Por que um eclipse solar total é tão raro de ser visto?
O fenômeno só é possível de ser observado em uma mesma cidade em um intervalo de centenas de anos
No dia 8 de abril, acontecerá um eclipse solar total que passará pelos Estados Unidos, pelo México e pelo Canadá. Uma parte da população destas localidades está se movendo para os lugares em que será possível vê-lo em sua totalidade. Mas o evento é tão raro assim?
O fenômeno total se passa, em média, a cada 18 meses em algum lugar do planeta. O difícil é passar pelo mesmo ponto. Por isso, pode ser que no imaginário geral seja algo que só acontece em um intervalo de muitos anos.
Em uma cidade específica o eclipse solar total só é visível a cada 374 anos. No Rio de Janeiro, por exemplo, o último foi há 30 anos.
“Para se ter ideia, o próximo eclipse solar no Rio será anular, quando um anel de luz aparece em torno da Lua tampando o Sol, e acontecerá apenas em 2164”, diz Ricardo Ogando, astrofísico do Observatório Nacional.
Entretanto, existe uma probabilidade maior de um eclipse acontecer no hemisfério norte, já que no verão daquela área, quando os dias são mais longos, o Sol está mais distante e parecendo menor. Com isso, a chance da Lua cobrir o astro completamente e causar um momento de escuridão é maior. “Mas, em 10 mil anos, a configuração das órbitas muda e o Sul passa a ter mais eclipses”, diz Ogando.
Mesmo não sendo tão raro como parece, o fenômeno sempre gera comoção. O astrônomo do Observatório Nacional confessou que viajou para assistir ao eclipse anular em outubro de 2023. “Eu fui até Carnaúba dos Dantas (RN) para observar o eclipse e participar da transmissão para a internet”, comentou.
E lembrou: “Se algum leitor estiver na região do eclipse lembre-se sempre de observar com segurança, usando óculos especiais para esse fim. Nunca é seguro olhar para o Sol.”
Mais de 30 milhões de pessoas verão o eclipse total em abril
No eclipse solar total de Abril, a Nasa espera que o evento seja visto em praticamente todo o território dos Estados Unidos. Mas somente 31,6 milhões de pessoas vão ver o fenômeno de forma total, os demais poderão apreciar somente parcialmente.
A notícia ruim é que o eclipse não será visível no Brasil. Entretanto, a Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) disponibilizará diversas transmissões para o mundo todo poder acompanhar o evento.
O evento terá início às 15h07 (horário de Brasília), na costa do México (oceano Pacífico), e terminará às 16h46 (horário de Brasília), na costa atlântica do Canadá. Veja quais serão as transmissões disponíveis.
O que é um eclipse solar?
Eclipses acontecem quando um objeto no espaço, como um planeta ou Lua, passa pela sombra de outro corpo celeste no espaço. Na Terra, podemos ver os lunares e solares.
O solar ocorre quando a Lua está posicionada entre o Sol e a Terra, impedindo que a luz atinja alguns pontos do nosso planeta. Estando em um lugar em que ele é total, é possível ver a Lua bloqueando quase todos os raios de Sol, fazendo com que o dia fique tão escuro quanto a noite.
Os eclipses solares totais acontecem a cada 18 meses e duram poucos minutos, enquanto os parciais — em que a Lua não cobre completamente o Sol — ocorrem pelo menos duas vezes por ano em algum local da Terra.
O fenômeno é classificado em três tipos:
- Eclipse solar total: Visível apenas em uma pequena área da Terra, quando a pessoa está no centro da sombra da Lua, quando ela atinge a Terra. Para que ocorra um eclipse total, o Sol, a Lua e a Terra devem estar completamente alinhados.
- Eclipse solar parcial: Acontece quando o Sol, a Lua e a Terra não estão exatamente alinhados. O Sol parece ter uma sombra escura numa pequena parte da sua superfície.
- Eclipse solar anular: É quando a Lua está mais distante da Terra e parece menor. Por não bloquear toda a visão do Sol, a Lua fica parecendo um disco escuro na frente do astro.
- Eclipse solar híbrido: Quando há mais de um tipo de eclipse solar no mesmo dia, é o mais raro tipo que existe.