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    Quase 30% de jovens já passaram por situações ofensivas na internet, diz estudo

    Usuários de internet entre 9 e 17 anos relataram casos considerados ofensivos, que não gostaram ou os deixaram "chateados" no ambiente digital

    Fernanda Pinottida CNN

    Quase 30% dos usuários brasileiros de internet entre 9 e 17 anos já passaram por alguma situação ofensiva, de que não gostaram ou que os “chatearam” no ambiente digital. Enquanto 42% afirmam já terem visto alguém ser discriminado online.

    Destes, 31% falaram sobre o que ocorreu para seus pais, mães ou responsáveis, 29% para um amigo da mesma idade, 17% para irmãos ou primos, e 13% não falaram para ninguém.

    Os dados são da pesquisa TIC Kids Online Brasil, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

    Foram ouvidos 2.424 crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, assim como seus pais ou responsáveis, em entrevistas presenciais por todo o território nacional, entre março e agosto de 2024.

    Contato com desconhecidos e supervisão dos pais

    Na faixa etária de 9 a 17 anos, 30% dos usuários de internet afirmaram já ter tido contato na internet com alguém que não conheciam pessoalmente.

    Apenas 3 em cada 10 menores de idade tem pais ou responsáveis que utilizam recursos para bloquear ou filtrar determinados sites (34%), para filtrar quais aplicativos podem ser baixados (32%), limitar as pessoas com quem o filho pode entrar em contato através de mensagens (32%), monitorar os sites e aplicativos acessados (31%), ou bloquear anúncios (28%).

    No entanto, 61% dos responsáveis afirmam olhar o celular da criança ou adolescente “sempre” ou “quase sempre” para ver o que estão fazendo e com quem estão conversando. O número aumenta na faixa etária de usuários entre 9 a 10 anos (80%) e diminui para usuários entre 15 a 17 anos (40%).

    Cerca de metade dos responsáveis determina regras para a utilização de dispositivos eletrônicos (71% para os de 9 a 10 anos e 27% para os de 15 a 17 anos) e 30% suspende a utilização do celular dos filhos por algum tempo (45% para os de 9 a 10 anos e 15% entre 15 e 17 anos).

    Dentre os responsáveis, 77% “acreditam que a criança ou adolescente utiliza a internet com segurança” e apenas 8% acham “que a criança ou adolescente vivenciou situações incômodas na internet”.

    Crianças e adolescentes nas redes

    Atualmente, 93% da população brasileira de 9 a 17 anos é usuária de internet, o que representa cerca de 24,5 milhões de pessoas.

    As plataformas utilizadas com mais frequência pela faixa etária são: WhatsApp (70%), YouTube (66%), Instagram (60%) e TikTok (50%).

    O YouTube predomina entre os usuários de 9 a 12 anos, faixa etária na qual o WhatsApp fica em segundo lugar. Enquanto o TikTok supera o Instagram entre crianças de 9 a 10 anos, e aparecem empatados entre as de 11 e 12 anos.

    Para os adolescentes de 13 a 17 anos, o WhatsApp vem em primeiro, mas é seguido pelo Instagram.

    Considerando a faixa etária entre 9 e 17 anos, 72% disseram acreditar que podem usar redes sociais sozinhos, porcentagem maior do que o número de responsáveis que acreditam nisso quanto ao uso de seus filhos (57%).

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