeste da ilha sul do país.
O clima da localidade é severo e seco: os termômetros chegam a marcar 30°C no meio do verão e até -15°C no inverno. Pouco povoada, a região tem a criação de ovinos como principal fonte de renda. Outros cenários do filme incluem as cidades costeiras de Dunedin e Oamaru, com cenas internas gravadas também em Auckland.
“Duna”
[cnn_galeria active=”90374″ id_galeria=”90367″ title_galeria=”Cenários de “Duna””/]
Dirigido por Denis Villeneuve, o filme concorre a 10 estatuetas do Oscar, incluindo “Melhor Filme” e “Melhores Efeitos Especiais”. Lançado nos cinemas em 2021 e disponível no serviço de streaming HBO Max, a ficção acompanha Paul Atreides (Timothée Chalamet), cuja família passa a controlar o planeta desértico Arrakis – local que é fonte de uma especiaria rara e importante para a história.
Conspirações, profecias e destruição ditam o rumo do filme em meio a cenários desérticos. Para isso, a equipe escolheu gravar cenas em quatro locações principais: o deserto de Wadi Rum, na Jordânia; o deserto ao redor de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos; a costa noroeste da Noruega e estúdios fechados em Budapeste, na Hungria.
Em entrevista para a Condé Nast Traveler, o designer de produção do filme, Patrice Vermette, disse que procurava um deserto que não fosse tão romântico, mas que fosse um pouco assustador. Por terem muitas formações rochosas e serem compostos por extremos, os desertos de Wadi Rum e Wadi Araba, na Jordânia, foram os escolhidos.
Descrito como maravilhosos mas ao mesmo tempo inóspitos, ambos tiveram importante papel na criação do planeta Arrakis. “Há uma presença ali, uma aura. Você se sente muito, muito, muito pequeno no universo quando está lá, e o som do vento entre as rochas é de tirar o fôlego”, afirmou o produtor.
Mesmo assim, um deserto com grandes dunas também era necessário, e a escolha baseou-se nas areias ao redor de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. A equipe, inclusive, escolheu o luxuoso hotel Qasr Al Sarab, parte do grupo Anantara, para se fixar em meio ao deserto. “Viajar do hotel para o local de filmagem no deserto era apenas sair da porta do resort. Foi fantástico”, disse Vermette.
No noroeste da Noruega, o litoral de Kråkenes foi utilizado para dar vida nas telonas ao planeta Caladan, totalmente diferente de Arrakis. Interessante é que em parte do ano, mais especificamente entre os meses de novembro e dezembro, a região possui apenas algumas poucas horas de luz solar. O contrário ocorre entre o fim da primavera e o verão, quando a luz do dia chega a barrar a noite por dias.
“Belfast”
[cnn_galeria active=”90376″ id_galeria=”90375″ title_galeria=”Cenários de “Belfast””/]
Apesar do título do filme direcionar o espectador diretamente para a capital da Irlanda do Norte, o longa semi-autobiográfico do diretor Kenneth Branagh teve a maioria das cenas gravadas nos arredores de Londres, na Inglaterra.
Indicado a sete estatuetas e com um elenco de peso, que conta com Judi Dench, Jamie Dornan, Caitriona Balfe e o novato Jude Hill, a comédia dramática narra a história de um menino de nove anos que vê sua vida virada de cabeça para baixo com a agitação civil na capital da Irlanda do Norte no final dos anos 1960. Os visuais em preto e branco do longa também contribuem para uma estética vintage em meio aos fatos espinhosos.
Devido às restrições impostas pela Covid-19, a maior parte do filme foi filmada nos arredores de Londres, como em uma escola abandonada que foi transformada na escola, hospital e igreja vistas no drama. O Aeroporto de Farnborough, na cidade inglesa de mesmo nome no condado de Hampshire, também foi usado em certas cenas importantes, com hangares sendo utilizados para criar outros ambientes.
