Onde “A Noite das Bruxas” foi filmado? Conheça a Veneza mal-assombrada do filme

Ambientado em uma Veneza misteriosa, o filme tem como cenário uma série de palazzos, igrejas, pontes e canais; saiba onde ficam e como visitá-los

Saulo Tafarelodo Viagem & Gastronomia

Palazzos, igrejas, pontes e canais: essa é a imagem clássica de Veneza adorada por milhões de turistas todos os anos e que surge mais uma vez nas telonas. Baseado no romance de Agatha Christie, o filme “A Noite das Bruxas” chega aos cinemas em 14 de setembro e retrata a cidade italiana no pós-Segunda Guerra Mundial.

O longa, que tem a ganhadora do Oscar Michelle Yeoh no elenco, marca a volta das investigações do detetive Hercule Poirot (Kenneth Branagh) em uma trama cheia de mistérios e eventos sobrenaturais.

Ao contrário do livro, que se passa na Inglaterra ao longo de vários dias, a produção do filme decidiu adaptar a história para uma Veneza, diga-se de passagem, sinistra.

“Queríamos transportar a plateia para Veneza e proporcionar a emoção de estar nessa cidade tão bela, labiríntica e eletrizante”, diz Kenneth Branagh nas anotações do filme. Ator e diretor do longa, Branagh revela que as filmagens na cidade italiana ocorreram entre o outono e o inverno, época em que a névoa veneziana cobre a cidade.

Cena do filme “A Noite das Bruxas” pelas águas de Veneza / 20th Century Studios

A fotografia principal do filme, porém, não ocorreu apenas em Veneza: muito material foi rodado também no Pinewood Studios, a cerca de 30 km a oeste do centro de Londres, onde outros longas também tiveram produção, como “Missão Impossível: Acerto de Contas – Parte 1”, “A Pequena Sereia” e a franquia de “007”.

Mas é a arquitetura inconfundível da cidade italiana, com seus palazzos e canais, que literalmente roubam a cena em “A Noite das Bruxas”.

Confira a seguir os locais em Veneza que fazem uma ponta no filme:

  • Praça de São Marcos
  • Palazzo Ducale
  • Conservatório de Veneza
  • Ponte dei Sospiri
  • Palazzo Contarini del Bovolo
  • Campo San Samuele
  • Grande Canal
  • Jardim do Palazzo Malipiero
  • Ponte Consafelzi
  • Campo di Santa Maria Nova
  • Ilha San Giorgio

Cenas internas

No coração da cidade e a uma curta distância da Praça de São Marcos, o Conservatório de Música Benedetto Marcello, conhecido apenas como Conservatório de Veneza, é um dos locais com cenas internas no longa.

O conservatório fica dentro do Palazzo Pisani, embelezado com afrescos, estátuas, obras em mármore e estuque.

Batizado em homenagem ao compositor Benedetto Marcello, o conservatório foi aberto em 1876 e não é um mero local de visitas, mas sim uma escola de música que hoje leciona uma gama de matérias, incluindo música antiga e eletrônica. O local sedia recorrentemente alguns eventos ao longo do ano.

Cenas internas e externas ocorrem também no Palazzo Ducale, um dos símbolos de Veneza. Construído entre os séculos 14 e 15, o palazzo representava o poderio político do império mercante e é uma obra-prima do gótico veneziano.

Fora das telonas, o palazzo é como um museu, em que recebe exposições e abre ao público seus suntuosos salões recheados de obras, como “Paradiso”, do veneziano Tintoretto. Para visitá-lo, é possível comprar ingressos combinados com outros museus pela Praça São Marcos e também pela cidade que variam entre 13 € e 40 € (perto de R$ 69 e R$ 213).

Cenas externas

Claro que o ponto turístico mais importante e visitado da cidade faria sua aparição no filme. Para os olhos mais atentos, a Praça de São Marcos, no coração de Veneza, é facilmente reconhecida.

Antigo centro político e religioso da República de Veneza, a praça é lar de algumas construções emblemáticas da cidade italiana, como a Torre do Relógio, edifício renascentista que abriga um relógio que mostra as fases da lua e do sol e os signos do zodíaco, e a Basílica de São Marcos.

A Torre do Relógio, projetada em 1496, pode ser visitada na vida real ao lado de um guia especializado com reservas antecipadas que podem ter valor integral de 15 € (R$ 79).

Já a Basílica, ao lado do Palazzo Ducale, está entre os roteiros de qualquer visita a Veneza: a construção atual é do século 11 e toda a rica história e decoração interior pode ser visitada por a partir 3 € (cerca de R$ 16). O campanário, ou seja, a torre dos sinos, fica bem ao lado e tem aproximadamente 99 metros de altura – é possível visitá-lo por volta de 10 € (R$ 53).

Ainda na região da Praça de São Marcos – e presente nas filmagens do longa – há a Ponte dei Sospiri, ou a Ponte dos Suspiros, uma das mais conhecidas de Veneza, e o Bacino San Marco, região à beira d’água que se abre para a Lagoa de Veneza.

Via aquática mais emblemática e importante da cidade, o Grande Canal também está presente nas gravações. Ele corta a maior parte da cidade e tem tráfego intenso das embarcações típicas chamadas de vaporetto.

Tomadas externas ocorreram ainda à beira do Grande Canal no jardim do Palazzo Malipiero, construção com resquícios dos tempos bizantinos e que chegou a ser morada do célebre escritor italiano Giacomo Casanova nos idos dos de 1740.

O célebre jardim do palazzo, que dá para o canal, é uma obra que remete ao final do século 18 e se liga ao campo de San Samuele, outro ponto de gravação do filme. “Campo” em Veneza se refere a uma pequena praça rodeada por construções – o Campo San Samuele, por exemplo, tem como figura central a igreja de San Samuele, rodeada pelo Palazzo Malipiero e pelo Palazzo Grassi.

Outro lugar usado em “A Noite das Bruxas” foi Campo Santa Maria Nova, incluindo a igreja Santa Maria dei Miracoli, erguida em mármore e exemplo renascentista veneziano, assim como a Ponte Santa Maria Nova.

Por falar em pontes, mais uma aparece no filme: a Ponte Consafelzi, toda construída em ferro.

As cenas externas incluem ainda as fachadas do Palazzo Contarini del Bovolo, datado do século 15 e conhecido na cidade pela escadaria em caracol e pelos vários arcos do lado de fora.

E as ilhas de Veneza não ficam de fora: algumas cenas externas foram feitas ainda na Ilha de San Giorgio, que pode ser admirada a partir da Praça de São Marcos. A ilha tem como atrações a Abadia de San Giorgio Maggiore, o jardim-labirinto Borges e a fundação cultural Giorgio Cini.

Vale lembrar que San Giorgio é vizinha de Giudecca, ilha que é lar do hotel cinco estrelas Belmond Cipriani.