Pesquisadores do RS identificam ancestral de dinossauro de 350 milhões de anos
Estudo desenvolvido na Universidade Federal de Santa Maria propõe um rearranjo na árvore genealógica da espécie
O ancestral mais antigo de uma linhagem de dinossauros pode ter vivido no Rio Grande do Sul, de acordo com pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria. A descoberta foi publicada no periódico britânico Biology Letters nesta semana.
Os dinossauros são divididos em dois grupos principais: “ornitísquios” e os “saurísquios”. Um terceiro grupo, os ‘silessaurídeos’, eram considerados “parentes próximos” e não dinossauros.
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Mas o estudo no Rio Grande do Sul sugere um rearranjo na árvore genealógica. Os silessaurídeos passariam a ser tratados como dinossauros e “ancestrais” dos ornitísquios.
Entenda
As criaturas primitivas surgiram no período triássico – o primeiro da era mesozoica, há quase 350 milhões de anos.
O grupo de saurísquios já teve a origem e evolução registrada durante a era mesozoica e os períodos jurássico e cretácio. Foi de onde surgiu o Tiranossauro Rex, por exemplo.
Mas os ‘ornitísquios’ (grupo de dinossauros com chifres e armaduras) apareciam apenas nos períodos jurássico e cretáceo, sem nenhum fóssil do primeiro período que indicasse a origem desses animais.
Agora, os paleontólogos acreditam que o material encontrado na cidade de Agudo, na região central do Rio Grande do Sul, sejam esses ancestrais.
Os silessaurídeos, como são chamados, tinham mandíbula alongada, em formato de bico. Eram quadrúpedes, com patas magras e longas. Mediam entre um metro e meio e dois de comprimento. Em geral, se alimentavam de plantas e insetos, mas a forma mais primitiva era carnívora.
O Rio Grande do Sul, ao lado da Argentina, é o berço dos dinossauros mais antigos do mundo.