Cenas também foram rodadas na própria Belfast, onde o filme se passa, como em bairros residenciais ao redor da cidade. Para turistas, a cidade conta com uma vida cultural agitada, como o “Titanic Belfast”, mesmo lugar onde o Titanic foi projetado, construído e lançado em 1912, em que conta toda a história do navio, assim como os estúdios de “Game of Thrones”, inaugurado no começo do mês de fevereiro.
“A Filha Perdida”
[cnn_galeria active=”90358″ id_galeria=”90352″ title_galeria=”Cenários do filme “A Filha Perdida” na Grécia”/]
Primeiro filme dirigido pela atriz Maggie Gyllenhaal, o drama da Netflix tem a ganhadora do Oscar Olivia Colman como a protagonista Leda, uma professora universitária que passa férias na Grécia. Ao todo, o longa foi indicado em três categorias: “Melhor Atriz” pelo trabalho de Colman; “Melhor Atriz Coadjuvante” por Jessie Buckley e “Melhor Roteiro Adaptado”.
Na trama, a personagem Leda fica obcecada por uma jovem mãe (Dakota Johnson) enquanto é bombardeada por lembranças de seu passado como uma jovem mãe que luta para criar duas filhas.
Os cenários originais se passariam em alguma praia calma dos Estados Unidos, porém, por conta das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, a produção escolheu a ilha grega de Spetses, localizada na península de Ática, na Grécia. Pequena e encantadora, a ilha pode ser descoberta a pé ou de bicicleta e rodada em apenas um dia.
De acordo com a Organização Nacional de Turismo da Grécia, a ilha possui mansões bem preservadas e carruagens puxadas por cavalos pelas pitorescas ruas de paralelepípedo são um passeio comum. O porto antigo e a Dapia são as marcas de Spetses: é o centro turístico e comercial onde pulsa o entretenimento da ilha.
“007 – Sem Tempo para Morrer”
[cnn_galeria active=”90365″ id_galeria=”90362″ title_galeria=”Cenários “007 – Sem Tempo Para Morrer””/]
O 25º filme da franquia 007 estreou no final de 2021 nos cinemas e trouxe Daniel Craig em seu ato final como o agente James Bond. O longa foi indicado a três categorias: “Melhor Som”, “Efeitos Visuais” e “Canção Original”. Na trama, além de, mais uma vez, Bond ter de salvar o mundo das mãos de vilões, cenários deslumbrantes ao redor da Terra ajudam a compor a narrativa.
Matera, comuna no sul da Itália, foi escolhida para ser o local das cenas iniciais do longa. Uma das cidades mais antigas do mundo, a localidade possui construções esculpidas em rochas, vielas bem cinematográficas e até ruínas de um vilarejo do período neolítico.
Para a Condé Nast Traveler, o diretor Cary Fukunaga disse que filmar na Itália foi como um sonho. “Filmamos em Matera, em Gravina, na Puglia, e naquela pequena faixa de costa que Basilicata tem entre Campânia e Calábria, em Sapri. Foi muito bonito”, afirmou.
A Jamaica também teve um papel importante no filme. Foi no país, na região ao redor de Port Antonio, que o personagem James Bond se estabeleceu numa villa após sair do MI6. De acordo com o diretor, a casa não existe na vida real, mas foi totalmente construída para o filmes à beira-mar.
Cuba também é um dos países visitados pelo personagem principal durante o longa, mas apenas na ficção: prédios, casas e elementos da cidade de Santiago de Cuba foram construídos do zero no Pinewood Studios, um dos maiores estúdios cinematográficos britânicos localizado a cerca de 30 km do centro de Londres.
Além da Itália e da Inglaterra, outros países europeus também fizeram uma ponta na produção. É o caso da Estrada do Atlântico, na Noruega, parte de uma rodovia do país que possui 8,3 km e atravessa um arquipélago – os belos cenários se mesclam às ondas gigantes que batem nas pontes durante o mau tempo. Um lago na Escócia foi usado para dar vida na ficção a um fiorde e uma sequência cheia de bosques foi gravada no Windsor Great Park, no sul da cidade de Windsor, na Inglaterra.