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    Terra recebe 5,2 mil toneladas de poeira extraterrestre todo ano, diz estudo

    Pesquisa aponta que uma quantidade de poeira cósmica que daria para encher 520 caçambas chega à Terra todos os anos

    As partículas extraterrestres estudadas para se chegar ao número absoluto foram encontradas na estação franco-italiana Concordia, na Antártica
    As partículas extraterrestres estudadas para se chegar ao número absoluto foram encontradas na estação franco-italiana Concordia, na Antártica Foto: Reprodução/CNN

    Raphael Coraccini, da CNN, em São Paulo

    Para recolher toda a poeira cósmica que chega à Terra todos os anos, seria necessário algo como 520 caçambas daquelas que são usadas na construção civil. A quantidade de poeira espacial que invade a superfície terrestre foi medida por um novo estudo desenvolvido por cientistas da
    Universidade Paris-Sacley, na França.

    Segundo os dados reunidos recentemente, a Terra recebe 5,2 mil toneladas de detritos minúsculos que chegam do espaço todos os anos. Desse montante, 1, 6 mil toneladas são de micrometeoritos e outras 3,6 mil toneladas de esférulas cósmicas, que são partículas microscópicas de rocha espacial que variam de tamanho e formato.

    Esse valor refere-se apenas ao que é depositado na superfície da Terra. Indo um pouco mais para cima, na órbita do planeta, é possível encontrar quase o triplo dessa poeira cósmica batendo às portas da nossa atmosfera. Estima-se que 15 mil toneladas de poeira cósmica cheguem à entrada da Terra, mas apenas 5 mil toneladas conseguem penetrar.

    As partículas extraterrestres estudadas para se chegar ao número absoluto foram encontradas na estação franco-italiana Concordia, na Antártica. O local é bastante propício para estudar a quantidade e a qualidade da poeira cósmica por conta da “baixa taxa de acúmulo de neve” e também pela “quase ausência de poeira terrestre”, segundo o estudo. Essas características facilitam a identificação das partículas espaciais sem que elas sejam confundidas com poeira e neve nativas.

    Segundo os cientistas, a maior parte dessa poeira cósmica vem da interação do maior planeta do sistema solar com a Terra. “Nossas simulações numéricas sugerem que a maioria dos micrometeoritos e esférulas cósmicas se originam dos cometas da família de Júpiter e uma pequena parte do cinturão de asteroides”, revela o estudo.

    Júpiter é conhecido por usar sua força gravitacional para arremessar meteoritos em direção à Terra. O cinturão de asteroides é uma região entre o gigante gasoso e Marte, onde também se concentra uma boa parte dos meteoritos que vagam pela via láctea.

    Os estudos na Antártica identificaram micrometeoritos não derretidos e esférulas cósmicas com diâmetros entre 30 e 350 microgramas, o que equivale a 0,03 e 0,35 miligramas, mas a proporção do que chega à Terra leva em conta fragmentos de rocha alienígena que vão de 12 a 700 microgramas. O peso dessas partículas mais a frequência com que são jogadas contra a Terra dão o valor total de partículas alienígenas que invadem a atmosfera terrestre todos os anos.