Tensões no ciberespaço entre EUA e Rússia superam a de armamentos nucleares
À CNN, o professor de Relações Internacionais Gunther Rudzit disse que quebra de códigos de segurança de armas atómicas é um dos ataques mais preocupantes
Nesta semana, os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Joe Biden e Vladimir Putin, se reuniram pela primeira vez. O encontro foi em Genebra, na Suíça, e teve como uma das principais pautas a cibersegurança. Em entrevista à CNN, o professor de Relações Internacionais da ESPM, Gunther Rudzit, disse que este assunto tem se tornado o clímax entre os dois países desde as eleições presidenciais de 2016.
“Houve uma série de acusações de que o país procurou intervir nas eleições de 2016 e 2020, assim como também nas eleições da Europa. Então, essa tensão vem crescendo, esse tema se tornou central superando o que sempre foi tradicional nas relações entre EUA e Rússia, que são os armamentos nucleares.”
Rudzit explica a Rússia é o único país que pode provocar danos irreparáveis aos Estados Unidos com suas armas nucleares. “Mas como os dois têm esses arsenais, e podem destruir um ao outro e a Terra entre quatro e cinco vezes, a preocupação maior tem sido concentrada nesse ciberespaço que não tem regras e está se tornando o foco das tensões.”

Entre os ciberataques mais comuns, o professor citou a quebra de códigos de segurança de armas. “O que preocupa muito, principalmente as armas atômicas”, disse. As comunicações entre as redes de Comando e Controle das forças armadas dos dois países também são alvos, além das próprias informações dentro dos governos. “As comunicações internas entre presidente e seus ministros, por exemplo, tem uma série de setores com informações que não gostariam que outros soubessem e que podem ser roubadas.”
Segundo, Gunther Rudzit a Coreia do Norte é um dos governos que tem se utilizado há mais tempo desse tipo de ação. Ele também cita a China como atuante no campo de batalha do ciberespaço. “As empresas chinesas são acusadas de roubar segredos industriais de empresas ocidentais, não só americanas, há muitos anos.”

(*sob supervisão de Elis Franco e publicado por Bruna Baddini)