Conheça o Taiti, que sediará provas de surfe nas Olimpíadas

Distante mais de 15.700 quilômetros de Paris, Taiti é a maior ilha da Polinésia Francesa e porta de entrada para atóis de águas cristalinas pela região

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Apesar de as Olimpíadas de Paris 2024 terem a capital francesa como anfitriã, algumas modalidades esportivas serão sediadas em outros locais da França e até mesmo em outro hemisfério. É o caso do Taiti, território ultramarino autônomo da República Francesa, que receberá provas de surfe entre os dias 27 de julho e 5 de agosto.

Distante mais de 15.700 quilômetros de Paris, a ilha é a maior da Polinésia Francesa, um conjunto de 118 ilhas e atóis no Oceano Pacífico Sul. Para se ter uma ideia, um dos voos mais comuns entre Paris e Papeete, capital do Taiti, demora cerca de 20 horas e tem uma parada em Los Angeles, nos Estados Unidos.

As competições de surfe acontecerão em Teahupo’o, vila a 75 quilômetros Papeete que é conhecida por suas ondas desafiadoras e campeonatos a nível mundial.

Segundo os organizadores das Olimpíadas, a decisão de realizar o surfe no Taiti “oferece uma oportunidade de envolver os territórios ultramarinos franceses e as suas comunidades nos Jogos Olímpicos – pela primeira vez na história – ao mesmo tempo que mostra a rica e diversificada herança de França”.

Como é o Taiti

Vista aérea de Papeete, capital do Taiti
Vista aérea de Papeete, capital do Taiti, na Polinésia Francesa / Rémi Juan/Wikimedia Commons

O Taiti tornou-se uma colônia francesa em 1880 e, 66 anos depois, em 1946, foi declarado um território ultramarino autônomo da República Francesa. É a maior ilha da Polinésia Francesa e tem cerca de 190 mil habitantes, em que a maioria habita o litoral.

A ilha deriva da atividade vulcânica, em que é rodeada por recifes de coral. O interior é montanhoso, onde podem ser encontrados vales, rios e cachoeiras. A montanha mais alta de toda a Polinésia Francesa fica aqui: é o Monte Orohena, com 2.241 metros de altitude, que pode ser melhor conhecido por meio de hiking na companhia de um guia.

A capital é Papeete, porta de entrada para as outras ilhas da região. As principais atrações da cidade são a catedral, batizada de Catedral de Notre Dame; os jardins da Assembleia da Polinésia Francesa; o Palácio Presidencial da Polinésia Francesa; o Museu das Pérolas e o mercadão.

Na capital fica o Aeroporto Internacional Tahiti-Faa’a, que recebe voos de cidades dos Estados Unidos, da Nova Zelândia e do Japão, por exemplo. Ele possui conexão com as outras ilhas, sendo que algumas são ligadas também por meio de balsas.

Diferente de algumas das ilhas da Polinésia, o Taiti não possui um grande apelo visual com suas praias. Grande parte das praias é de areia preta, como a praia de Pointe Venus, no norte, que possui um farol histórico, ou a Taharuu, no sul, e a Tautira, a sudeste. Já a La Plage de Maui, a 1h30 de Papeete, foge desse padrão com areia branca e águas mais transparentes.

Segundo o órgão de turismo do Taiti, a melhor época para visitar a ilha é na estação seca, de maio a outubro. A hotelaria não é abundante, com o InterContinental Resort Tahiti, o Hilton Hotel Tahiti, o Te Moana Tahiti Hotel e o Le Tahiti by Pearl Resorts como os hotéis mais recomendados.

A praia das Olimpíadas

Base do Time Brasil para a delegação do surfe no Taiti
Base do Time Brasil para a delegação do surfe no Taiti / William Lucas/COB

A 75 quilômetros de Papeete fica Teahupo’o, ponto de surfe famoso por conta das fortes ondas. O local sedia todos os anos uma das etapas da Liga Mundial de Surfe (WSL, na sigla em inglês).

Um dos surfistas que mais se dá bem nas ondas do Taiti é o brasileiro Gabriel Medina, que já disputou nove etapas da WSL em Teahupo’o. Desde 2014, o surfista sempre chegou pelo menos às semifinais nesta praia.

Para as Olimpíadas, uma Vila Olímpica foi erguida com instalações temporárias inspiradas nas tradicionais casas da Polinésia. Com o fim da competição, as casas serão realocadas como habitações sociais.

Raio-X do Taiti

  • Onde fica: ilha no Arquipélago da Sociedade, na Polinésia Francesa, no Oceano Pacífico Sul;
  • Língua: o francês é a língua oficial, mas o taitiano é amplamente falado, assim como o inglês nas áreas mais turísticas;
  • Moeda: franco do Pacífico (XPF). Cartões de crédito são aceitos em hotéis, restaurantes, lojas e supermercados. A taxa de câmbio com o euro nunca varia, em que 1 euro é equivalente a 119,33 francos do Pacífico;
  • Clima: tropical com temperaturas médias anuais de 25ºC;
  • Fuso horário: 7 horas a menos que o horário de Brasília;
  • Visto: brasileiros a turismo (com estadias de até 90 dias) não necessitam de visto para entrada no Taiti;
  • Como chegar: voos com conexões a partir do Brasil. Há voos diretos para Papeete a partir de Los Angeles, São Francisco, Seattle, Tóquio, Auckland e Honolulu, por exemplo.

Para ajudar os brasileiros que visitam o Taiti e a França para as Olimpíadas, o Itamaraty lançou um guia com informações básicas sobre as localidades. Consulte a cartilha aqui.

Bora Bora e outras ilhas da região

Casal faz stand up paddle nas águas de Bora Bora com o Monte Otemanu ao fundo
Four Seasons Bora Bora Resort tem bangalôs em cima da água e enquadra vistas para o Monte Otemanu / John Russo/Four Seasons

Impossível falar da Polinésia Francesa e não citar Bora Bora, a 50 minutos de voo de Papeete. A ilha é repleta de resorts luxuosos com bangalôs sobre as águas transparentes e costuma atrair casais apaixonados pelo cenário idílico e romântico.

No centro da ilha está o Monte Otemanu, um vulcão extinto, cercado por uma vegetação exuberante.

Os resorts são grandes atrações de Bora Bora e os mais cobiçados são de bandeiras internacionais, como o Four Seasons Resort Bora Bora, o St. Regis Bora Bora Resort, o InterContinental Bora Bora Resort & Thalasso Spa e o Conrad Bora Bora Nui.

O atol de Rangiroa, o maior da Polinésia Francesa, fica a uma hora de voo de Papeete e também atrai visitantes pelos visuais que parecem ter saído de um papel de parede de computador. É um local procurado para mergulhos com cilindro e também para snorkeling. O Mai Tai Rangiroa e o Hotel Kia Ora Resort, este com bangalôs na água, são os hotéis mais conhecidos.

Já a 20 minutos de voo do Taiti fica Tetiaroa, atol que caiu nas graças do ator Marlon Brando na década de 1960 e o transformou em um retiro particular. Hoje o local privado é lar do The Brando, um dos hotéis mais exclusivos do mundo, com apenas 35 villas privadas e uma residência. Rodeado por recife de coral e águas azuis pitorescas, o hotel oferece esportes na água e mantém a sustentabilidade como foco.

Para uma estadia mais rústica, Maupiti atrai famílias francesas e não possui grande estrutura hoteleira. Nomes como Moorea, Tikehau, Fakarava, Huahine, Raiatea e Nuka Hiva também estão entre ilhas e atóis pitorescos da Polinésia Francesa.

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