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    Satélite é lançado para rastrear emissões de gás do efeito estufa

    MethaneSAT, desenvolvido por uma organização sem fins lucrativos, dará 15 voltas diárias na Terra para monitorar as emissões de metano

    Gabriela Maraccinida CNN

    Um satélite foi lançado ao espaço na segunda-feira (4) para monitorar as emissões de metano, um dos principais gases de efeito estufa. Chamado MethaneSAT, a inovação foi desenvolvida por uma organização ambiental sem fins lucrativos com o objetivo de proteger o clima e acelerar as reduções de gases poluentes.

    O satélite foi lançado da Base da Força Espacial de Vandenburg, na Califórnia, nos Estados Unidos, e foi projetado pelo Environmental Defense Fund (EDF), um grupo de defesa ambiental, em conjunto com um consórcio de universidades e empresas aeroespeciais, incluindo a Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da Universidade de Harvard, o Observatório Astrofísico Smithsonian e a Agência Espacial da Nova Zelândia.

    O MethaneSAT fará 15 voltas diárias ao redor da Terra para verificar e quantificar as emissões totais de metano, principalmente provenientes das operações de petróleo e gás, em vastas áreas que outros satélites não conseguem identificar.

    Segundo a organização por trás do projeto, os dados do satélite permitirão que empresas e reguladores rastreiem as emissões do gás de efeito estufa. Além disso, permitirá o acesso gratuito dos dados a cidadãos, governos, investidores e importadores.

    “Reduzir a poluição por metano proveniente das operações de combustíveis fósseis, da agricultura e de outros setores é a forma mais rápida de abrandar a taxa de aquecimento à medida que continuamos a descarbonizar os nossos sistemas energéticos”, afirmou o presidente da EDF, Fred Krupp, em artigo publicado no site do MethaneSAT.

    “Para fazer isso, são necessários dados abrangentes sobre esta poluição em escala global. O MethaneSAT nos mostrará todo o escopo da oportunidade, rastreando as emissões até sua fonte”, completa.

    O metano é um dos principais gases de efeito estufa, sendo o mais poluente depois do dióxido de carbono (CO2). A produção de petróleo, gás e carvão estão entre as maiores fontes de emissões de metano por parte dos humanos — o gás também pode ser emitido por animais, através do esterco e liberações gastroentéricas.

    Durante a cúpula da COP26, mais de 100 países, incluindo o Brasil, comprometeram-se a reduzir significativamente as emissões de metano em 30% até 2030, em um acordo denominado “Compromisso Global de Metano”.

    O MethaneSAT foi anunciado pela primeira vez por Krupp em uma TED Talk em 2018. A EDF é líder global em ciência e soluções para metano há mais de uma década. O satélite é mais um esforço da empresa em reduzir as emissões do gás de efeito estufa.

    Engenheiros da Ball Aerospace examinam o hardware do satélite MethaneSAT após testes / BAE Systems/Divulgação

    “O superpoder do MethaneSAT é a capacidade de medir com precisão os níveis de metano com alta resolução em áreas amplas, incluindo fontes menores e difusas que são responsáveis ​​pela maioria das emissões em muitas regiões”, disse Steven Hamburg, cientista-chefe da EDF e líder do projeto MethaneSAT, também em artigo publicado no site do projeto.

    O satélite medirá mudanças nas concentrações de metano com alta sensibilidade, podendo identificar níveis pequenos de emissão do gás em um amplo campo de visão com alta resolução. Isso permite que o MathaneSAT veja o quadro completo das emissões de metano.

    Além de identificar fontes e taxas de emissão de metano para uma determinada região, o satélite também torna possível comparar as taxas de vazamento de emissões nas principais regiões produtoras de petróleo e gás em todo o mundo. O objetivo é ajudar a garantir que metas de empresas e políticas nacionais para redução da emissão de gás metano sejam cumpridas.

    Os dados interativos de emissões estarão disponíveis para qualquer pessoa diretamente em www.MethaneSAT.org e no Google Earth Engine, uma plataforma de dados geoespaciais de primeira linha usada por mais de 100.000 especialistas e analistas.

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