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    Versão russa do Google pode não conseguir pagar dívidas

    Com valor de mercado de cerca de R$ 88 bi no início de fevereiro, a Yandex relatou rendimento de 356 bi de rublos em 2021, o que equivale agora a pouco mais de R$ 17 bi

    Mark Thompsondo CNN Business

    Londres

    O maior motor de busca da Rússia pode desmoronar após a invasão russa da Ucrânia. A Yandex, responsável por cerca de 60% do tráfego de pesquisa na internet na Rússia e operando um negócio de grande capacidade de tráfego, disse na quinta-feira (3) que pode ser incapaz de pagar as suas dívidas, como consequência do colapso do mercado financeiro provocado pelas sanções inéditas do Ocidente.

    A empresa tem sede na Holanda, mas suas ações estão cotadas na Nasdaq e na bolsa de valores russa. As negociações dos papéis foram suspensas nessa semana com o valor dos ativos russos desmoronando em Moscou e no mundo após a invasão. A imposição de sanções pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por outras grandes economias ocidentais, no final de semana passado, acrescentou ainda mais pressão.

    A Yandex não entrou nas sanções, mas isso ainda pode acontecer. Os investidores que detêm US$ 1,25 bilhão (cerca de R$ 6,32 bilhões) em notas conversíveis da Yandex têm o direito de exigir o reembolso integral, acrescido de juros, caso as transações nas suas ações sejam suspensas na Nasdaq durante mais de cinco dias. A bolsa de valores de Moscou permanecerá fechada pelo menos até terça-feira (8), conforme agências estatais de notícias russas avisaram na sexta-feira.

    “O grupo Yandex como um todo não dispõe atualmente de recursos suficientes para utilizar as notas na íntegra”, afirmou a empresa numa declaração.

    Outra dificuldade é a retirada de dinheiro das suas principais empresas operantes na Rússia para resgatar a empresa-mãe holandesa, graças às sanções ocidentais e aos controles de capital introduzidos nos últimos dias pelo governo russo com o objetivo de preservar reservas preciosas de moeda estrangeira e evitar que as empresas internacionais drenem seus ativos.

    O Sberbank. maior banco credor da Rússia, foi forçado a fechar o braço europeu no início da semana após ter sido impedido pelo banco central russo de enviar dinheiro para a filial de Viena, na esteira de uma corrida aos depósitos.

    “Na eventualidade de termos sido impedidos de distribuir fundos adicionais das nossas subsidiárias russas à nossa empresa-mãe holandesa, a Yandex não teria recursos suficientes para utilizar a maioria das notas”, afirmou a empresa de tecnologia. Isso poderia afetar a sua capacidade de cumprir outras obrigações financeiras.

    “Estamos atualmente fazendo planos de contingência para determinar quais medidas tomaríamos e que outras fontes de financiamento estariam disponíveis para nós, no caso de o direito de resgate ser desencadeado”, acrescentou.

    A crise na Ucrânia representa outra ameaça para os seus negócios. As empresas ocidentais estão suspendendo o fornecimento de tecnologia e serviços aos clientes russos. Uma suspensão prolongada das vendas de hardware ou software pode prejudicar a Yandex ao longo do tempo.

    “Acreditamos que a nossa capacidade atual do data center e outras tecnologias críticas para as operações nos permitirão continuar operando no curso normal durante, pelo menos, os próximos 12 a 18 meses”, afirmou a empresa.

    Com valor de mercado de cerca de US$ 17,4 bilhões (cerca de R$ 88 bilhões) no início de fevereiro, a Yandex relatou rendimento de 356 bilhões de rublos em 2021, o que equivale agora a pouco mais de R$ 17 bilhões após o colapso da moeda russa.

    Em 2018, a empresa criou uma joint venture com a Uber para combinar as suas atividades na Rússia e nos países vizinhos.

    A Uber vendeu sua parte do Yandex no ano passado, ao mesmo tempo que deixou os negócios Yandex Ears e Yandex Delivery.

    Na segunda-feira (1), a Uber disse que três dos seus executivos iriam sair do conselho de administração da sua empresa comum com a Yandex, de acordo com a Reuters.

    “Estamos procurando ativamente oportunidades para acelerar a venda das nossas participações remanescentes e, enquanto isso, retiraremos os nossos executivos do conselho de administração da joint venture”, afirmou-se um porta-voz da Uber.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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