SpaceX adia lançamento do foguete Starship por conta de válvula congelada
O foguete deveria ter decolado por volta das 10h20 no horário de Brasília – 8h da manhã no horário local do Texas, nos Estados Unidos – mas lançamento foi adiado por conta de problemas técnicos
O lançamento do foguete Starship da SpaceX, empresa de transporte aeroespacial do bilionário Elon Musk, foi adiado por conta de uma válvula congelada.
O primeiro teste de voo do foguete deveria ter ocorrido nesta segunda-feira (17), na base localizada no Texas, Estados Unidos. Poucos minutos antes do horário previsto, às 10h no horário de Brasília (8h da manhã no horário local), Musk informou que uma válvula de pressurização parecia estar congelada e, a menos que voltasse a funcionar, o lançamento seria adiado.
Os engenheiros tentaram solucionar o problema de pressurização com o enorme reforço do propulsor Super Heavy. Mas eles não conseguiram fazer isso a tempo.
O foguete passará pelo que é chamado de “reciclagem”, o combustível resfriado é retirado da nave para que possam se preparar para outra tentativa.
Não está claro quando a empresa tentará novamente. Musk tuitou sobre o cancelamento, disse que “aprendeu muito” e que deve tentar novamente “em alguns dias”.
A reciclagem forçará a empresa a esperar pelo menos 48 horas antes de tentar novamente.
No domingo, Musk já havia dito que gostaria de “diminuir as expectativas”, durante um evento “Spaces” no Twitter para seus assinantes. “Se nos afastarmos o suficiente da plataforma de lançamento antes que algo dê errado, acho que consideraria isso um sucesso. Desde que não exploda no bloco da plataforma.”
Levar o veículo ao espaço pela primeira vez representaria um marco importante na ambição da SpaceX de enviar humanos de volta à lua e, finalmente, a Marte.
Um voo de estreia bem-sucedido classificaria instantaneamente o Starship como o foguete mais poderoso da Terra.
Tanto o foguete de propulsão Super Heavy que fica na parte inferior da nave, quanto o compartimento na parte superior que irá para o espaço são projetados como componentes reutilizáveis, capazes de voar de volta à Terra com pousos suaves – uma manobra que se tornou rotina para o menor foguete Falcon 9 da SpaceX.
Mas nenhum dos estágios seria recuperado no primeiro voo de teste ao espaço, que deve durar não mais que 90 minutos.
Protótipos do compartimento da Starship fizeram cinco voos subespaciais até 10 km acima da Terra nos últimos anos, mas o propulsor Super Heavy nunca saiu do chão.
Em fevereiro, a SpaceX fez um teste de disparo do propulsor, acendendo 31 de seus 33 motores por aproximadamente 10 segundos com o foguete aparafusado verticalmente no topo de uma plataforma.
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos concedeu na última sexta-feira uma licença para o que seria o primeiro voo de teste do sistema totalmente montado, eliminando um obstáculo regulatório final para o tão esperado lançamento.
Se tudo correr como planejado na próxima data de lançamento, todos os 33 motores irão acender simultaneamente para elevar a nave estelar em um voo que quase completa uma órbita da Terra antes de reentrar na atmosfera e cair livremente no oceano Pacífico em velocidade supersônica.
Depois de se separar da Starship, espera-se que o propulsor Super Heavy execute o início de um voo de retorno controlado antes de mergulhar no Golfo do México.
Conforme projetado, o foguete Starship é quase duas vezes mais poderoso que o próprio Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da Nasa, que fez seu primeiro voo sem tripulação para a órbita em novembro, enviando um compartimento chamado Orion em uma viagem de 10 dias ao redor da lua.
*Com informações da Reuters e de Jackie Wattles, da CNN