Número de cidades aptas a receber o 5G no Brasil cresce 25% em uma semana
Subiu de 28 para 35 o número de municípios com legislação em conformidade com as normas para a instalação da nova tecnologia no país
O número de cidades que já estão prontas para receber a nova tecnologia 5G no país cresceu de 28 para 35 no espaço de uma semana — de quarta-feira (23) da semana passada, para esta quarta-feira (1).
São municípios com a legislação atualizada e em conformidade com as normas para que a nova tecnologia seja instalada. O estado que mais conta com cidades aptas segue sendo o Rio de Janeiro, com 16. Os dados são da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel).
Para a instalação do 5G nas diversas regiões do país, os municípios precisam se adequar à Lei Geral de Antenas, que estabelece diretrizes gerais de implantação de infraestrutura de redes de telecomunicações.
O Rio também é o estado em que há o maior número de cidades discutindo a lei para implementação da nova tecnologia.
Segundo a Abrintel, cinco capitais estão aptas para receber a infraestrutura necessária para a instalação do 5G (Rio de Janeiro, Florianópolis, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza) e nas outras 22 já há algum trabalho para atualização da legislação.
Dentre as capitais que ainda não se adequaram, as que mais preocupam, segundo a entidade, são as de São Paulo, Belo Horizonte e Goiânia.
Os municípios ainda não chegaram a um consenso sobre a adequação de suas “leis de antenas” para receberem o 5G. Em Goiânia, inclusive, o projeto de lei que debatia o assunto foi rejeitado e a discussão voltou para a estaca zero.
A Anatel estipulou um prazo máximo de até 31 de julho de 2022 para as operadoras implantarem o 5G nas capitais. Porém, de acordo com o presidente da Abrintel, Luciano Stutz, é preciso ter uma quantidade mínima de antenas para que o 5G funcione de forma adequada.
Para ele, a instalação das novas antenas não demandará grandes esforços, tendo em vista que muitas delas têm o tamanho aproximado de uma caixa de sapato.
“O 5G não vai precisar apenas de estruturas de grande porte para ser instalado. Não será preciso um grande número de construções de infraestruturas novas, isso porque, predominantemente, a antena é menor e a instalação é mais rápida. A instalação também será feita em estruturas de grande porte, mas boa parte aproveitando as grandes estruturas já instaladas para o 4G”, explicou.
Conforme o edital do leilão do 5G, o Brasil atualmente conta com 103 mil antenas de comunicação instaladas. De acordo com uma pesquisa da Conexis Brasil Digital, seriam necessárias de 515 mil a 1 milhão de novas antenas para alcançar o patamar necessário de cobertura no país.
Segundo Luciano Stutz, mesmo que muitas cidades ainda não tenham legislação adequada para a implantação da tecnologia, o panorama para sua chegada é positivo.
“Sentimento é de otimismo, pois nós hoje temos um movimento muito diferente do que no passado. O setor passou anos discutindo legislação com os governos, mas agora todos estão se esforçando em conjunto para se adequarem às normas e estarem aptos para receber o 5G”, finalizou o presidente da Abrintel.
Na última terça-feira (30), o presidente da Câmara dos vereadores do Rio, o vereador Carlo Caiado (DEM), promulgou trechos da lei que regulamenta a instalação da infraestrutura das antenas de tecnologia 5G de telefonia, que anteriormente haviam sido vetadas pelo Executivo.
Na prática, a novas normas em vigor simplificam o processo de licenciamento para a instalação de antenas de pequeno porte e para o uso das estruturas já existentes, o que pode fazer com que o Rio siga avançando na adequação à nova tecnologia de rede móvel.
Impactos do 5G
A vinda do 5G ao Brasil tem gerado muita expectativa e perguntas sobre os impactos práticos da nova rede. Um deles, segundo a Petrobras, é a otimização do rendimento dos processos de exploração e produção nas bacias de petróleo que, segundo o diretor de Transferência Digital da empresa, Nicolás Simone, agregará US$ 20 bilhões de valor às operações até 2030.
Outro impacto esperado é na geração de energia no país. Segundo Vanessa de Oliveira Vasconcellos, engenheira sênior de Smart Grid (rede elétrica inteligente) da Enel, as conexões 5G darão maior robustez ao fornecimento de energia elétrica, visto que a alta taxa de transmissão vai deixar o sistema bem mais confiável e permitirá o “restabelecimento da energia de forma mais rápida”.
Essas estimativas foram destacadas no debate promovido pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que aconteceu na segunda-feira (22), e contou com a presença das empresas citadas. Estima-se que a tecnologia 5G atinja a velocidade de download de 10 gigabits por segundo, 10 vezes maior em relação à rede 4G.