Startup israelense testará equipamento de atividade cerebral em missão espacial
Astronautas terão atividade cerebral avaliada durante missão na Estação Espacial Internacional (ISS)
A Brain.Space de Israel, uma startup de quatro anos que estuda dados sobre a atividade cerebral, deve testar seus equipamentos em astronautas no espaço na próxima semana durante um voo do ônibus espacial da SpaceX para a Estação Espacial Internacional (ISS).
Três astronautas na missão planejada da empresa privada de voos espaciais Axiom Space para a ISS usarão um capacete especial habilitado para eletroencefalograma (EEG) feito pela Brain.Space, disse a empresa nesta segunda-feira (28).
A missão de 10 dias, a primeira viagem privada à estação espacial, começará em 3 de abril com quatro astronautas.
“Na verdade, sabemos que o ambiente de microgravidade afeta os indicadores fisiológicos do corpo. Então, provavelmente afetará o cérebro e gostaríamos de monitorar isso”, disse o presidente-executivo da Brain.Space, Yair Levy, à Reuters.
Dados sobre frequência cardíaca, resistência da pele, massa muscular e outros indicadores no espaço têm sido coletados continuamente, mas ainda não há informações sobre a atividade cerebral, disse ele.
A Brain.Space junta-se a 30 experiências que farão parte da chamada Missão Rakia à ISS.
Três dos quatro astronautas – incluindo o israelense Eytan Stibbe – usarão o capacete, que possui 460 aerógrafos que se conectam ao couro cabeludo, e realizarão várias tarefas por 20 minutos por dia, durante as quais os dados serão enviados para um laptop na estação espacial. As tarefas incluem um “excêntrico visual” que a empresa diz ter sido eficaz na detecção de dinâmicas cerebrais anormais.
Estudos semelhantes usando essas tarefas foram concluídos na Terra e, após a missão, a Brain.Space comparará os dados do exame para ver as diferenças na atividade cerebral na Terra e no espaço.
Ele observou que tais experimentos são necessários, uma vez que a exploração espacial de longo prazo e “a vida fora do mundo estão ao alcance”.
A Brain.Space, que também disse ter arrecadado US$ 8,5 milhões em uma rodada de financiamento inicial, se autodenomina uma empresa de infraestrutura cerebral e está trabalhando com o departamento de ciências cognitivas e cerebrais da Universidade Ben Gurion de Israel para transformar terabytes de dados em insights utilizáveis.
Levy disse esperar que a missão espacial seja um trampolim para outras instituições, pesquisadores e desenvolvedores de software usarem sua plataforma de dados cerebrais.
“O espaço é um acelerador. A ideia é revolucionar e possibilitar aplicativos, produtos e serviços de atividade cerebral tão fáceis quanto extrair dados de um Apple Watch”, disse Levy, citando como exemplo a medição do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
(Reportagem de Steven Scheer; Edição de Bernadette Baum)