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    O que sabemos sobre a missão da Índia para estudar o Sol

    Satélite Aditya-L1 será colocado em órbita a 1,5 milhão de quilômetros do planeta Terra; objetivo principal é pesquisar os ventos solares

    Satélite Aditya-L1 é lançado
    Satélite Aditya-L1 é lançado Divulgação/ISRO

    Renata Souzada CNN

    em São Paulo

    Após o sucesso em sua missão rumo à Lua, a Índia lançou um foguete para estudar o Sol. O lançamento do satélite Aditya-L1 ocorreu no último sábado (2) e o equipamento foi colocado em órbita, conforme pretendido.

    A equipe responsável, que integra a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), espera que a espaçonave permaneça em órbita terrestre por 16 dias antes de iniciar as manobras que a levarão ao começo de sua trajetória, de 110 dias, até o destino.

    Os cientistas pretendem colocar o satélite em órbita no ponto Lagrange 1 (L1) do sistema Sol-Terra. Isso significa uma distância de 1,5 milhão de quilômetros do nosso planeta e 1% do total entre Sol-Terra.

    De acordo com o comunicado oficial divulgado pela ISRO, “L1 é um local no espaço onde as forças gravitacionais de dois corpos celestes, como o Sol e a Terra, estão em equilíbrio. Isso permite que um objeto ali colocado permaneça relativamente estável em relação a ambos os corpos celestes”.

    Qual o objetivo da missão?

    O principal objetivo da missão é estudar os ventos solares, que podem causar perturbações na Terra, comumente vistas como auroras.

    Segundo a ISRO, o local em que o satélite será colocado garantirá visão constante e ininterrupta do Sol.

    “A espaçonave carrega sete cargas úteis para observar a fotosfera, cromosfera e as camadas mais externas do Sol (a coroa) usando detectores eletromagnéticos e de partículas e de campo magnético”, informou o comunicado.

    A missão pode causar um “big bang em termos de ciência”, disse Somak Raychaudhury, que participou do desenvolvimento de alguns componentes do observatório, acrescentando que as partículas de energia emitidas pelo Sol podem atingir satélites que controlam as comunicações na Terra.

    “Houve episódios em que as principais comunicações caíram porque um satélite foi atingido por uma grande emissão corona. Os satélites em órbita terrestre baixa são o foco principal dos atores privados globais, o que torna a missão Aditya L1 um projeto muito importante”, disse ele em entrevista publicada pela agência Reuters.

    Os pesquisadores acreditam que os dados da missão poderão ajudar a compreender melhor o impacto do Sol nos padrões climáticos da Terra e as origens do vento solar, o fluxo de partículas que fluem do Sol através do sistema solar.

    Investimentos

    Diante da atuação do primeiro-ministro Narendra Modi, a Índia privatizou os lançamentos espaciais e pretende abrir o setor ao investimento estrangeiro. O objetivo do país asiático é aumentar em cinco vezes a sua cota no mercado global de lançamentos na próxima década.

    Enquanto a exploração espacial se transforma em um negócio global — com países investindo, inclusive, em turismo espacial —, a Índia também aposta no sucesso da ISRO para demonstrar suas capacidades.

    VEJA TAMBÉM – Índia se torna o quarto país a pousar uma espaçonave na Lua