Tecnologia 5G chegará a capitais brasileiras ‘neste Natal’, diz Comunicações
Pasta firma que chinesa Huawei não teria interesse em participar de leilão e Nokia e Ericsson têm mais experiência com operar redes privativas de governo
O leilão das frequências do 5G será feito até a segunda quinzena de outubro, informa o Ministério das Comunicações. A partir daí, algumas capitais poderão receber a tecnologia até o final de dezembro.
“No dia seguinte ao leilão, as empresas já vão começar a instalar o 5G nas capitais e o agronegócio já começará a receber a tecnologia”, afirmou o ministro Fábio Faria em webinar promovido pelo Consórcio de Imprensa Internacional.
Ainda no evento, Faria disse que fabricante chinesa Huawei não teria interesse em participar do leilão. O ministro afirmou que outras empresas, como as europeias Nokia e Ericsson, têm mais experiência com operação em redes privativas do governo — uma rede de comunicações exclusiva para órgãos públicos.
O ministro das Comunicações disse também que ter apenas um único fornecedor da tecnologia aumentaria a segurança da rede privativa do governo. “Se houver um vazamento, sabemos que veio daquela empresa e podemos cobrá-la”. Além disso, disse que a Huawei não tem interesse em operar a rede privativa do governo.
A rede 5G é a quinta geração de comunicação móvel e é vista como uma das mais importantes tecnologias para o crescimento econômico na década de 2020. Com a capacidade de melhorar conexões diminuindo a latência (tempo de resposta à conexão), a rede 5G deve impulsionar outras tecnologias como realidade aumentada, controle remoto de máquinas na indústria, conhecido como a Internet das Coisas (IoT), e cidades inteligentes.
O leilão das frequências de operação da nova geração de internet móvel é o primeiro passo para a adesão massiva a essa tecnologia.
Na América Latina, 34% das assinaturas móveis em 2026 deverão ser em rede 5G, segundo estudo recente da Ericsson. No entanto, até essa data, a tecnologia predominante na região ainda deverá ser o 4G, sendo responsável por 48% das assinaturas.
Rede privativa
No edital do leilão do 5G, o governo exige que o vencedor da faixa de 3,5GHz terá a obrigação de viabilizar uma rede privativa de comunicação para o governo federal que seja altamente confiável.
Esse ponto foi alvo de discussões em sessão desta quinta-feira, em que o Tribunal de Contas da União (TCU) formou maioria a favor da legalidade do edital do leilão do 5G.
Apesar de a maioria no plenário do TCU já ter sido formada, o ministro Aroldo Cedraz pediu vistas de 30 dias para analisar o texto, o que não muda a decisão final.
A aprovação confirma que, com esse prazo cumprido, o leilão — que pode movimentar mais de R$ 40 milhões —poderá acontecer entre o fim de setembro e começo de outubro, como planeja o governo federal.
O aval do TCU não é obrigatório para o certame, mas o governo costuma esperar a Corte avalizar o processo para evitar contestações jurídicas futuras.
Faria agradeceu ainda a rapidez da análise pelo TCU. “Tivemos sete dos oito favoráveis ao edital, que foi muito bem feito. Os técnicos e ministros do TCU fizeram um trabalho brilhante”.