Usina de R$ 21 bilhões na África do Sul produzirá o “combustível do futuro”
Milhares de hectares de terra em Nelson Mandela Bay podem se tornar a maior planta de amônia verde do mundo
Em Nelson Mandela Bay, no Cabo Oriental da África do Sul, milhares de hectares de terra podem um dia se tornar a maior planta de amônia verde do mundo.
A amônia, que é composta de nitrogênio e hidrogênio, é comumente usada como fertilizante. No início da década de 1910, os cientistas criaram uma maneira de sintetizá-lo, mas antes disso o principal fertilizante agrícola era o guano, excremento de morcego ou de pássaros, que tinha de ser obtido em ilhas tropicais e era escasso.
A produção de amônia em escala industrial permitiu que a agricultura crescesse e, de acordo com um estudo da Universidade de Manitoba, sem ela, não seríamos capazes de produzir cerca de metade dos alimentos do mundo hoje.
A amônia também é usada para fabricar explosivos para a indústria de mineração e é um ingrediente-chave em muitos produtos farmacêuticos e de limpeza. Atualmente, sua produção envolve principalmente combustíveis fósseis e é responsável por 1,8% das emissões globais de CO2. Mas, usando energia renovável, a amônia “verde” pode ser fabricada, reduzindo a pegada de carbono da produção agrícola e abrindo o composto para outros usos.
Entre eles, destaca-se o uso de amônia como combustível, o que pode ajudar a descarbonizar o setor naval. É nisso que a fábrica de Mandela Bay se concentrará. “Ele começará a substituir os óleos combustíveis pesados nos navios e substituirá o diesel. Isso se tornará o combustível do futuro, principalmente na indústria marítima”, diz Colin Loubser, diretor administrativo da Hive Energy Africa, que está construindo a usina.
‘Um processo completamente verde’
O processo para produzir amônia verde é bastante simples, diz Loubser, exigindo apenas água, ar e energia. A eletrólise é usada para separar a água em hidrogênio e oxigênio, e uma unidade de separação de ar extrai o nitrogênio do ar. O hidrogênio e o nitrogênio são então combinados para produzir amônia.
A amônia também é usada para fabricar explosivos para a indústria de mineração e é um ingrediente-chave em muitos produtos farmacêuticos e de limpeza. Atualmente, sua produção envolve principalmente combustíveis fósseis e é responsável por 1,8% das emissões globais de CO2. Mas, usando energia renovável, a amônia “verde” pode ser fabricada, reduzindo a pegada de carbono da produção agrícola e abrindo o composto para outros usos.
Entre eles, destaca-se o uso de amônia como combustível, o que pode ajudar a descarbonizar o setor naval. É nisso que a fábrica de Mandela Bay se concentrará. “Ele começará a substituir os óleos combustíveis pesados nos navios e substituirá o diesel. Isso se tornará o combustível do futuro, principalmente na indústria marítima”, diz Colin Loubser, diretor administrativo da Hive Energy Africa, que está construindo a usina.
‘Um processo completamente verde’
O processo para produzir amônia verde é bastante simples, diz Loubser, exigindo apenas água, ar e energia. A eletrólise é usada para separar a água em hidrogênio e oxigênio, e uma unidade de separação de ar extrai o nitrogênio do ar. O hidrogênio e o nitrogênio são então combinados para produzir amônia.
Será um desenvolvimento bem-vindo para a área. “Fomos muito atingidos pela Covid”, diz Asanda Xawuka, da Coega Development Corporation, entidade encarregada de trazer empregos para a região. “Vários empregos foram perdidos na África do Sul. Para nós, no Cabo Oriental, a taxa de desemprego está acima de 50%. (Isto) significa um investimento desta natureza com um número de empregos que vão ser criados, vai ser muito grande.”
A indústria naval representou quase 3% das emissões globais de CO2 em 2018. De acordo com a Agência Internacional de Energia, a amônia precisará responder por 45% da demanda global de energia para transporte marítimo em 2050, para cenários de zero líquido, o que significa que é um componente essencial de um futuro mais verde. Mas a amônia verde também pode ser queimada em usinas a carvão existentes para reduzir rapidamente suas emissões de CO2, observa o estudo, ou em usinas personalizadas para funcionar inteiramente com amônia.
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Um fator limitante é que a amônia é um gás pungente e tóxico, por isso precisa ser manuseado por profissionais treinados. Usá-lo como combustível produz óxidos de nitrogênio, que podem atuar como gases de efeito estufa e causar poluição do ar, exigindo tecnologia adicional para controlar as emissões.
E muitos dos sistemas que farão uso da amônia verde – inclusive motores de navios – ainda estão em desenvolvimento, por isso os níveis de produção estão baixos no momento. No entanto, a produção deve crescer: de acordo com um relatório da Precedence Research, o mercado de amônia verde representou apenas US$ 36 milhões (R$ 170 bilhões) em 2021, mas crescerá para US$ 5,4 bilhões (R$ 25,5 bilhões) até 2030.