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    Perseverance: uma mulher indiana liderou a missão histórica da Nasa para Marte

    Swati Mohan é engenheira aeronáutica e astronáutica e participa da missão Marte 2020 desde 2013

    Harmeet Kaur, , da CNN

    Swati Mohan foi quem deu a notícia aos terráqueos de que a sonda Perseverance, da Nasa, havia pousado em Marte com sucesso.

    “Pouso confirmado”, ela anunciou seguida de aplausos barulhentos da sala de controle do Laboratório de Jato-Propulsão da Nasa, em Pasadena, na Califórnia. “A Perseverance está segura na superfície de Marte, pronta para começar a procurar sinais de vidas anteriores”.

    Você pode ter a visto na primeira fila da sala de controle, com um bindi em sua testa, provendo atualizações constantes para o time como narradora da missão para o pouso histórico. Mas antes dos momentos de tensão, Mohan trabalhou por anos para fazer tudo isso acontecer.

    Mohan, uma indiana que se mudou para os Estados Unidos com um ano de idade, é a guia e controle de operações da missão do rover Perseverance, agindo como os “olhos e ouvidos” do artefato espacial mais sofisticado da Nasa até hoje.

    Mohan não é apenas uma peça essencial no esforço para determinar se já existiu vida no planeta vermelho; ela também é um reflexo do progresso que a Nasa fez em refletir a nação que representa.

    Sua paixão pelo espaço começou com ‘Star Trek’

    Mohan é interessada pelo espaço desde que viu seu primeiro episódio de “Star Trek” na televisão, aos nove anos de idade. Ele descortinou a beleza e a extensão do universo.

    “Eu me lembro de pensar ‘quero fazer isso. Quero encontrar novos lugares lindos no universo’”, ela lembrou em uma entrevista para o site da Nasa. “A vastidão do universo guarda muito conhecimento, e nós acabamos de começar a aprender”.

    Ainda sim, ela pensou que se tornaria uma pediatra quando crescesse. Não foi até a sua primeira aula de física aos 16 anos que ela começou a considerar uma carreira na engenharia, que poderia permitir que seguisse seu sonho de infância de explorar o espaço.

    Mohan estudou engenharia mecânica e aeroespacial na Cornell University, e fez mestrado e doutorado em aeronáutica e astronáutica no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Eventualmente, acabou aterrissando na Nasa.

    Sonda da Nasa
    Imagem da Perseverance, sonda da Nasa que irá buscar vestígios de vida em Marte
    Foto: Reprodução

    Antes de seu trabalho com a Perseverance, Mohan foi parte de esforços de exploração espacial como o Cassini, uma missão que levou uma sonda e um orbitador para Saturno, e GRAIL, uma missão que levou sondas gêmeas para a órbita da lua.

    Ela começou a trabalhar na missão Marte 2020 em 2013, e acabou se tornando a engenheira líder nas operações de guia, navegação e controle. Ela encabeçou o sistema de controle da missão, que ajuda a manter o rover na direção que ele precisa seguir.

    “Durante a fase de viagem da sonda em direção a Marte, nosso trabalho foi decifrar como estávamos orientados, garantir que a sonda estava apontada corretamente no espaço (painéis solares virados para o Sol, antena para a Terra), e manobrar a sonda para onde queríamos que ela fosse,” explicou Mohan em entrevista para a Nasa. “Durante a entrada, descida, e aterrissagem em Marte, o guia, o controle e a navegação determinam a posição da peça e comanda as manobras para ajudar no pouso seguro.”

    Na quinta-feira (18), ela foi uma das duas vozes ouvidas na sala de controle e em todo o mundo explicando grandes conquistas na primeira missão da Nasa para buscar sinais de vida em outro planeta.

    “Eu estou na Perseverance há mais tempo do que estive em qualquer escola”, contou Mohan para o jornal Florida Today. “Eu estive no Perseverance há mais tempo do que minha filha mais nova está viva. Ela tomou uma grande parte da minha vida por muito tempo.”

    Essa foi uma missão diversa

    Não foi apenas Mohan.

    A missão da sonda Perseverance foi diversa em várias medidas: raça, gênero e sexualidade. O time por trás do feito histórico inclui pessoas como o líder de aterrissagem, Allen Chen, e engenheiros como Moogega Cooper, Cj Giovingo e Gregório Villar, e demonstra que foi representativo da demografia do país.

    Sonda Perseverance em Marte
    “Olá Mundo. Meu primeiro olhar na minha casa eterna”, escreveu a conta no Twitter da sonda Perseverance ao postar a primeira imagem registrada em Marte
    Foto: Twitter/ Reprodução

    Essa seleção de nomes e rostos é um sinal do progresso feito pela Nasa desde a sua fundação em 1958. Homens brancos foram vistos como o rosto do programa de exploração espacial, apesar das contribuições feitas por mulheres e pessoas de cor ao longo dos anos. A agência havia selecionado apenas homens brancos como astronautas até 1978, quando uma missão incluiu a primeira mulher astronauta, o primeiro afroamericano e o primeiro asiático.

    Ainda há progresso a ser feito, mas a força de trabalho da Nasa se parece muito mais com os Estados Unidos.

    Das mais de 17 mil pessoas que trabalham para a Nasa, 72% são brancas, 12% são negras, 8% asiáticas, 7% hispânicos ou latinos, 1% nativos americanos e menos de 1% são de mais de uma raça, de acordo com dados da agência.

    (Texto traduzido. Leia o original em inglês).

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