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    Stonehenge funcionava como um antigo calendário solar, diz arqueólogo

    Pesquisador acredita que é possível que os construtores de Stonehenge tenham sido influenciados pelo calendário solar do antigo Egito

    Katie Huntda CNN*

    Alinhamentos astronômicos foram construídos no design e orientação de Stonehenge — o importante monumento que domina uma planície no sudoeste da Inglaterra.

    O eixo central dos megálitos estava — e ainda está — alinhado com o nascer do sol no meio do verão e o pôr-do–sol no meio do inverno, as pedras emoldurando perfeitamente o nascer e o pôr do sol quando os dias eram mais longos e mais curtos.

    Mas há muito se pensa que o monumento foi usado para fins cerimoniais, em vez de uma maneira precisa de rastrear os dias, meses e estações do ano.

    No entanto, um novo estudo de Timothy Darvill, professor de arqueologia da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido, concluiu que Stonehenge serviu como um calendário solar e ele identificou como pode ter funcionado.

    Stonehenge é feito de dois tipos de pedra: pedras maiores de Sarsen e monólitos menores de bluestone do País de Gales. Acredita-se que estes últimos tenham sido os primeiros a serem erguidos em Stonehenge há cinco mil anos, séculos antes das pedras maiores de Sarsen, que vieram de um local muito mais próximo do monumento.

    Um anel de 30 pedras de Sarsen verticais, suportando 30 lintéis horizontais, representam os dias dentro de um mês. Pedras distintas no círculo marcam o início de três semanas de 10 dias, de acordo com o estudo.

    Doze desses meses chegariam a 360, mas um grupo de “trilitos” — uma estrutura formada por duas grandes pedras verticais que sustentam uma terceira pedra colocada horizontalmente no topo — foram dispostos em forma de ferradura no centro do local. Esses representam os cinco dias extras necessários para corresponder ao ano solar de 365 dias, disse Darvill.

    Um mapa dos sarsens de Stonehenge mostra como o calendário pode ter funcionado / V. Constant

    Quatro pedras menores que ficavam fora do círculo em um retângulo eram uma maneira de acompanhar um ano bissexto, com um dia extra a cada quatro anos.

    “Encontrar um calendário solar representado na arquitetura de Stonehenge abre uma nova maneira de ver o monumento como um lugar para os vivos”, disse Darvill em comunicado à imprensa.

    “Um lugar onde o tempo das cerimônias e festivais estava conectado ao próprio tecido do universo e aos movimentos celestes nos céus.”

    No entanto, outros especialistas não foram convencidos pelo argumento de Darvill.

    “Os números realmente não somam — por que duas colunas verticais de um trilito (duas grandes pedras verticais que suportam uma terceira pedra horizontal no topo) deveriam ser iguais a uma vertical do círculo sarsen para representar 1 dia? E há uso seletivo de evidências para tentar fazer os números se encaixarem: algumas das pedras foram deixados de fora porque evidentemente não podem se encaixar”, disse Mike Parker Pearson, professor do Instituto de Arqueologia da University College London e líder do projeto de pesquisa The Stones of Stonehenge, por e-mail.

    O ponto de partida para a explicação de Darvill foi uma nova pesquisa que descobriu que as 30 pedras maciças de sarsen foram todas provenientes da mesma área e adicionadas durante a mesma fase de construção, sugerindo que eram uma única unidade.

    E enquanto apenas 17 das 30 pedras verticais estão em suas posições originais e 22 dos lintéis estão faltando, trabalhos arqueológicos no local sugeriram que não era o caso de o monumento estar inacabado, mas essas pedras maciças foram perdidas na antiguidade.

    Esta perspectiva de Stonehenge, vista a nordeste, mostra a construção de postes e lintel das pedras de sarsen / T. Darvill

    Embora o calendário solar não seja familiar hoje, ele foi usado no antigo Egito e em outras culturas no Mediterrâneo oriental na mesma época. É possível que os construtores de Stonehenge tenham sido influenciados por essas pessoas, disse Darvill.

    Descobertas recentes de túmulos e artefatos perto do círculo de pedra mostraram que Stonehenge não era o lar de um grupo isolado, mas parte de um mundo profundamente interconectado.

    As descobertas foram publicadas na revista Antiquity esta semana.

     

     

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