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    O que são explosões solares e o efeito que podem ter sobre a Terra

    Erupção da classificação mais alta aconteceu no último fim de semana

    Anna Satie, da CNN em São Paulo

    Uma erupção solar significativa aconteceu no último sábado (3), informou a Nasa. Segundo o Centro de Previsões do Clima Espacial, do governo dos Estados Unidos, houve um breve, mas intenso blecaute nas transmissões de rádio naquele dia. Mas, afinal, o que são esses fenômenos e como eles podem nos afetar? 

    Thiago Signorini, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenador da Sociedade Brasileira de Astronomia, explica que as erupções solares são comuns e acontecem várias vezes ao ano. “Elas fazem parte da atividade solar. O Sol tem uma atividade magnética, e essas erupções acontecem com uma certa frequência. Isso acontece em particular quando o Sol está mais ativo”, disse. 

    O Sol é regido por um ciclo, que dura em média 11 anos. Durante esse período, o campo magnético do astro-rei se inverte, causando variações, como manchas visíveis e as erupções. Um novo ciclo, de número 25, começou em maio do ano passado. 

    “Essas atividades vão acontecer mais frequentemente”, disse Signorini. “A gente estava em um período de mínimo, entramos em um novo ciclo e, ao longo dos próximos quatro anos, veremos essa atividade aumentar cada vez mais”. 

    As erupções solares acontecem quando campos magnéticos do Sol se reconectam, causando explosões que podem enviar partículas carregadas a milhares de quilômetros. 

    Como a maioria delas é filtrada pela atmosfera da Terra, não há risco para os seres vivos. Entretanto, uma erupção forte poderia interferir em satélites e sistemas de telecomunicações.

    “A maioria das erupções são fracas e podem afetar um satélite um pouquinho e causar as auroras. Em casos extremos, elas afetariam nossos aparelhos e as telecomunicações”, explica o professor. “Mas erupções com intensidade mais alta são mais raras”. 

    As erupções são classificadas de acordo com a força delas, que pode ir de B, a mais fraca, passando por C, M e X, a mais forte. A que aconteceu no fim de semana foi classificada como X1,5. 

    Esse número após a letra dá mais detalhes sobre a intensidade. “Uma X2 é duas vezes mais intensa que uma X1, uma X3, três vezes mais intensa, etc.”, diz a nota publicada no site da Nasa.

    Apesar da força, o jato de partículas carregadas não estava apontado na direção do nosso planeta, contou Signorini. “Os efeitos vão depender se as partículas são ejetadas na direção da Terra”. 

    Uma das erupções mais fortes aconteceu em 1859 e gerou a maior tempestade eletromagnética já registrada. Ela causou danos no sistema telegráfico e gerou auroras, como as tipicamente vistas nas maiores latitudes do planeta, até no Havaí e em Cuba. 

    Pesquisadores estimaram, em 2013, que, se algo semelhante acontecesse atualmente, o dano seria entre US$ 600 bilhões a 2,6 trilhões. 

    “Hoje em dia, como temos tantos equipamentos e satélites, um evento como esse poderia nos prejudicar”, diz Signorini. “Mas essas coisas são raras”. 

    Em 2012, aconteceu uma tempestade solar de força semelhante, mas ela não atingiu a Terra. 

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