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    SpaceX enviará quatro astronautas para a Estação Espacial nesta sexta (23)

    Foco da missão será estudar "chips de tecido", pequenos modelos de órgãos humanos contendo vários tipos de células que se comportam da mesma forma que no corpo

    Jackie Wattles, , da CNN Business

    Quatro astronautas de três países se preparam para deixar a Terra nesta sexta-feira (22) a bordo da espaçonave SpaceX Crew Dragon, marcando o terceiro voo tripulado da companhia de Elon Musk, e o primeiro da SpaceX com um foguete propulsor e nave espacial anteriormente utilizados.

    O lançamento será feito pelo mesmo foguete que impulsionou a missão Demo-2 2020, bem como a mesma espaçonave, apelidada de “Endeavour”. A SpaceX faz da reutilização a pedra fundamental de seu plano de negócios, na esperança de que a recuperação e a renovação reduzam o custo dos voos espaciais.

    Os astronautas da Nasa Shane Kimbrough e Megan McArthur serão acompanhados pelo astronauta francês Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia, e Akihiko Hoshide, do Japão. Eles vão passar seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) depois que a cápsula do Crew Dragon atracar no início da manhã de sábado.

    A jornada está programada para começar no Kennedy Space Center, em Cabo Carnaveral, na Flórida, quando eles embarcarão em um dos foguetes Falcon 9 de 60 metros da SpaceX. E, se as tempestades iminentes não intervirem, o foguete irá decolar às 5h49 desta sexta-feira.

    O Crew Dragon se separará do foguete logo após atingir a órbita da Terra — viajando na velocidade de 27 mil quilômetros por hora — e a tripulação passará quase um dia inteiro a bordo da espaçonave enquanto ela lentamente segue em direção à ISS, que orbita cerca de 450 quilômetros acima do solo.

    O Crew Dragon deve atracar na estação por volta das 5h10 de sábado. Quando isso ocorrer, Kimbrough, McArthur, Pesquet e Hoshide se juntarão a sete astronautas que já estão no local, quatro dos quais chegaram em uma cápsula diferente do SpaceX Crew Dragon em novembro.

    Astronautas em missão da SpaceX
    Os pesquisadores Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia, Meghan McArthur e Shane Kimbrough, da Nasa, Akihiko Hoshide, da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão
    Foto: SpaceX

    Ao todo, serão 11 astronautas na estação, uma das maiores tripulações que ela já hospedou. Mas esse número cairá para sete quando deles voltarem para a casa em 28 de abril.

    A Nasa passou mais de uma década trabalhando para aumentar o pessoal a bordo da ISS depois que a aposentadoria de seu programa do ônibus espacial, em 2011, deixou a espaçonave russa Soyuz como a única opção para levar astronautas. Os Estados Unidos vinham pagando à Rússia até US$ 90 milhões (R$ 491 milhões) por assentos nessas viagens.

    Durante anos, a SpaceX trabalhou sob um contrato de preço fixo de US$ 2,6 bilhões (R$ 14,2 bilhões) para desenvolver sua espaçonave Crew Dragon sob o programa Nasa’s Commercial Crew, que pela primeira vez na história da agência entregou a tarefa de construir e testar uma espaçonave digna de uma tripulação para o setor privado.

    A SpaceX fez história em maio passado com o primeiro lançamento tripulado de um Crew Dragon em uma missão chamada Demo-2, que transportou os astronautas da Nasa Douglas Hurley e Robert Behnken para a ISS para uma estadia de quatro meses. Uma segunda missão da SpaceX tripulada decolou em novembro.

    A Boeing também tem um contrato semelhante para desenvolver sua própria cápsula para o programa, chamada Starliner, mas ela ainda está em fase de testes.

    O foguete Falcon 9 e a nave Crew Dragon da SpaceX
    O foguete Falcon 9 e a nave Crew Dragon da SpaceX no local de lançamento, no Centro Espacial Kennedy da Nasa, na Flórida
    Foto: Joel Kowsky/Nasa

    ‘Chips de tecido’

    O foco principal da missão será estudar “chips de tecido”, ou “pequenos modelos de órgãos humanos contendo vários tipos de células que se comportam da mesma forma que no corpo” e que a Nasa espera que avancem no desenvolvimento de drogas e vacinas, segundo a agência espacial. Esse trabalho terá como base anos de estudo de fenômenos biológicos e outros fenômenos científicos a bordo da ISS, onde o ambiente de microgravidade pode dar aos cientistas um melhor entendimento fundamental de como algo funciona.

    McArthur é uma veterana do ônibus espacial e é casada com Behnken, que co-pilotou a histórica missão Demo-2 da SpaceX em maio passado. McArthur disse a repórteres no fim de semana que conseguiu “anos de experiência” com o veículo Crew Dragon enquanto Behnken trabalhava ao lado da SpaceX durante o processo de desenvolvimento do Crew Dragon.

    “Eu tive vários anos, na verdade, aprendendo com ele ao longo do caminho”, disse McArthur, que irá pilotar a missão Crew-2 e tem doutorado em oceanografia.

    McArthur será acompanhada por Kimbrough da NASA, um coronel aposentado do Exército e um veterano de duas missões anteriores na ISS. Seus companheiros de tripulação, o japonês Hoshide e o francês Pesquet, também têm experiência anterior em voos espaciais.

    Pesquet disse que apreciou a chance de voar a bordo do foguete reutilizado que lançará a espaçonave. O lançador desgastado, ainda coberto de fuligem dos voos anteriores, permitiu que ele e seus companheiros de tripulação desenhassem as iniciais dos nomes na lateral do veículo. “Não sei se [a escrita] vai ficar, mas achei muito legal”, disse ele.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês).

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