Por dentro dos luxuosos lounges vips dos principais aeroportos do mundo
Se você já se perguntou o que tem nos espaços mais exclusivos das companhias aéreas, esses três viajantes entregam todos os detalhes, de Paris ao Catar
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Very Important People. Colocar a sigla VIP tem o poder de sensualizar um bando de serviço. Um recurso que foi longamente aplicado a salas em aeroportos, não raro, puxadinhos em áreas de embarque ostentando design deprimente e comida, no melhor das hipóteses, passável.
Obviamente, as grandes companhias aéreas sacaram que, para fazer jus a seus melhores clientes, algo precisava mudar. Chamá-las de lounges vips, foi um jeito de sinalizar que ali dentro haveria um décor mais charmoso, uma gastronomia mais acolhedora e atividades mais atraentes.
Aos que não têm esses spots como primeira parada de uma longa viagem, reunimos dicas de grandes especialistas para revelar o que eles podem esconder.
“Eu tenho dois favoritos: o da Air France, no terminal 2F do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, e o da Turkish Airlines no belíssimo aeroporto de Istambul”, conta Shoichi Iwashita, idealizador do site de viagens de luxo simonde.com.br.
“O primeiro tem tudo o que a gente espera de um lounge de classe executiva: duchas, spa Clarins, espaço reservado para descanso, restaurante e uma vista linda e ampla para uma das pistas de pouso e decolagens”, conta.
“Além disso foi inteiramente desenhado pelo escritório de design Jouin Manku, um dos meus preferidos. O mesmo do Alain Ducasse no Plaza Athénée, a loja da Van Cleef & Arpels, da Praça Vendôme, e até mesmo as bicicletas públicas Vélib, em Paris”, detalha o expert.
Por lá, para relaxar, é possível desfrutar de uma área detox com belisquetes e bebidas saudáveis, de espreguiçadeiras e do Traveller Spa, um tratamento facial expresso de beleza de 20 minutos. Agora, vale dizer que há, sim, mais luxo do que isso.
No mesmo aeroporto, os quatro ocupantes da primeira classe da Air France têm acesso irrestrito ao exclusivíssimo La Première, onde fazem o check-in e o controle de passaporte e onde podem desfrutar de uma biblioteca de livros de arte e de menus à la carte de comidas e de vinhos criados respectivamente por M. Ducasse e Paolo Basso, já eleito melhor sommelier do mundo.
O citado espaço da Turkish, por sua vez, tem “gracinhas como muitos chás da região de Rize, café turco e uma área para crianças inacreditável de linda. Mas o que eu gosto mesmo é que a comida é preparada na hora, em várias estações com chefs e isso faz toda a diferença, ainda mais quando se come tão mal na maioria das salas VIP do mundo todo”, reforça Shoichi.
Vale dizer que dentro dos 5.600 metros quadrados desse Lounge Business da Turkish Airlines há também suítes privativas, exposição em parceria com o Istambul Modern (museu de arte moderna da cidade turca) e até um novo simulador de voo que permite aos passageiros descobrirem Istambul sem deixarem o aeroporto.
Na época em que era executivo da empresa de tecnologia Huawei, Marcelo Pan fez tantas viagens para a China que passou a integrar o time de sommelier de salas vips.
Nessas incursões, aproveitou para explorar o país de seus ancestrais e grande parte da Ásia, e concluiu que seu lounge predileto por lá é o The Pier da Cathay Pacific.
“Tudo foi pensado nos mínimos detalhes. Um serviço impecável. Você se sente em casa. A decoração é leve, bem iluminada, os sofás são extremamente confortáveis e a seleção incrível de drinque chega a ser um perigo!”.
Contudo, o advogado faz questão de referenciar o lounge vip da companhia Qatar.
Em Doha, no Catar, o Al Safwa First, primeiro lounge 7 estrelas do mundo, “impressiona: você sobe as escadas e se depara com uma imensa fonte de água, objetos de arte islâmica, mobiliário lindo. O restaurante enorme te surpreende a cada vez, seja com a gastronomia árabe ou com uma seleção impecável de sushis e champanhes”.
O local chiquetoso abriga também o QSpa, com salas de tratamentos exclusivos e até jacuzzi, além de business center completo, cinema e uma área privativa para famílias.
“Mas não é só o glamour, sabe? Uma das experiências que mais me marcaram foi uma degustação de gins da British Airways, em Heathrow”, diz Pan.
A bem da verdade, o lounge na capital da Inglaterra não peca no requinte, não: além do alto gabarito de coquetéis e destilados, conta com menus à la carte harmonizados com vinhos e champanhes e com o Forty Winks, um espaço com cápsulas para sonecas.
Acumulador recordista de milhagens, Sergio Timerman não coleciona apenas mais de uma centena de selos no passaporte e de 9 milhões de milhas aéreas. Doutor em cardiologia, diretor do Laboratório de Treinamento e Simulação em Emergências Cardiovasculares e coordenador do Time de Resposta Rápida do Incor é, consequentemente, autoridade em zonas VIP.
“Lounge é a extensão do bom ou do mal atendimento de uma companhia aérea, onde você realmente vê a preocupação com o passageiro”, acredita ele.
“Nos Emirados Árabes e na Ásia eles são quase hotéis seis estrelas e é injusto comparar, porque o conceito é completamente diferente, mas posso garantir que a American Airlines não deixa por menos para os passageiros frequentes – ela te dá acesso a um lounge dentro do lounge”.
Dr. Timerman refere-se aos Flagship Lounges, existentes em Chicago, Dallas, Los Angeles, Miami e Nova York, que dispõem de bar de coquetéis premium, menus degustação harmonizados exclusivos, salas confortáveis de banho, terapias de relaxamento e “uma coisa ótima que é ser recebido na cidade em que se hospedará já na porta do avião”.
“É um carinho depois de um voo longo, principalmente quando você precisa estar disposto para ir diretamente trabalhar”, justifica o médico viageiro.
Além disso, Sergio faz questão de mencionar o Brasil: “A Gol tem uma sala vip muito acolhedora, que evoca brasilidade. Antes da pandemia ela servia algo simples e maravilhoso, o hot pork, hot-dog d’A Casa do Porco, do Jefferson e da Janaina Rueda, que são tidos como os melhores chefs do país. São gestos que fazem muita diferença”.